A matéria escura é um dos maiores mistérios do nosso universo. Apesar de diferentes evidências apontarem para sua existência, ela é invisível e sua detecção tem se revelado um desafio.
A atração gravitacional da matéria escura “curva” a luz a partir de regiões distantes do cosmos. É o que mantém as galáxias, como a nossa Via Láctea, no seu lugar, bem como impede que aglomerados se dispersem para o vazio do espaço profundo. Sem a matéria escura, não teria havido suficiente gravidade para formar galáxias em primeiro lugar.
Com base nessas linhas de pensamento, postulamos que deve existir 6 vezes mais matéria escura do que a normal, que constitui planetas, estrelas e toda a vida que conhecemos, no universo. No entanto, sua verdadeira natureza permanece um enigma, já que ninguém foi capaz de detectá-la diretamente.
O novo detector LUX (Large Underground Xenon), situado cerca de 1.480 metros abaixo do solo em uma mina de ouro abandonada em Dakota do Sul (EUA), foi projetado para finalmente trazer a matéria escura a nossa vista.
Os físicos Rick Gaitskell da Universidade de Brown (EUA) e Dan McKinsey já apresentaram os resultados da primeira execução integral de seu experimento. Eles não encontraram a matéria escura ainda – ninguém esperava que fosse fácil -, mas seus dados são um grande avanço. Depois de apenas três meses de operação, o LUX alcançou 3 a 20 vezes a sensibilidade de qualquer outro experimento de matéria escura já feito.
Esses resultados lançam sérias dúvidas sobre outras reivindicações controversas de cientistas que dizem ter encontrado evidências de partículas de matéria escura colidindo com átomos comuns. Se eles estivessem certos, o LUX, mais sensível, teria visto uma enxurrada de colisões, o que não aconteceu.
LUX está varrendo uma década de incerteza e melhorando a pesquisa sobre o ainda desconhecido universo escuro. Durante o próximo ano, o detector vai continuar a recolher dados, obtendo uma nova visão do que está lá fora.
Se LUX não conseguir identificar a elusiva matéria escura, os pesquisadores do projeto já estão pensando no próximo passo: um novo detector, ainda mais potente, chamado LUX-ZEPLIN (qualquer semelhança com a banda de rock é – ou não, não sabemos – mera coincidência).
Então, quais são as chances da descoberta da matéria escura acontecer em breve? Gaitskell se recusa a morder a isca e responder a essa pergunta. “Não seria ciência se tivesse garantias, e, francamente, seria um pouco chato. Mas não buscaríamos algo se fosse uma causa perdida”, disse.
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