O Sol desempenha um papel fundamental em todo o Sistema Solar, principalmente, na Terra. Afinal, sem a iluminação e radiação solar, não haveria nenhum tipo de vida em nosso planeta. Além de fornecer uma enorme quantidade de energia na forma de luz e calor, o Sol é importante para diversos processos terrestres, desde a fotossíntese até a regulação climática.
Atualmente, os cientistas afirmam que o Sol deve funcionar normalmente por mais cinco bilhões de anos. É claro que nada acontecerá, e o universo continuará em sua normalidade. Mas você já parou para pensar o que ocorreria se surgisse um buraco negro supermassivo próximo do Sol?
Infelizmente, o objeto massivo 'engoliria' toda a nossa estrela e, consequentemente, a vida na Terra seria dizimada em apenas 8 minutos após a destruição solar. Mas e se fosse o contrário disso?
“As estrelas que abrigam um buraco negro no seu centro podem viver surpreendentemente muito tempo. Nosso Sol pode até ter um buraco negro tão massivo quanto o planeta Mercúrio em seu centro, sem que percebamos”, disse o pós-doutorando do Instituto Max Planck de Astrofísica (MPA) e professor assistente na Universidade de Yale, Earl Patrick Bellinger, que publicou um estudo abordando o tema.
Após se questionarem sobre o que aconteceria se o Sol engolisse um pequeno buraco negro, alguns pesquisadores até publicaram artigos sobre o tema. Afinal, o que poderia ocorrer se houvesse um buraco negro primordial dentro do Sol?
Para tentar explicar um pouco mais sobre este caso extremo, o TecMundo reuniu informações de especialistas, astrônomos e outros cientistas da área. Confira!
Um buraco negro dentro do Sol
Uma equipe de astrônomos questionou a possibilidade de o Sol 'engolir' um pequeno buraco negro primordial, ou seja, um objeto cósmico que surgiu nos primeiros momentos do universo após o Big Bang.
Os cientistas explicam que esse tipo de estrutura deve ter uma massa aproximadamente igual à de um asteroide, sendo menor até mesmo do que uma bola de beisebol. O estudo foi publicado na revista científica The Astrophysical Journal. Um buraco negro primordial em uma estrela não é algo tão incomum para a ciência; na verdade, isso é um fenômeno conhecido como estrela de Hawking.
Os astrônomos argumentam que os buracos negros primordiais podem ser usados para explicar mais sobre os mistérios do cosmos, como o que é a matéria escura. Alguns modelos teóricos até preveem que esses objetos são comuns no universo, portanto, não seria tão incomum se fosse encontrada uma estrela engolindo uma estrutura desse tipo.
Em um experimento mental, os pesquisadores apontam que se inúmeros buracos negros primordiais foi criado após o início do universo, alguns poderiam ser 'sugados' por estrelas em formação.
Neste caso, a estrela recém-formada o capturaria, e o objeto primordial ocuparia o centro da estrela. No entanto, o buraco negro cresceria lentamente devido ao alto fluxo de luminosidade dela. Após análises dos experimentos mentais, os astrônomos descobriram que seria mais difícil detectar uma estrela assim do que imaginavam, já que seria quase indistinguível compará-la com uma estrela normal.
“Mesmo que o Sol seja usado como exercício, há boas razões para pensar que as estrelas Hawking seriam comuns em aglomerados globulares e galáxias anãs ultrafracas. Isto significa que as estrelas Hawking podem ser uma ferramenta para testar a existência de buracos negros primordiais e o seu possível papel como matéria escura”, disse o professor, parceiro de Bellinger e coautor do estudo, Matt Caplan da Universidade Estadual de Illinois.
A ilustração acima apresenta as camadas do Sol; se for possível, o buraco negro primordial poderia estar alocado no núcleo da estrela.
A ilustração acima apresenta as camadas do Sol; se for possível, o buraco negro primordial poderia estar alocado no núcleo da estrela.
A principal diferença de uma estrela normal, como o Sol, para uma estrela que absorveu um objeto desse tipo ocorreria em seu núcleo, pois ele seria convectivo. Mesmo assim, as propriedades da estrela continuariam praticamente iguais, por isso seria tão difícil detectar um fenômeno dessa magnitude.
Ou seja, se os buracos negros primordiais realmente existirem, uma das formas de encontrá-los seria buscar pelas estrelas de Hawking por meio da astrossismologia, na qual os pesquisadores utilizam oscilações acústicas para compreender o núcleo de uma estrela.
De qualquer forma, é importante destacar que, atualmente, os cientistas não sabem se os buracos negros primordiais realmente existem no universo, pois ainda não houve nenhuma detecção. Contudo, os astrônomos ainda podem realizar experimentos mentais para tentar entender o que aconteceria se eles existissem e se uma estrela poderia capturar um durante sua formação, como no exemplo mencionado.
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