Aprendemos que o Sistema Solar possui 8 planetas contando com o nosso: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Até 2006, Plutão era considerado o nono planeta mas perdeu a classificação após a União Astronômica Internacional decidir que ele não atendia as condições que definiam o que era um planeta.
A busca por um nono planeta é algo que intriga astrônomos do mundo inteiro. Nos últimos anos, há uma atenção voltada para a possibilidade de um nono planeta do tamanho de Netuno chamado planeta X. Até hoje, não há nenhum indício observacional que esse planeta exista mas a busca por ele permanece ativa.
Agora, astrônomos estão estudando a possibilidade de planetas do tamanho de Marte habitarem o cinturão de Kuiper. O estudo foi publicado na The Astrophysical Journal Letters e investiga se durante a vida do Sistema Solar, planetas vagantes foram capturados pelo campo gravitacional do Sol.
O que faz de um planeta ser um planeta?
Desde que Plutão perdeu sua classificação em 2006, muitos questionam quando que um objeto astronômico pode ser chamado de planeta. A ideia mais propagada é que o tamanho é o que define a classificação de um objeto. A União Astronômica Internacional juntou uma série de condições que tem que ser satisfeitas para um objeto ser considerado planeta:
- Orbitar o Sol: é necessário que tenha uma órbita em torno do Sol devido ao campo gravitacional do mesmo.
- Ser esférico: para um objeto ser esférico é necessário que ele próprio tenha massa o suficiente para que seu campo gravitacional o molde em formato esférico. Isso exclui objetos como asteroides de serem planetas.
- Ter uma órbita dominante: o objeto tem que ser dominante na órbita e limpar sua órbita de forma gravitacional, ou seja, não ter outros objetos dominando a mesma região.
Para ser um planeta, um objeto precisa ter as três características determinadas pela União Astronômica Internacional. Ser um objeto pequeno não é uma visto que Mercúrio é um planeta mesmo sendo menor do que algumas luas.
Por que Plutão deixou de ser planeta?
Plutão satisfazia 2 das 3 condições impostas para caracterizar um planeta. O antigo planeta falha ao satisfazer a terceira condição de ter uma órbita dominante. Em sua órbita, Plutão divide a região com diversos objetos, inclusive Éris que possui tamanho semelhante à Plutão e também satisfaz as 2 primeiras condições.
Caso Plutão fosse mantido como planeta em sua classificação, seria necessário rever diversos objetos no Sistema Solar e reclassificá-los como planetas. Éris é um exemplo de planeta-anão que teria que ser reclassificado como planeta, além de outros objetos.
Cinturão de Kuiper
O local onde Plutão habita e divide sua órbita com outros objetos é dentro de uma região chamada de Cinturão de Kuiper. É uma região que tem um formato de donut e está localizado a 30 vezes a distância da Terra e Sol. É estimado que se estende até 50 vezes a distância Terra-Sol.
O cinturão é a divisão entre o final do Sistema Solar e o começo do espaço interestelar, ou seja, é realmente a borda do Sistema Solar que interage com o Universo. Caso um objeto interestelar se aproximasse da nossa vizinhança, a primeira interação seria com o Cinturão de Kuiper.
Planetas errantes
Os chamados planetas errantes ou planetas vagantes são planetas que não possuem um sistema planetário e não orbitam nenhuma estrelas. Esses planetas estão sozinhos pelo Universo e não interagem gravitacionalmente com nenhum outro corpo. A ideia é que eles se formaram em torno de uma estrela mas foram arremessados para fora do sistema.
Interações entre estrelas pode criar um caos gravitacional e fazer com que planetas que orbitem as estrelas ou até as próprias estrelas serem arremessadas. Efeito de estilingue gravitacional é observado no Universo e é natural que planetas errantes existam e viagem sozinhos pela galáxia.
Um novo lar para os planetas errantes
Estudo recente publicado na The Astrophysical Journal Letters investigar a possibilidade de planetas errantes terem sido capturados pelo campo gravitacional do Sol e estarem no Cinturão de Kuiper. O estudo estima que pode ter de milhões a bilhões de planetas, chamados de free-floating planets (FFPs), habitando o Cinturão.
Após rodar muitas simulações com diversos parâmetros, eles conseguiram estimar a quantidade e propriedades dos planetas. Alguns deles poderiam ser planetas do tamanho de Marte e classificados como planetas. O interessante sobre os FFPs é que seriam praticamente exoplanetas que estão agora habitando o Sistema Solar.
Por que seria um ganho para o Sistema Solar?
Os FFPs seria verdadeiros viajantes galácticos que podem ter diversas histórias de breves encontros com outras estrelas. Esses encontros podem ter deixado marcas que pela primeira vez seria possível estudar de perto. Além disso, por serem planetas rochosos e semelhantes à Marte, seria possível entender sobre habitabilidade deles.
Outro ponto seria estudar sua composição que poderia dar indícios de como eles se formaram. Considerando que o Cinturão de Kuiper traz cada vez mais interesse para astrônomos, seria possível enviar missões que estudassem esses planetas de forma bem próxima.
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