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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Núcleo da Terra é tão quente quanto a superfície do sol ?



Segundo um novo estudo francês, o núcleo interno da Terra é 1.000 graus Celsius mais quente do que pensávamos anteriormente.
As novas medições revelam que a temperatura do núcleo interno da Terra é de 6.000 graus Celsius, tão quente quanto a superfície do sol.

Esse número corresponde a outras estimativas que sugerem uma diferença de temperatura entre o núcleo sólido e o manto de pelo menos 1.500 graus Celsius, fator que contribui para a presença de um campo magnético na Terra.
A diferença de temperatura entre o núcleo e o manto poderia explica como a Terra gera o campo magnético.

O planeta tem um núcleo interior sólido rodeado por uma cápsula externa de líquido, o qual, por sua vez, possui o manto sólido, mas flutuante, acima. É preciso haver uma diferença de 1.500 graus Celsius entre o núcleo e o manto para estimular “movimentos térmicos” que, juntamente com a rotação da Terra, criam o campo magnético.
A temperatura do núcleo medida anteriormente não demonstrava um diferencial suficiente, o que intrigou pesquisadores por duas décadas.
O estudo
Estimativas anteriores baseadas na medição da fusão de ferro colocavam a temperatura do núcleo em 5.000 graus Celsius.
A nova técnica utilizou rápida difração de raios-X, e permitiu aos pesquisadores sondar pequenas amostras de partículas de ferro a pressões intensas para obter uma melhor noção de como o ferro forma cristais e derrete.

Um desafio para os pesquisadores foi o de replicar as pressões monumentais na fronteira do núcleo – um milhão de vezes maior do que ao nível do mar.
Para conseguir isso, eles usaram um dispositivo chamado bigorna de diamante estática aquecida a laser. Com esta ferramenta, os cientistas foram capazes de pegar uma pequena amostra de ferro e colocá-la entre os pontos de dois diamantes sintéticos. O ferro foi posto sob alta pressão e atingido por lasers.
Em seguida, os pesquisadores analisaram a forma como os raios-X ricochetearam os núcleos dos átomos de ferro. Conforme o ferro mudou de sólido para líquido, os cientistas observaram alterações nos padrões de difração, que por sua vez forneceram os dados necessários para medir estados parcialmente fundidos de ferro.
Os pesquisadores descobriram que o ferro tem um ponto de fusão de 4.800 graus Celsius em 2,2 milhões de atmosferas de pressão (até 200 GPa). Extrapolando para 3,3 milhões de atmosferas (a estimativa da pressão entre o núcleo líquido e sólido), os cientistas chegaram ao valor de 6.000 graus Celsius.

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