Para que qualquer coisa no Universo tenha um propósito, você tem que postular um propósito para o Universo.
A única indicação de um propósito para o Universo é o par de fatos espantoso de que as leis fundamentais da física são complicadas o suficiente para causar a formação de físicos, sem qualquer interferência externa, e ainda assim simples o suficiente para que os físicos formados desta forma conseguem descobrir estas leis fundamentais da física. Se você insistir que o Universo tem um propósito, a suposição mais viável é que este propósito é o de ser um sistema capaz de auto-compreensão, sem outra interferência externa além da criação destas leis fundamentais da física.
Em particular, a teoria da gravitação de Einstein forma uma cadeia de inferências elegante. Entretanto, os objetos conhecidos como buracos negros, citados na questão, não parecem ter propósito algum.
O problema básico é que o lado direito das equações de campo de Einstein contém toda a energia (mais especificamente, o tensor de energia-momento-stress), e isso inclui a energia do próprio campo gravitacional. Ese aspecto é o que dá à equação de campo a tendência de sair de controle, levando a uma singularidade.
Em outros respeitos, entretanto, ter toda a energia (junto com o momento e o stress) no lado direito é uma grande simplificação, por que isso faz o lado direito um tensor em um espaço-tempo de quatro dimensões. Então talvez os buracos negros sejam apenas um efeito colateral do tema geral de simplicidade que parece caracterizar o Universo. Como não há interação possível entre os lados interno e externo de um horizonte de eventos, ele não acrescenta muita complexidade ao Universo, então talvez aceitar esse efeito colateral seja o melhor para trazer a simplificação que é concomitante com o suposto propósito do Universo acima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário