Uma equipe de pesquisadores liderada por Jay Farihi, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, descobriu duas estrelas mortas, localizadas a 150 anos-luz da Terra, contaminadas com detritos que podem formar novos mundos. O material pode ser sido capturado de planetas extintos. “Nós identificamos evidências químicas para os blocos de construção dos planetas rochosos”, disse Farihi.
A descoberta foi feita através do Telescópio Espacial Hubble, da NASA/ESA. Os cientistas estudaram duas estrelas anãs brancas mortas no aglomerado de Hyades, um agrupamento de estrelas com 625 milhões de anos de idade, na constelação de Touro. Eles buscaram sinais de formação de planetas neste tipo de estrelas, e Farihi afirma: “Quando essas estrelas nasceram, elas construíram os planetas, e há uma boa chance de que atualmente elas retenham alguns fragmentos. O material que estamos vendo é uma prova disso”.
“Normalmente, as anãs brancas são como pedaços de papel em branco, contendo apenas elementos leves, como hidrogênio e hélio”, explica o pesquisador. Ele ainda ressalta que as atmosferas das anãs brancas são normalmente bastante “limpas”, com elementos mais pesados aglomerados no núcleo.
O que eles descobriram com as observações do Hubble é que o silício – elemento de bastante destaque no material rochoso que formou a Terra – foi encontrado na atmosfera de duas anãs brancas. “O silício pode ter vindo de asteroides que foram fragmentados pela gravidade das anãs brancas, quando passou muito perto das estrelas mortas”, acrescenta Fahiri.
Os pesquisadores também identificaram baixos níveis de carbono, que ajuda a determinar as propriedades e origem de fragmentos planetários, e geralmente está esgotado ou ausente em material parecido com a Terra.
O material pode ser proveniente dos restos de planetas rochosos que se formaram quando essas estrelas nasceram. Após as estrelas reduzirem-se em anãs brancas, elas podem ter capturado de volta parte desses detritos, os mantendo em órbita ou fazendo-os colidir com sua atmosfera, uma vez que sua força gravitacional se tornou maior.
A nova descoberta sugere que a formação de planetas em aglomerados estelares pode ser mais comum do que se acreditava anteriormente, por isso a equipe de Fahiri pretende analisar mais anãs brancas mais usando a mesma técnica
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