Cientistas dos Estados Unidos informaram na quinta-feira que dois planetas distantes, mas semelhantes à Terra, e que alguns acreditavam que pudesse abrigar vida inteligente, na verdade não existem e foram confundidos com manchas solares.
Novo planeta capaz de abrigar vida tem estações extremas
O polêmico par de planetas, denominados Gliese d e Gliese g, a 22 anos-luz de distância, integram um conjunto de planetas potencialmente similares à Terra, que foram identificados por astrônomos.
Distantes demais para ser observados a olho nu ou com um telescópio, foram descobertos graças a uma técnica chamada de "velocidade radial Doppler", na órbita de uma estrela fria e vermelha chamada Gliese 581.
O método capta luz estelar (a mais sensível) do telescópio e analisa seus comprimentos de onda. Ele pode, inclusive, revelar a massa de um planeta. Mas astrônomos da Universidade Estadual da Pensilvânia agora descobriram que Gliese 581 g e d não eram planetas, apenas um sinal confuso de uma estrela.
— O que acreditávamos anteriormente que fosse um sinal planetário, foi causado por uma atividade estelar — disse Suvrath Mahadevan, coautor do estudo, publicado na revista Science e professor assistente do departamento de Astronomia e Astrofísica.
Em outras palavras, os campos magnéticos ou as manchas solares podem ter interferido no sinal que os astrônomos estavam interpretando. O estudo destacou que "a intensa atividade magnética estelar (...) criou falsos sinais planetários para (Gliese) d e g". Os cientistas já tinham descartado a existência de um terceiro planeta, Gliese f.
Descobrindo exoplanetas
Os astrônomos têm duas formas de detectar planetas remotos. A missão Kepler, da Nasa, observa a luz tênue de uma estrela quando um planeta passa em frente a ela. Essa técnica pode indicar aos astrônomos o tamanho aproximado de um planeta, mas não a massa. Outra forma, a única usada no estudo da Science, é a mencionada velocidade radial Doppler.
— Os astrônomos fizeram um grande avanço, sendo capazes de detectar planetas similares à Terra (de pequeno tamanho, massa leve e com distâncias similares às suas estrelas) — disse Eric Ford, professor de Astronomia na Universidade da Pensilvânia e que não participou do estudo.
Mahadevan disse que são necessários mais estudos para determinar quantos planetas semelhantes à Terra descobertos poderiam ser um único sinal equivocado, disse.
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