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sábado, 25 de janeiro de 2025

Dois novos planetas desafiam teoria sobre formação de sistemas planetários

 Uma equipe de astrônomos da Universidade de Warwick, na Inglaterra, e da Universidade de Genebra, na Suíça, descobriram dois novos planetas fora do Sistema Solar: uma super-Terra interna e um planeta gigante gelado externo. As descobertas, registradas em artigo publicado no Astronomy & Astrophysics na quarta-feira (15), desafiam a compreensão científica de como os sistemas planetários se formam e colocam teorias atuais em debate. Uma super-Terra é um planeta rochoso que possui massa maior do que a Terra, mas menor que a massa dos gigantes gasosos do Sistema Solar. 

A existência desses dois exoplanetas dentro do sistema WASP-132 está derrubando paradigmas aceitos sobre como sistemas planetários do tipo "Júpiter quente" -- planetas com massas semelhantes às de Júpiter, mas que orbitam mais perto de sua estrela do que Mercúrio orbita o Sol -- se formam e evoluem. 

Esses planetas não possuem gás e poeira suficientes para que eles se formem onde são observados. Por isso, a teoria atual é que eles se originam longe de sua estrela e migram para uma região mais próxima dela conforme o sistema planetário evolui.

Até então, os astrônomos acreditavam que Júpiteres quentes orbitavam sua estrela sozinhos, pois a migração em direção a ela ejetaria outros planetas do sistema. No entanto, as observações da nova pesquisa colocam essa teoria em questão. "A detecção da super-Terra interna [próxima da estrela] foi emocionante, pois é particularmente raro encontrar planetas no interior de Júpiteres quentes.

Realizamos uma campanha intensiva com instrumentos de última geração para caracterizar sua massa, densidade e composição, revelando um planeta com densidade semelhante à da Terra", explica David Armstrong, professor associado de física da Universidade de Warwick, em comunicado à imprensa. A descoberta dos dois novos planetas adiciona uma camada de complexidade ao sistema WASP-132, na visão dos pesquisadores, pois a migração de um Júpiter quente em direção à sua estrela por meio de perturbação dinâmica desestabilizaria as órbitas dos outros dois planetas.

Isso sugere que possa haver um caminho de migração "frio" mais estável para o Júpiter quente em um disco protoplanetário que circunda uma estrela jovem e é o local de formação do planeta. "O sistema WASP-132 é um laboratório notável para estudar a formação e evolução de sistemas multiplanetários. A descoberta de um Júpiter quente ao lado de uma super-Terra interna e um gigante distante coloca em questão nossa compreensão da formação e evolução desses sistemas. Esta é a primeira vez que observamos tal configuração", diz François Bouchy, professor associado do departamento de Astronomia, Faculdade de Ciências da Universidade de Genebra.

Os astrônomos também observaram que a super-Terra (um planeta rochoso com seis vezes a massa da Terra) órbita a estrela em apenas 24 horas e 17 minutos; e o gigante gelado (cinco vezes a massa de Júpiter) orbita a estrela hospedeira em cinco anos. As observações do WASP-132 continuam, com o satélite Gaia da ESA medindo variações mínimas nas posições das estrelas desde 2014, com o objetivo de revelar seus companheiros planetários e anãs marrons externas.

Msn.com

Pesquisa Mostra O Que Os Cientistas Realmente Pensam Sobre Vida Alienígena

 

  

A questão da existência de vida extraterrestre tem fascinado cientistas e leigos por gerações. A busca por uma resposta para essa pergunta milenar se intensificou com o avanço das tecnologias de observação astronômica e a expansão do campo da astrobiologia. No entanto, mesmo com o progresso científico, a dúvida persiste: estamos sozinhos no universo? Este enigma não é apenas uma questão de curiosidade, mas também um desafio científico que envolve várias disciplinas, como a astronomia, a biologia e a química.

Em 1964, o paleontólogo norte-americano George Gaylord Simpson expressou ceticismo em relação ao campo emergente da astrobiologia ao afirmar que este ainda precisava provar que seu objeto de estudo de fato existia. Apesar de décadas de pesquisa e exploração espacial, a declaração de Simpson ainda ressoa na comunidade científica. A astrobiologia, embora não tenha ainda identificado vida fora da Terra, evoluiu significativamente, consolidando-se como uma disciplina respeitável que investiga as condições e processos que poderiam levar à vida em outros planetas.

Nos últimos anos, os esforços para sondar a possibilidade de vida extraterrestre ganharam nova vitalidade com o desenvolvimento de métodos avançados de detecção e o aumento de missões espaciais destinadas a explorar planetas e luas em nosso sistema solar e além. Contudo, a falta de evidências diretas continua a ser um obstáculo significativo. Nesse contexto, entender a opinião dos cientistas sobre a probabilidade de vida extraterrestre se torna crucial, não apenas para guiar futuras pesquisas, mas também para moldar apercepção  pública sobre este tema intrigante.

Com o intuito de captar a opinião da comunidade científica sobre a probabilidade da existência de vida em outras partes do universo, uma série de levantamentos foi conduzida entre fevereiro e junho de 2024. Esses estudos visaram mapear o consenso ou a falta dele entre os especialistas, fornecendo uma visão contemporânea sobre como os cientistas percebem a possibilidade de vida além da Terra. A pesquisa não só procurou avaliar a opinião de astrobiólogos, mas também comparou suas perspectivas com as de físicos e biólogos, grupos que, tradicionalmente, podem ter abordagens e expectativas distintas em relação à existência de vida em outros mundos.

Dessa forma, este artigo pretende explorar os resultados desses levantamentos, discutindo suas implicações não apenas para a astrobiologia, mas para a ciência como um todo, ao iluminarem um dos maiores mistérios do cosmos: a potencial presença de vida em outros pontos do vasto universo.

Metodologia da Pesquisa

Para compreender a perspectiva da comunidade científica sobre a existência de vida extraterrestre, uma série de quatro levantamentos foi conduzida entre fevereiro e junho de 2024. Esses levantamentos foram cuidadosamente planejados para avaliar a opinião de pesquisadores sobre três tipos distintos de vida extraterrestre: básica, complexa e inteligente. Esta categorização, que considera a complexidade e o desenvolvimento cognitivo dos organismos, proporciona um insight detalhado sobre as diferentes percepções existentes na comunidade científica.

O primeiro passo envolveu a formulação de três declarações específicas, cada uma correspondendo a um nível de complexidade de vida extraterrestre. A primeira declaração, denominada ‘Vida’, indagou sobre a probabilidade de existência de vida extraterrestre em sua forma mais simples. A segunda, ‘Vida Complexa’, explorou a ideia de organismos significativamente mais complexos do que bactérias, enquanto a terceira, ‘Vida Inteligente’, abordou a possibilidade de existência de seres com habilidades cognitivas avançadas, comparáveis ou superiores às dos humanos.

A pesquisa não se limitou apenas aos astrobiólogos. Com o intuito de realizar uma comparação abrangente, um levantamento adicional foi direcionado a cientistas de outras áreas, incluindo físicos e biólogos. Essa abordagem permitiu uma análise mais robusta das diferenças de opinião entre aqueles diretamente envolvidos com a astrobiologia e outros cientistas que, embora não especializados, possuem interesse no tema. Em particular, buscou-se testar a hipótese de que físicos tendem a ser mais otimistas quanto à existência de vida extraterrestre do que biólogos, uma percepção que carecia de dados empíricos até então.

Para garantir uma ampla participação e uma alta taxa de resposta, foi empregada uma nova plataforma de pesquisa, desenvolvida especificamente para maximizar o engajamento dos participantes. Os astrobiólogos foram contatados por e-mail, com um total de 1.176 convites enviados, dos quais 521 responderam, resultando em uma taxa de resposta de 44.6%. Simultaneamente, 1.397 cientistas não especializados em astrobiologia foram convidados a participar, com 534 deles respondendo, o que representou uma taxa de resposta de 38.2%.

Esse cuidadoso delineamento metodológico não apenas facilitou uma comparação direta entre as diferentes percepções dentro da comunidade científica, mas também forneceu dados significativos para avaliar a consistência e a confiabilidade das opiniões expressas. A metodologia adotada permitiu a obtenção de um panorama abrangente e detalhado das crenças e expectativas científicas sobre a existência de vida extraterrestre, estabelecendo uma base sólida para futuras investigações neste campo fascinante da ciência.

Resultados e Análises

Os resultados obtidos a partir dos quatro levantamentos realizados entre fevereiro e junho de 2024 oferecem um panorama perspicaz sobre as percepções da comunidade científica em relação à existência de vida extraterrestre. Inicialmente, os dados revelam que o consenso entre os astrobiólogos sobre a existência de vida extraterrestre básica é notável, com uma taxa de concordância de 86,6% em relação à afirmação de que é provável que formas de vida, pelo menos em estágio básico, existam em algum lugar do universo. A pesquisa, que incluiu 521 astrobiólogos, demonstra um nível de confiança significativo, embora não absoluto, na possibilidade de vida extraterrestre.

Quando a pesquisa se volta para a existência de vida complexa, a taxa de concordância entre os astrobiólogos diminui para 67,4%. Este declínio esperado reflete as complexidades adicionais e as condições específicas necessárias para a evolução de organismos significativamente mais desenvolvidos que bactérias. A pesquisa também revela que apenas 58,2% dos astrobiólogos concordam que formas de vida inteligente, possivelmente comparáveis ou superiores à inteligência humana, existem em algum lugar no cosmos. Esta queda na concordância destaca as incertezas crescentes à medida que avançamos na complexidade evolutiva.

Um ponto de interesse chave é a comparação entre astrobiólogos e cientistas de outras disciplinas, como físicos e biólogos. O levantamento revelou que não há diferenças significativas nas opiniões entre físicos e biólogos, desafiando a noção comum de que físicos, por sua ênfase na vastidão do universo, seriam mais otimistas sobre a vida extraterrestre do que biólogos, que frequentemente destacam as complexidades da vida como a conhecemos na Terra.

Ademais, ao comparar astrobiólogos com cientistas de outras disciplinas, os resultados indicam que, embora os astrobiólogos demonstrem uma ligeira tendência a discordar menos da afirmação de que a vida extraterrestre é provável, isso não se traduz em uma diferença significativa em termos de concordância geral. Esta observação sugere que a tendência dos astrobiólogos de explorar a vida fora da Terra não é meramente um produto de otimismo exacerbado, mas sim uma consideração fundamentada dentro da comunidade científica.

Os levantamentos, portanto, não apenas oferecem uma visão sobre as crenças atuais em relação à vida extraterrestre, mas também estabelecem uma base para monitorar como essas opiniões podem evoluir com o tempo. À medida que novas evidências e teorias emergem, a continuidade desses levantamentos pode fornecer insights valiosos sobre o progresso do pensamento científico em torno deste tópico perene e fascinante.

Discussão e Implicações

A análise dos resultados obtidos nos estudos conduzidos entre fevereiro e junho de 2024 permite uma reflexão aprofundada sobre as percepções da comunidade científica em relação à existência de vida extraterrestre. Primeiramente, é evidente um consenso razoável entre os especialistas, especialmente no que diz respeito à existência de formas de vida extraterrestre de tipo básico. Esse consenso, refletido em uma taxa de concordância de 86,6% entre os astrobiólogos, destaca uma tendência de aceitação da ideia de que a vida, ao menos em sua forma mais simples, pode existir em alguma parte do universo.

Ao abordar a primeira questão de pesquisa (Q1), observa-se que, embora a concordância diminua quando se considera a vida complexa e inteligente, esta ainda se mantém em níveis significativos, com 67,4% e 58,2%, respectivamente. Isso sugere que, mesmo sem evidências diretas, há uma disposição considerável entre os cientistas para especular sobre a complexidade potencial da vida fora da Terra, uma consideração que tem implicações profundas para a astrobiologia e a busca contínua por sinais de vida em exoplanetas.

Quanto à segunda questão (Q2), a diminuição mais acentuada da confiança ao passar de vida básica para complexa, em comparação com a transição de complexa para inteligente, indica que o salto conceitual entre essas formas de vida é percebido como substancialmente maior entre a comunidade científica. Isso pode ser atribuído às complexidades associadas ao desenvolvimento de organismos multicelulares e à aparição de processos biológicos avançados que permitem a inteligência comparável à humana.

Explorando a questão três (Q3), a pesquisa sugere que não há um efeito de seleção considerável entre astrobiólogos e outros cientistas não especializados, em termos de otimismo sobre a existência de vida extraterrestre. Isso subverte a suposição de que os astrobiólogos, por sua natureza, seriam mais inclinados a acreditar na vida fora da Terra simplesmente por suas escolhas de carreira.

Finalmente, ao considerar a quarta questão (Q4), a análise não encontrou diferenças significativas entre as perspectivas de físicos e biólogos, contestando a visão comum de que essas disciplinas teriam abordagens fundamentalmente diferentes em relação à questão. Essa homogeneidade de opiniões pode refletir uma compreensão interdisciplinar e uma aceitação cada vez maior de que a probabilidade de vida extraterrestre transcende as barreiras tradicionais entre as ciências naturais.

Os resultados deste estudo não apenas iluminam a perspectiva atual sobre vida extraterrestre, mas também sublinham a importância de continuar a investigação científica nesta área, que pode, em última análise, moldar nossa compreensão do universo e do nosso lugar nele.

Conclusão e Perspectivas Futuras

O estudo detalhado conduzido entre fevereiro e junho de 2024 fornece um panorama valioso sobre a opinião da comunidade científica a respeito da existência de vida extraterrestre. A pesquisa revelou um consenso significativo, embora não absoluto, de que a vida extraterrestre, ao menos em sua forma mais básica, é provável. Com uma taxa de concordância de 86.6% entre astrobiólogos, é evidente que a comunidade científica em geral mantém uma perspectiva otimista sobre a descoberta de vida além da Terra. Esta visão, embora robusta, é moderada pela falta de evidências diretas, o que implica que a confiança nas afirmações deve ser ponderada com cautela.

Os resultados desta pesquisa sublinham a necessidade contínua de investigações e sondagens no campo da astrobiologia. À medida que tecnologias avançam e novas missões espaciais são lançadas, a possibilidade de detectar sinais de vida, seja em exoplanetas ou em luas do sistema solar, torna-se uma meta tangível. Contudo, é crucial que a comunidade científica mantenha uma abordagem crítica e baseada em evidências para evitar conclusões precipitadas. Assim, a repetição destes levantamentos a cada cinco anos, conforme proposto pelos pesquisadores, será fundamental para monitorar mudanças na percepção científica e integrar novos dados empíricos que possam surgir.

Além disso, este estudo destaca a complexidade de se alcançar um consenso científico pleno em áreas onde as evidências diretas são escassas. A ciência, em sua essência, é um processo dinâmico de construção de conhecimento, onde hipóteses são constantemente testadas e reavaliadas à luz de novos dados. A exploração da vida extraterrestre, portanto, não é apenas uma busca por respostas, mas também um reflexo do espírito humano de curiosidade e exploração.

No futuro, conforme a exploração espacial se expande e as capacidades tecnológicas melhoram, a astrobiologia pode se tornar um dos campos científicos mais transformadores. A possível descoberta de vida extraterrestre não só revolucionaria nossa compreensão do cosmos, mas também levantaria questões profundas sobre a singularidade da vida na Terra e nosso lugar no universo. Este cenário enfatiza a importância de uma abordagem interdisciplinar, unindo astrobiologia, química, física, e outras ciências naturais para decifrar os mistérios que o universo ainda guarda.

Em suma, enquanto a busca por vida além da Terra continua, é essencial que a ciência mantenha seu rigor e objetividade. O compromisso com a repetição de estudos semelhantes ao conduzido em 2024 garantirá que a comunidade científica permaneça informada e preparada para quaisquer descobertas futuras, reforçando o papel da ciência como guia na exploração do desconhecido.

Cometa ATLAS (C/2024 G3)

 


O cometa ATLAS (C/2024 G3) começou a se desintegrar após sua aproximação do Sol em 13 de janeiro de 2025.

O calor intenso fez com que o núcleo se partisse, como mostrado em uma sequência de seis dias registrada pelo astrônomo Lionel Majzik no Chile. Enquanto o núcleo se dissolveu, o gelo e a poeira ejetados se expandiram em uma cauda brilhante e alongada, tornando o cometa uma impressionante “maravilha sem cabeça” visível a olho nu no hemisfério sul.

“Segundo Sol” Chinês Estabelece Novo Recorde De Fusão Nuclear

 



A China acaba de dar um salto gigantesco rumo ao futuro da energia limpa! O reator de fusão EAST atingiu uma marca impressionante:

🔥 Plasma a 120 milhões de graus Celsius
⏱️ Mantido por incríveis 1.056 segundos
🚀 Superando o recorde anterior de 101 segundos

Este avanço revolucionário nos aproxima da promessa de energia ilimitada e limpa através da fusão nuclear!

Destaques do experimento:
- Temperatura 7 vezes mais quente que o núcleo do Sol
- Uso de campos magnéticos supercondutores
- Potencial para resolver a crise energética global

A corrida pela fusão nuclear está esquentando! Quem será o próximo a superar este recorde? 🏆

James Webb E ALMA Estudam Em Detalhe Galáxia A 13.4 Bilhões de Anos-Luz De Distância

 

O cosmos é uma tapeçaria vasta e complexa, onde as galáxias, estrelas e outros corpos celestes formam os fios que compõem a história do universo. Entre os avanços mais emocionantes da astronomia moderna está a capacidade de observar e estudar as galáxias mais antigas do universo, uma façanha que se tornou viável graças a observatórios de última geração, como o Telescópio Espacial James Webb (JWST) e o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA). Estes instrumentos, com suas sofisticadas capacidades de observação em infravermelho e técnicas avançadas de interferometria, estão permitindo que os astrônomos revelem segredos cósmicos que até recentemente estavam além do nosso alcance.

O JWST, com seu conjunto refinado de instrumentos infravermelhos e espectrômetros, é projetado para sondar as profundezas do universo, capturando a luz que viajou por bilhões de anos-luz. Quando combinado com o poder do ALMA, um dos maiores e mais potentes conjuntos de radiotelescópios do mundo, os astrônomos podem agora olhar para trás no tempo e observar as primeiras galáxias que emergiram do caos primordial após o Big Bang. Esta colaboração entre o JWST e o ALMA representa um marco importante na observação astronômica, oferecendo uma visão sem precedentes das condições iniciais do universo e dos processos que levaram à formação das estruturas galácticas que vemos hoje

O estudo das galáxias primitivas não é apenas uma busca por conhecimento histórico; é uma investigação fundamental para compreender os mecanismos subjacentes à formação e evolução das galáxias ao longo do tempo cósmico. Ao decifrar as propriedades e características das primeiras galáxias, os cientistas podem testar e refinar suas teorias sobre como as galáxias evoluíram para as formas complexas e diversificadas que observamos atualmente. Essas descobertas são cruciais para desvendar os mistérios da matéria escura, da energia escura e da ionização do universo – eventos que moldaram a estrutura cósmica em grande escala.

A capacidade de observar diretamente as galáxias do universo primordial também tem profundas implicações para a nossa compreensão da química cósmica. Ao identificar os elementos presentes nessas galáxias antigas, os astrônomos podem traçar a evolução química do universo, desde os elementos mais leves formados no Big Bang até os mais pesados produzidos nas estrelas. Nesse contexto, o estudo das galáxias primitivas se torna um campo de pesquisa vital, com o potencial de transformar nosso entendimento da cosmologia e da astrofísica.

Detecção da Galáxia GH

A detecção da galáxia GHZ2, também conhecida como GLASS-z12, representa um marco significativo na astronomia moderna, destacando-se como uma das observações mais distantes e precoces já realizadas. Inicialmente identificada em julho de 2022 por meio do programa de observação Grism Lens-Amplified Survey from Space (GLASS), utilizando a sofisticada Near-Infrared Camera (NIRCam) do Telescópio Espacial James Webb (JWST), a galáxia revelou-se um objeto de estudo único, situado a impressionantes 13,4 bilhões de anos-luz da Terra. Este feito foi possível graças à capacidade do JWST de observar o universo no espectro infravermelho, permitindo a visualização de corpos celestes que, de outra forma, permaneceriam ocultos devido à sua extrema distância e à expansão do universo.

A confirmação da existência e das propriedades da GHZ2 ocorreu pouco depois, em agosto de 2022, com observações de acompanhamento realizadas pelo Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA). A ALMA, localizada no Chile, é um dos mais avançados conjuntos de radiotelescópios do mundo, especializado em captar ondas milimétricas e submilimétricas. Ao combinar os dados obtidos pelo JWST e pelo ALMA, os astrônomos conseguiram determinar que a GHZ2 possui um desvio para o vermelho (redshift) superior a z = 12. Este valor de redshift é crucial, pois indica que a luz emitida pela galáxia viajou por mais de 13 bilhões de anos para chegar até nós, tornando-a uma das galáxias mais antigas e distantes já observadas.

O processo de observação envolveu apontar mais de quarenta antenas de 12 metros da ALMA e o telescópio de 6,5 metros do JWST para uma região do céu que, a olho nu, pareceria completamente vazia. Essa técnica, que combina as capacidades de diferentes instrumentos, é essencial para captar sinais de objetos astronômicos tão longínquos. Os resultados não apenas confirmaram a presença da GHZ2, mas também revelaram emissões de elementos como hidrogênio e oxigênio, provenientes de uma época nunca antes explorada tão detalhadamente.

Esta descoberta é um testemunho da sinergia poderosa entre o JWST e o ALMA, combinando suas capacidades únicas para desvendar os mistérios das primeiras fases do universo. A observação da GHZ2 abre novos caminhos para a investigação das galáxias primordiais, oferecendo uma janela para o cosmos em seus estágios iniciais, logo após o Big Bang. Este avanço não só desafia, mas também enriquece nosso entendimento sobre a formação e evolução das galáxias, apresentando um campo fértil para pesquisas futuras.

Propriedades Físicas e Químicas da GHZ2

A descoberta e análise da galáxia GHZ2 proporcionaram uma janela rara para o passado do universo, permitindo que os cientistas investigassem as propriedades físicas e químicas de uma galáxia que existiu apenas 367 milhões de anos após o Big Bang. Entre as características notáveis identificadas, a detecção da linha de emissão associada ao oxigênio duplamente ionizado (O III) foi particularmente significativa. Esta observação não apenas confirmou a existência da galáxia em um período tão remoto, mas também forneceu informações valiosas sobre seu ambiente galáctico e as condições físicas prevalentes na época.

Uma das descobertas centrais foi a baixa metalicidade da GHZ2, o que significa uma relativa escassez de elementos mais pesados do que o hidrogênio e o hélio. Tal característica era esperada dadas as condições do universo primordial, onde as estrelas da População III predominavam. Estas estrelas, formadas quase exclusivamente por hidrogênio e hélio, eram gigantescas, extremamente quentes e de vida curta, culminando em explosões de supernova que enriqueceram o meio interestelar com elementos mais pesados. A GHZ2, portanto, oferece um vislumbre direto de uma era cósmica onde esses processos de nucleossíntese estelar estavam apenas começando a moldar a composição química do universo.

Além disso, a galáxia GHZ2 exibia uma taxa de formação estelar extraordinariamente alta, com uma luminosidade intensa atribuída às estrelas da População III. Essas estrelas massivas são responsáveis não apenas pela alta luminosidade, mas também por uma densidade estelar comparável à encontrada em aglomerados globulares na Via Láctea. Este conjunto de características —metallicidade baixa, abundâncias químicas anômalas, e densidade de massa estelar elevada— destaca a GHZ2 como um exemplar crucial para o estudo das condições iniciais de formação galáctica.

A análise detalhada da GHZ2 também revelou uma superfície de massa estelar densa, sugerindo que a galáxia ocupava uma região de aproximadamente 100 parsecs, ou cerca de 325 anos-luz. Esta configuração é reminiscentes das densidades observadas em aglomerados globulares, levantando a hipótese de que o estudo de galáxias como a GHZ2 pode esclarecer a origem e evolução desses enigmáticos aglomerados. Através do estudo das propriedades físicas e químicas da GHZ2, os astrônomos estão não apenas testando as teorias atuais de formação e evolução galáctica, mas também enriquecendo a compreensão dos primeiros capítulos da história cósmica, onde as sementes das estruturas complexas do universo moderno estavam sendo plantadas.

Relevância e Impacto das Descobertas

A descoberta da galáxia GHZ2, situada a 13,4 bilhões de anos-luz de distância, representa um marco significativo no campo da cosmologia e astrofísica, oferecendo uma janela sem precedentes para o estudo das primeiras fases do universo. A capacidade de observar e caracterizar galáxias tão distantes nos permite testar e refinar teorias contemporâneas sobre a formação e evolução das galáxias, proporcionando insights fundamentais sobre os processos que moldaram o cosmos nas eras iniciais pós-Big Bang.

Uma das contribuições mais significativas desta descoberta é sua potencial ligação com a formação dos aglomerados globulares, cuja origem ainda é um mistério não resolvido na astronomia. A semelhança entre a alta densidade estelar de GHZ2 e a dos aglomerados globulares observados na Via Láctea sugere que estas galáxias primitivas podem ter desempenhado um papel crucial na formação desses sistemas estelares densos. Ao estudar as propriedades químicas e físicas de GHZ2, os astrônomos podem começar a desvendar os mecanismos que levaram ao surgimento dos aglomerados globulares, contribuindo significativamente para a compreensão da evolução estrutural das galáxias.

Além disso, as observações de GHZ2 oferecem uma oportunidade única para investigar as condições extremas de formação estelar durante uma época em que as estrelas da População III predominavam. Estas estrelas, caracterizadas por sua composição quase pura de hidrogênio e hélio, fornecem pistas sobre os primeiros ciclos de formação estelar e nucleossíntese no universo jovem. A alta luminosidade de GHZ2, atribuída à presença dessas estrelas massivas e efêmeras, destaca a importância de estudar tais galáxias para entender os ciclos de vida estelar e a evolução química do universo.

O sucesso na integração dos dados do Telescópio Espacial James Webb e do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) sublinha a importância da sinergia entre diferentes observatórios para desvendar os mistérios do cosmos. Esta colaboração demonstra como a combinação de técnicas avançadas de observação e espectroscopia pode revelar características ocultas das galáxias primitivas, abrindo caminho para futuras explorações de sistemas ainda mais distantes. Com o avanço contínuo da tecnologia e a implementação de novas missões espaciais, espera-se que estudos semelhantes possam aprofundar ainda mais nosso conhecimento sobre a evolução das galáxias e o papel que desempenham na grande tapeçaria do universo.

Em última análise, estas descobertas não apenas expandem nosso entendimento sobre o universo primitivo, mas também inspiram novas perguntas e hipóteses, alimentando a busca.

Se um planeta pudesse orbitar com sucesso um buraco negro sem ser prejudicado, como seria o céu de sua superfície?

 Seria teoricamente isso

Você pode ver mais detalhes da animação acima ao clicar neste link, de um artigo do HypeScience. Veja abaixo a íntegra do primeiro parágrafo:

"Muita gente imagina que um buraco negro pareceria simplesmente um círculo vazio no meio do espaço. Contudo, como mostra o vídeo acima, gerado em computador a partir de cálculos precisos, a visão seria mais impressionante."

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  • Breve explicação sobre buracos negros

Um buraco negro é uma região do espaço previsto pela Teoria da Relatividade Geral, onde há a existência de uma anomalia do espaço-tempo, denominado singularidade gravitacional. Tal singularidade é um ponto de densidade infinita, que "dobra" o espaço-tempo em proporções praticamente infinitas, que, a partir de um certo limite, a velocidade de escape supera a velocidade da luz no vácuo. Ou seja, tudo o que ultrapassar este limite, denominado como horizonte de eventos, está condenado à uma única viagem de ida, decorrente da imensa atração gravitacional!

  • O que podemos ver na animação?

Orbitar o buraco negro próximo ao horizonte de eventos pode ser uma aventura… muito mortal! Primeiramente, aglomerados de poeira e gás, aquecidos à temperaturas na ordem de milhões de graus (!!!), giram em velocidades RELATIVÍSTICAS - que aproximam-se da velocidade da luz no vácuo - , formando um disco extremamente aquecido, denominado disco de acreção - o que não é considerado na animação acima.

  1. Imagem do horizonte de eventos do buraco negro supermassivo da galáxia M-87, divulgada em abril de 2019. O disco de acreção é a região avermelhada que engloba o horizonte de eventos (região preta no centro)!

Junte isso ao fato de que buracos negros (estelares) em relação às suas estrelas de origem são, em comparação, MUITO pequenas. Por exemplo, um buraco negro com a mesma massa do Sol (com 690.000 quilômetros de raio) teria um raio de aproximadamente 10 quilômetros!

Logo, as outras estrelas que estariam visíveis no céu do nosso planeta hipotético pareceriam girar entorno de nós… só que muito, MUITO mais rápido do que estamos acostumados aqui na Terra, além de um brilho de magnitude sem precedentes, ocasionado pelos gases super aquecidos!

Outro efeito interessante que seria observado é um fenômeno gravítico previsto pela Relatividade Geral, chamado de lente gravitacional. Observe estas galáxias abaixo:

Parece que há algumas galáxias "meio" esticadas, não? Pois é… a massa das galáxias que estão mais perto de nós são tão, mas TÃO massivas que distorcem o espaço-tempo, de modo que a luz emitida por corpos mais distantes sejam desviados, assim como uma lenteE os buracos negros não são exceção de lugares que geram esta lente gravitacional***.

Isso significa outra coisa: você literalmente pode observar corpos que estão ATRÁS do buraco negro (em relação ao seu ponto de vista)!!! Se você reparar, no GIF acima, em alguns corpos que orbitam próximo ao buraco negro computacional, quando executam uma volta completo, eles parecem, em algum momento, passar "por cima do buraco negro". Mas o que acontece é justamente o redirecionamento das ondas luminosas pela deformação do espaço-tempo pelo buraco negro, assim como o esquema abaixo mostra:

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  1. ***Na verdade, TODA massa distorce o espaço-tempo, mesmo que aqueles pouco massivos, como os seres humanos, não apresentam qualquer alteração significante e que possa ser observada. Lembre-se que todos nós somos MUITO insignificantes!

É possível haver vida num planeta orbitando um buraco negro?

 A existência de uma zona habitável ao redor de um buraco negro supermassivo não é impossível, mas a gravidade intensa pode ser um problema extra.

Quando exoplanetas são estudados na busca por vida extraterrestre, os astrônomos geralmente definem uma “zona habitável” no sistema planetário onde as condições podem ter potencial para sustentar a vida. Essas zonas geralmente são aquelas onde as temperaturas do sistema planetário podem permitir a existência de água líquida em sua superfície, o que depende de fatores como a quantidade de luz que a estrela do sistema fornece e a que distância da estrela o planeta está.

Da mesma maneira, também é possível definir zonas habitáveis ​​em torno de buracos negros supermassivos, se é que existem planetas orbitando esse tipo de buraco negro. Só que esses planetas receberiam luz e calor de outras fontes distintas da luz solar como a conhecemos.

Por exemplo, esses buracos negros provavelmente teriam discos de acreção, os halos quentes de gás e matéria que se acumulam em torno de buracos negros. Esses discos podem ser muito brilhantes, fornecendo luz aos planetas que possam estar em órbita, mas provavelmente vai ser uma luz muito diferente da que recebemos aqui na Terra. Assim, com luz e calor, se houver água, algum tipo de vida como a conhecemos poderia sobreviver nesse planeta hipotético.

Ref. 1: Could Life Survive on a Planet Orbiting a Black Hole?

Um buraco negro com o seu disco de acreção. Imagem da NASA.

Poderia existir um planeta habitável orbitando uma gigante vermelha?

 



A UY Scuti não é um bom lugar para se pesquisar por vida nos seus planetas, se eles existirem. Veja as razões abaixo para uma estrela ter mais ou menos chance a abrigar planetas com vida

1. Tamanho da estrela:

a. estrelas muito grandes esgotam seu combustível nuclear em pouco tempo, 10 milhões de anos ou coisa assim. Esse é o caso da UY Scuti.

b. As estrelas grandes não dão tempo para seus planetas desenvolverem vida. Elas se transformam em gigantes vermelhas muito cedo, explodem e afetam severamente seus planetas, que já não tinham vida e dificilmente vão ter. A vida precisa de muito tempo e muita estabilidade para se desenvolver e prosperar.

c. Estrelas pequenas perduram por até 10 bilhões de anos fazendo a transformação de hidrogênio em hélio.

2. Idade

a. As estrelas muito velhas são pobres em metais e elementos químicos pesados à sua volta. Então seus planetas não têm elementos químicos importantes para desenvolver a vida além do carbono: oxigênio, fósforo, nitrogênio, magnésio, ferro, potássio, sódio, cálcio, etc..

b. Quem produz esses elementos químicos mais pesados é a explosão de estrelas supermassivas e no começo do universo esses elementos eram bem raros, porque poucas estrelas tinham explodido. Estrelas muito velhas não foram irrigadas nas suas cercanias com esses elementos e seus planetas devem ser só gasosos e não ter elementos químicos pesados.

c. Quem produz elementos químicos mais pesados que o ferro (até o ferro a fusão libera energia, acima dele é necessário colocar energia na fusão), são as colisões de coisas muito grandes no universo, quem sabe a colisão de estrelas de nêutrons ou buracos negros com estrela de neutrons, etc..

3. Arranjo de estrelas

a. Uma estrela solitária é mais propícia para abrigar vida. Um sistema binário ou ternário apresenta muitas variações nas radiações nos planetas. Uma hora eles podem estar longe das duas estrelas. Pouco tempo depois pode estar entre as duas, por exemplo. Essa variabilidade é ruim para criação de vida.

4. Posição da estrela no universo

a. É bom qua estrela esteja longe de outras e que sua região seja um tanto vazia. Regiões muito concentradas de estrelas sempre tem uma que emite muita radiação e há explosões frequentes de supernovas, que emitem muitos raios x e gama. Estar longe do centro da galáxia é bom, para ficar longe dessas radiações.

Planetas bom para abrigar vida

1. Um planeta rochoso e que tenha um diâmetro ente 1 e 4 vezes o diâmetro da Terra, são os mais fortes candidatos.

2. Um planeta grande assim, que tem até 10 vezes a massa da Terra e provavelmente tem material radioativo em grande quantidade para manter sua caldeira funcionado. O decaimento do material radioativo urânio, potássio e torio, provoca calor e correntes de magma ascendente. Esse magma bate na crosta, uma parte sai como vulcão, despeja lava e vai fazendo os continentes. Outra parte navega debaixo da crosta até esfriar e descer novamente. Ao empurrar a crosta, faz os movimentos das placas tectônicas, que empurra os continentes sobre o solo do oceano e com isso enterra os carbonatos. Uma vez no magma, esse carbono volta em forma de CO2 pelos vulcões e faz o efeito estufa, necessário para aquecer a superfície do planeta. Os oceanos retiram o CO2 da atmosfera, vão transformando em vida marinha e carbonatos, que são depositados no fundo deles. Quando esse fundo é sepultado ou empurrado para debaixo dos continentes, o CO2 volta à atmosfera por meio dos vulcões.

3. Uma planeta com esse tamanho e com esse caldeirão poderoso pode manter um magnetismo forte. Esse magnetismo impede a entrada dos ventos solares, que seriam prejudiciais à vida e protege a atmosfera de ser varrida por esse vento.

4. O planeta que estiver na zona habitável, onde se pode encontrar água em estado líquido, tem bem mais chances de abrigar vida. É uma condição necessária

5. Outra condição necessária é ter atmosfera densa. Quem provê isso é a gravidade do planeta e o magnetismo.

6. O planeta tem que ter uma órbita bem estável e quase circular ao redor da estrela, para não se aproximar muito dela

7. Ele deve oscilar pouco em torno do seu eixo e se tiver uma lua grande, como a Terra ou varias luas menores pode conseguir isso. A Lua grande, no caso da Terra, também contribui para as marés nos oceanos e que ajudam a moldar a costa litorânea e criar ambientes do tipo mangue, onde prolifera a vida marinha.

8. Se estiver um pouco inclinado, consegue ter estações do ano, o que também ajuda no desenvolvimento da vida.

Minha opinião é de que as condições para desenvolver a vida podem existir no universo, mas muitas condições têm que estar presentes. O desenvolvimento de vida pluricelular e inteligente tem barreiras muito difíceis de serem transpostas, deixando o ser humano uma coisa raríssima no universo.

Mais difícil ainda vai ser encontrar alguém, porque as distâncias são imensas e a quantidade de energia e tempo para chegar em outras estrelas, com seus sistemas de planetas ou até outras galáxias é quase um impossibilidade para nós humanos.

Se a Terra é assim tão rara e a vida inteligente é mais ainda, nós temos que preservar a Terra e a vida com um esforço enorme. Coisa que não estamos fazendo.

Quais são as chances de haver vida em um planeta que orbita na zona habitável?

 Uma das condições normalmente consideradas como essenciais para um planeta ser habitável é ele ter água líquida.

Em 1º lugar as hipóteses/chances de existir vida algures num planeta que se situe na zona habitável dependem de inúmeros factores, que não só a localização.

Basta pensar no nosso sistema solar, no caso de Marte. Teoricamente ainda se situa nos limites da zona habitável. Contudo…

Portanto, além da localização também há o aspecto temporal, quando? A Terra nos primeiros milhões de anos não teria as condições propicias à vida apesar de estar na zona habitável.

Quanto a planetas fora do nosso sistema solar- exoplanetas, com possibilidades de sustentar vida, (como nós a conhecemos) i.e estarem na zona habitável, os cientistas já detectaram vários, por exemplo o sistema Kepler 62. Veja esse artigo Número de exoplanetas candidatos e confirmados — Astronoo

Depois há, para a Via Láctea, a equação de Drake (1961) The Drake Equation , que permite um cálculo, do número de civilizações prováveis, com muitas variáveis:

No entanto, você não falou em civilizações, portanto a vida microbiana até pode ser que ainda venha a ser descoberta em Marte.

O que aconteceria se os humanos descobrissem vida inteligente em outros planetas?

 Muita coisa mudaria, e ao mesmo tempo também poderia ser que pouca coisa mudaria.

Depende do que fosse descoberto e como.

  • A descoberta

A grande questão se estamos sozinhos no universo poderia ou não ser finalmente respondida.

E aqui as coisas nunca são tão simples como podem parecer.

Digamos que era detetado um sinal que vinha de um planeta noutro sistema solar, a centenas de anos-luz do nosso. Isso seria só o início, mas um início muito importante.

Em primeiro lugar teríamos que decidir se respondiamos ou não. E para aqueles que podem estar a pensar… Para quê responder? A nossa resposta não vai levar centenas de anos a lá chegar?

Isso é o que precisaria ser visto. Pois tendo em consideração a quantidade de tempo que estamos a enviar sinais para o espaço, então uma civilização tão distante não deveria ter já respondido. E como tal existe a hipótese que possuem tecnologia que funciona mais rápido que a luz.

E se assim for, podemos responder e receber uma resposta em minutos, horas, dias. Quem sabe. Mas devemos receber uma resposta bem depressa.

Isso iria confirmar o nível tecnológico dessa espécie, como estando bem à frente do nosso nível tecnológico.

Por isso mesmo, disse que seria importante decidirmos se devíamos responder ou não. Pois ao não respondermos talvez conseguíssemos desviar atenção, ou não.

Seja como for pelo menos já saberíamos que não estamos sozinhos no universo. E não só não estamos sozinhos, mas há pelo menos um espécie bem mais avançada do que nossa, na nossa galáxia.

Isso por si só mudaria muita coisa no nosso mundo.

De um ponto de vista existencial, saberíamos que a nossa existência afinal não é nada de especial. E que até podemos ser apenas uma de várias civilizações na galáxia.

Isso também iria causar um alvoroço religioso. Pois como iria a religião explicar o fato, que nenhum dos seus livros sequer menciona que esses deuses criaram algo potencialmente melhor que nós, noutros planetas.

Parece ser algo importante de mencionar.

E essa descoberta poderia começar a fazer desabar completamente todas as religiões.

Pessoas diferentes e nações diferentes iriam reagir de maneira diferente.

Aposto que para algumas pessoas seria das descobertas mais fantásticas de sempre, enquanto que para outras pessoas seria a pior descoberta de sempre.

Claro que há um outro cenário também muito possível.

Recebemos uma mensagem mas não conosco em mente, e apenas mensagens de outra civilização que em tempos também tentou entrar em contato com outra civilização, mas entre esse tempo e agora já se extinguiram.

Isso não muda o fato que descobrimos vida noutro local no universo, mas essa espécie extraterrestre já não está viva.

E isso pode indicar que o Paradoxo de Fermi está mais correto do que gostaríamos. E que o motivo porque não estamos a receber mensagens de várias civilizações, é porque quando chegam a certo ponto na sua civilização, algo acontece e morrem.

Podem ser várias coisas que levam a isso. Guerra. Desastres naturais. Ou simplesmente quando a tecnologia de uma civilização chega a certo ponto, há um fator chave que leva ao extermínio da maioria, ou até mesmo todas.

E se chegarmos a essa conclusão então com uma descoberta virá outra ainda mais importante… Estamos condenados!

Esqueçam o que viram nos filmes e/ou séries. A nossa espécie há-de chegar a um ponto onde vai se extinguir, e não há nada que possamos fazer para o evitar.

  • Efeitos e consequências

O mundo nunca mais seria o mesmo. Não depois dessa descoberta.

De um lado, teríamos os líderes mundiais a tentarem concordar com um plano de ação mas também de prevenção. E de outro lado teríamos todos os fanáticos religiosos e malucos da conspiração, a tentarem aproveitar-se da situação, ao ponto de manipularem a narrativa a seu favor.

Serão tempos controversos e preocupantes.

Mas nada mais que outra grande questão… Conseguem cá chegar no nosso tempo de vida?

Afinal ter a capacidade de comunicarem mais rápido que a luz, não quer dizer que consigam viajar mais rápido que a luz, ou sequer que o queiram fazer mesmo que possam.

E aqui várias coisas podem acontecer.

 Se apenas podem comunicar mas não viajar mais rápido que a luz, então pelo menos nesse sentido haverá sempre uma barreira entre nós e eles.

Podemos até tentar negociar um tipo de troca de conhecimento. Onde nós enviamos coisas sobre nós e o nosso planeta, e os extraterrestres enviam coisas sobre eles. Possivelmente talvez uma ajuda em termos de tecnologia.

Trocas de conhecimento.

 Se conseguem comunicar e viajar mais rápido que a luz, então pode ser que venham até aqui, ou até pode ser que não tenham vontade nenhuma de vir até aqui.

Podem simplesmente determinar que não têm nada a ganhar em vir cá, e como tal ou só mantém comunicações ou até podem cortar todas as comunicações conosco.

 E também podemos ver-vos confrontados com o cenário de já viram a caminho.

Obviamente que se foram eles a dizerem que vêm a caminho, pode ser melhor. Pois se não têm más intenções, não terão motivos para esconder nada. Mas quem sabe como pensam ou como agem. Podem até dizer que vêm a caminho para acabar conosco mesmo porque sabem que não podemos fazer nada para os impedir.

Ou quem sabe. Podem ser uma forma de vida não biológica mas sim tecnológica, que assimila outras formas de vida. E aí sim, podem ter uma mentalidade, que para nós não faz sentido nenhum.

E claro se vierem a caminho seja porque motivo for, isso também irá causar preocupações em vários sentidos.

Desde não fazermos nada estúpido que possa despoletar uma guerra entre as nossas duas espécies, até à simples possibilidade que podem dizer que vêm com boas intenções mas quando cá chegam as intenções são tudo menos boas.

Independentemente do que aconteça, esse tipo de descoberta mudará para sempre a maneira como vemos o universo e até nós mesmos.