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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Sonda solar da Nasa capta imagens inéditas de Vênus em luz visível

 

 Sonda solar Parker, da Nasa, além de investigar os ventos solares, também volta seu foco para o planeta Vênus Imagem: Universidade Johns Hopkins/Divulgação

Na quarta-feira (9), a Nasa divulgou que a sonda solar Parker fez uma grande contribuição para a ciência venusiana. Novas imagens da missão focada no Sol, capturadas durante um sobrevoo próximo de Vênus, mostram o planeta em luz visível pela primeira vez. 

Segundo a agência espacial norte-americana, com o tempo e uma análise aprofundada, as novas imagens fornecerão informações valiosas sobre a geologia e minerais do planeta. “Combinando as novas imagens com as anteriores, os cientistas agora têm uma gama mais ampla de comprimentos de onda para estudar, o que pode ajudar a identificar quais minerais estão na superfície do planeta”. 

Tais técnicas, de acordo com o comunicado da agência, já foram usadas para estudar a superfície da Lua. “Futuras missões continuarão a expandir essa gama de comprimentos de onda, o que contribuirá para nossa compreensão dos planetas habitáveis”. 

A Sonda Solar Parker capturou essas imagens de Vênus usando seu instrumento WISPR durante seu quarto sobrevoo, em fevereiro de 2021, mostrando a superfície do lado noturno do planeta. Imagem: NASA/APL/NRL

A câmera de campo amplo da sonda (WISPR, na sigla em inglês) fez imagens de todo o lado noturno do planeta em luz visível, bem como luz infravermelha, revelando continentes, planícies e platôs no planeta encharcado de lava. Além disso, cientistas detectaram oxigênio na atmosfera de Vênus formando um círculo luminoso ao redor do planeta. 

Ver a superfície em luz visível não é pouca coisa, tendo em vista que Vênus está permanentemente envolto por nuvens. Essa não é a primeira vez que a WISPR captura imagens do planeta; ela já o tinha feito durante um sobrevoo em julho de 2020, o terceiro da missão. 

Projetada para captar sutilezas no fluxo constante de partículas que emanam do Sol, conhecido como vento solar, a WISPR também mira Vênus em razão de suas capacidades também funcionarem bem no planeta, não apenas mostrando seus topos de nuvens, mas até mesmo espiando até a superfície. “As nuvens obstruem a maior parte da luz visível proveniente da superfície de Vênus, mas os comprimentos de onda visíveis mais longos, que beiram os comprimentos de onda quase infravermelhos, passam por elas”, explicou a Nasa em comunicado. 

Uma imagem de Vênus tirada em julho de 2020, pelo instrumento WISPR na Sonda Solar Parker da NASA. Imagem: NASA/Johns Hopkins APL/Naval Research Laboratory/Guillermo Stenborg e Brendan Gallagher

Como a luz vermelha se perde principalmente em imagens à luz do dia, a esperança era que uma observação noturna permitisse que a câmera captasse o calor de Vênus irradiando da superfície. Essa chance veio com um sobrevoo de fevereiro do ano passado, no quarto sobrevoo da missão no planeta, quando a espaçonave passou por ali pela primeira vez à noite. 

“A temperatura na superfície de Vênus, mesmo à noite, é de cerca de 460 graus Celsius”, disse o autor principal do estudo, publicado no Geophysical Research Letters, Brian Wood, físico do Laboratório de Pesquisa Naval em Washington. “É tão quente que a superfície rochosa de Vênus está visivelmente brilhando, como um pedaço de ferro puxado de uma forja”. 

Segundo Wood, o WISPR captou comprimentos de onda que vão desde o infravermelho próximo (que era visível como calor) até a luz visível, entre 470 nanômetros e 800 nanômetros. Este trabalho se distingue de missões em órbita anteriores, que contaram com observações de radar e infravermelho para olhar para a superfície do planeta.

Fonte: Olhar Digital

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