Você mora na periferia de uma cidade do interior. Em termos cósmicos, pelo menos. Sua casa é uma rocha cheia d’água que gira num cantinho da galáxia, bem longe do movimentado centro. O Sol, esse reator nuclear com diâmetro de 1,4 milhão de quilômetros, é só uma entre os 300 bilhões de estrelas da Via Láctea. Uma galáxia bem pacata, por sinal. A verdadeira megalópole deste pedaço do Universo é Andrômeda, nossa galáxia vizinha, com 1 trilhão de sóis.
Não, não estamos nada sozinhos no Cosmos. Além de Andrômeda, há pelo menos outros 125 bilhões de galáxias no Universo visível. E, se respeitarmos a lógica, o que não falta em cada uma delas são planetas, muitos planetas. Como disse o astrônomo Carl Sagan sobre a vida lá fora: “Deve haver bilhões de trilhões de mundos. Então por que só nós, jogados aqui num canto esquecido do Universo, seríamos afortunados?”
A descoberta de que estamos no meio de um Universo tão vasto e rico é relativamente recente: começou na 2a metade do século 20. E as provas de que, sim, existem mesmo planetas em outras estrelas se trata de algo mais novo ainda. Isso tudo deu uma guinada na ciência, a ponto de a exobiologia, que estuda a possibilidade de vida fora da Terra, ter subido de status. “Quando cunharam o termo exobiologia, [nos anos 60] ele foi ridicularizado como uma ‘ciência sem objeto de estudo’.? Mas a maré científica mudou e hoje há um entusiasmo crescente em tentar achar vida em outros lugares do Universo”, diz a astrônoma Jill Tarter, da Universidade da Califórnia, no livro The Search for Life in the Universe, (“A Busca da Vida no Universo”), inédito em português.
Outros vão mais longe e apostam que não só a vida é inevitável lá fora mas civilizações tão ou mais avançadas que a nossa também. Como já disse o físico de Harvard Paul Horowitz: “Vida inteligente no Universo? Garantido. Na nossa galáxia? Extremamente provável”.
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