Pesquisadores da Universidade de Queensland (Austrália) simularam uma viagem no tempo usando partículas de luz, os fótons.
A viagem no tempo é uma questão polêmica na ciência: seria realmente possível? Físicos e filósofos tendem a acreditar que não, especialmente por causa do paradoxo descoberto por Kurt Gödel em 1949, conhecido como “paradoxo dos avós”, onde um viajante do tempo poderia impedir seus avós de se conhecerem, evitando, assim, seu próprio nascimento.
Agora, cientistas mostraram, pela primeira vez, que dois fótons que viajam no tempo iriam interagir, sugerindo que, pelo menos em um nível quântico, saltar ao longo do tempo pode ser possível.
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Na simulação, os pesquisadores examinaram dois resultados possíveis para um fóton viajando no tempo.
No primeiro, o fóton número um viajaria através de um buraco de minhoca para o passado e interagiria com a sua versão mais antiga. No segundo, o fóton dois viaja através do espaço-tempo normal, mas interage com um fóton que está preso em um loop que viaja no tempo através de um buraco de minhoca, conhecido como curva fechada de tipo tempo.
Esse estudo mostra que a viagem no tempo é possível em um nível quântico (o que refere-se as menores partículas que podem existir de forma independente, como fótons). Se esta mesma simulação é possível para partículas maiores ou grupos de partículas, tais como átomos, ainda não sabemos.
Pesquisadores realizam “viagem no tempo molecular”
Einstein x mecânica quântica
Em 1991, foi previsto pela primeira vez que a viagem no tempo seria possível no “mundo quântico”, porque as partículas quânticas se comportam de maneira quase totalmente diferente dos outros reinos da física.
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“A questão da viagem no tempo liga duas das nossas teorias físicas mais bem-sucedidas ainda incompatíveis – a relatividade geral de Einstein e a mecânica quântica”, disse Martin Ringbauer, da Escola de Matemática e Física da Universidade de Queensland. “A teoria de Einstein descreve o mundo na escala muito grande de estrelas e galáxias, enquanto a mecânica quântica é uma excelente descrição do mundo na pequena escala de átomos e moléculas”.
A teoria de Einstein sugere a possibilidade de viajar para trás no tempo, seguindo um caminho de espaço-tempo que retorna ao ponto de partida no espaço, em uma curva fechada de tipo tempo.
No entanto, essa ideia causa o paradoxo dos avós. A viagem no tempo no mundo quântico poderia evitar esse contrassenso.
“As propriedades de partículas quânticas são ‘difusas’ ou incertas, de modo que lhes dá espaço de manobra suficiente para evitar situações de viagem no tempo inconsistentes”, disse Tim Ralph, professor de física da Universidade de Queensland. “Nosso estudo fornece insights sobre onde e como a natureza pode se comportar diferentemente do que nossas teorias preveem”.
Exemplos das possibilidades intrigantes na presença de curvas fechadas incluem a violação do princípio da incerteza de Heisenberg, a criptografia quântica e a clonagem de estados quânticos.
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