O universo é uma caixinha de surpresas, e a da vez é que, acredite, também chove no sol. Sim, o nosso sol, aquela bola de fogo, também experimenta um dos fenômenos mais agradáveis que podemos admirar aqui na Terra. Assim como nós, ele tem períodos de mau tempo, com ventos fortes e chuvas.
Antes de você começar a se descabelar achando que está tudo errado no mundo mesmo e esses males são tão grandes que até já chegaram no sol, eu aviso: tem uma diferença. Você não queria que eu entregasse o jogo logo de cara, né?
Ao contrário das tempestades terrestres, a chuva que acontece lá no sol, conhecida como “chuva coronal”, é feita de gás eletricamente carregado de plasma, e as quedas acontecem a partir da atmosfera exterior do astro, a cerca de 200 mil quilômetros por hora. O que me leva a crer que, bom, não seria lá tão refrescante sentir essa chuva no rosto em uma tarde de verão.
O sistema solar que poderia conter 60 Terras
Como se não bastasse essa velocidade de queda inimaginável, as milhares de “gotículas” que compõem essa chuva coronal são, cada uma delas, do tamanho da Irlanda. Pensa: UMA GOTA do tamanho de um país inteiro.
Agora, uma equipe de físicos solares, liderada pelo Dr. Eamon Scullion da Universidade Trinity College (de Dublin), tem reunido conhecimentos e evidências para formular uma explicação para esse fenômeno que no mínimo é intrigante.
A história da chuva coronal
A chuva coronal foi descoberta há quase 40 anos. Naquela época, os equipamentos disponíveis não eram capazes de fornecer maiores informações e detalhes a respeito do fenômeno. Hoje a história é diferente. Os físicos solares agora são capazes de estudar a chuva solar com muitos detalhes, porque contam com a ajuda de peso do Telescópio Solar Sueco (SST) 1-m. Com ele, os cientistas podem ver mudanças regulares no “clima” solar” – bem como a chuva que acontece periodicamente por lá.
O processo de formação das chuvas do sol é, curiosa e surpreendentemente, similar ao processo de formação das chuvas que acontecem aqui na Terra. Se as condições na atmosfera solar estão ideais, há nuvens de calor e o plasma denso pode naturalmente resfriar e condensar e, eventualmente, cair de volta para a superfície solar, em forma de gotas de chuva coronal.
Em comparação com o clima terrestre, o material que compõe essas nuvens de calor atinge a coroa solar por meio de um processo de evaporação rápida. Mas, nesse caso, a evaporação é causada por erupções solares, as mais poderosas explosões do sistema solar que ajudam a aquecer a atmosfera exterior do sol.
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