Uma equipe de pesquisadores desenvolveu uma forma de medir as propriedades internas de estrelas – um método que oferece avaliações mais precisas dos planetas em órbita nelas. A pesquisa foi conduzida por uma equipe multinacional de cientistas, incluindo físicos da Universidade de Nova York, da Universidade de Princeton (ambas nos EUA) e do Instituto Max Planck (Alemanha).
Os pesquisadores examinaram a HD 52265, uma estrela de cerca de 92 anos-luz de distância e quase 20% mais massa do que o sol. Mais de uma década atrás, os cientistas identificaram um exoplaneta (um planeta fora do nosso sistema solar) na órbita da estrela. A HD 52265, então, serviu como modelo ideal para medir propriedades das estrelas e saber como essas propriedades podem lançar luz sobre sistemas planetários.
Anteriormente, os cientistas analisavam as propriedades das estrelas como raio, massa e idade considerando as observações de seu brilho e cor. Muitas vezes, as propriedades dessas estrelas não eram conhecidas com precisão suficiente para caracterizar ainda mais os planetas próximos a elas.
No novo estudo, os cientistas adotaram uma abordagem diferente para caracterizar os sistemas planetários em volta de estrelas: sismologia, que identifica as propriedades internas de estrelas medindo suas oscilações de superfície. Alguns compararam essa abordagem com o uso dos sismólogos de oscilações sísmicas para examinar o interior da Terra.
Eles foram capazes de fazer várias avaliações de traços da estrela, incluindo a sua massa, raio, idade e – pela primeira vez – a rotação interna. Os pesquisadores usaram o telescópio espacial CoRoT, parte de uma missão espacial liderada pela Agência Espacial Francesa em conjunto com a Agência Espacial Europeia para detectar pequenas variações na intensidade da luz das estrelas. Assim, confirmaram a validade dos resultados sísmicos, comparando-os com medições independentes de fenômenos relacionados. Estes incluíram o movimento de manchas escuras na superfície da estrela e sua velocidade de rotação espectroscópica.
Ao contrário de outros métodos, a técnica de sismologia retorna tanto o período de rotação da estrela quanto a inclinação do eixo de rotação para a linha de visão.
Os cientistas puderam, então, usar essas conclusões para tomar uma decisão mais definitiva sobre um exoplaneta em órbita na estrela. Embora ele já havia sido identificado como exoplaneta por outros cientistas, algumas dúvidas foram levantadas sobre esta conclusão, indicando que o planeta poderia ser na verdade uma anã marrom – um objeto muito pequeno para ser uma estrela e muito grande para ser um planeta.
Mas, armados com os cálculos precisos que vieram com o estudo da sismologia, os pesquisadores foram capazes de aumentar a segurança da conclusão anterior. Especificamente, devido à inclinação do eixo de rotação da HD 52265 e a massa mínima exoplanetária vizinha, os pesquisadores conseguiram deduzir a verdadeira massa do último – cerca de duas vezes maior que o planeta Júpiter e, por conseguinte, demasiado pequeno para ser uma anã marrom.