Essa descoberta científica veio de casa: pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) encontraram uma “estrela gêmea” do nosso sol, nomeada “CoRot Sol 1”, que possui massa e composição química equivalentes às do nosso astro rei.
Por ser mais velha, a CoRot Sol 1 poderia ajudar a prever o futuro próximo da estrela central do nosso sistema solar, além de dar aos astrônomos a oportunidade de testar as atuais teorias da evolução estelar e solar.
A descoberta
Os pesquisadores encontraram a estrela através de dados registrados pelo satélite CoRoT, lançado em 2006 e operado a partir do Havaí.
O satélite CoRoT forneceu informações sobre mais de 250.000 estrelas aos pesquisadores. A partir desse material, eles criaram métodos de seleção até reduzir o número de candidatas a gêmeas solares a quatro.
Por fim, apenas uma, a CoRot Sol 1, foi escolhida. O número 1 indica que os pesquisadores esperam encontrar mais astros semelhantes ao sol. “Temos uma lista de 100 boas candidatas, além de trinta que foram descritas no artigo”, explica José Dias do Nascimento, professor do departamento de Física Teórica e Experimental da UFRN, e principal autor do estudo.
A estrela
Observações feitas com o uso do telescópio Subaru, operado pelo Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ), indicam que CoRot Sol 1 tem cerca de 6,7 bilhões de anos, contra aproximadamente 4,5 bilhões do sol – ou seja, ela é cerca de 2 bilhões de anos mais velha.
CoRot Sol 1 tem um período de rotação de aproximadamente 29 dias, mais ou menos 5 dias, enquanto o período de rotação do sol é estimado em 27 dias, mais ou menos 2 dias.
Ao contrário das outras gêmeas solares, que são relativamente brilhantes, a CoRoT Sol 1 tem um brilho 200 vezes mais fraco do que o do sol.
Ela se localiza na constelação de Unicórnio, a 2.700 anos-luz de distância da Terra. Ela é a gêmea solar mais madura e distante da Via Láctea já encontrada.
O futuro
Uma vez que o sol é a estrela mais próxima da Terra, tem sido extensivamente estudada em uma variedade de maneiras. Apesar dos esforços consideráveis dos astrônomos, no entanto, nós não sabemos ainda quão típica é nossa estrela.
Exceto para as estrelas mais jovens, a verdadeira rotação daquelas semelhantes ao sol é desconhecida, e existem poucos estudos de gêmeos solares maduros ou mais evoluídos.
A descoberta de uma estrela mais velha com composição parecida com a do sol pode ajudar cientistas a estudar o futuro do nosso astro, já que a massa e composição química de uma estrela são as características principais que determinam a sua evolução.
“Em dois bilhões de anos, quando o sol tiver a idade atual da CoRot Sol 1, a radiação emitida por ele deve aumentar e tornar a superfície da Terra tão quente que não haverá mais água no estado líquido”, conta Nascimento.
A equipe planeja usar o telescópio Subaru para continuar a investigação sobre novas estrelas similares ao sol.
Além de Nascimento, a equipe de cientistas responsável pela descoberta é composta Jefferson Soares Costa e Matthieu Castro, também da UFRN, Yochi Takeda, do Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ), Gustavo Porto de Mello, do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Jorge Melendéz, da Universidade de São Paulo (USP).
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