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sábado, 19 de julho de 2025

Como é que podemos saber que existem outras galáxias se nem mesmo conseguimos sair da nossa?

 Nesta foto eu estou ao lado do telescópio de 100 polegadas (2,54 m) dentro do observatório Monte Wilson.

Vou deixar para outra oportunidade a história de como cheguei aí. A razão para eu subir a montanha para vê-lo é porque ele é o mais famoso telescópio terrestre no mundo, e era o mais famoso até que fizemos outro telescópio com o nome do cara que criou este telescópio e o lançamos no espaço.

Antes de Edwin Hubble começar a trabalhar aqui, a "Via Láctea", a "galáxia" e o "universo" eram palavras que significavam a mesma coisa. Até onde as pessoas podiam saber, o Universo era um disco de estrelas nos rodeando, umas poucas das mais próximas eram visíveis a olho nu parecendo como um aglomerado de luz difusa no céu noturno. Além de alguns borrões chamados "nébulas", ninguém tinha ideia de que havia outras coisas além.

Em 1923, usando o telescópio Hooker de 100 polegadas, Hubble descobriu que a maior destas manchas, que na época era conhecida como nebulosa de Andrômeda, era feita de incontáveis estrelas individuais. Ele então examinou sua estrutura espiral e concluiu que as estrelas em nossa volta também tinham uma estrutura similar. Hubble concluiu que Andrômeda não era uma mera nuvem, mas um "universo-ilha" como a Via Láctea, apesar desse nome ser abandonado em seguida em favor de um universo cheio de galáxias.

A princípio, as distâncias eram estimadas usando a paralaxe da Terra conforme esta orbitava o Sol, mas este método não era muito útil quando aplicado às vastas distâncias entre as galáxias. Em vez disso, pesquisadores descobriram que certos tipos de estrelas podem ser identificadas pelo seu espectro e comportamento, e seu espectro era consistentemente deslocado para o vermelho conforme a distância. Esta descoberta permitiu que medíssemos a distância a Andrômeda, de cerca de 2,5 milhões de anos-luz, e a distância ao centro de nossa própria galáxia, de cerca de 25.000 anos-luz.

Sentado em uma cadeirinha de madeira, naquela sala em que eu estou sorrindo, Hubble redefiniu toda a criação. Então ele refez tudo novamente, provando não só que o Universo é quase inconcebivelmente maior do que imaginávamos, mas que ele também está em expansão.

E isso, senhoras e gentis seres, é o motivo por que quando eu fui convidado a voar para Los Angeles para receber um prêmio de escritor, eu aluguei um carro em uma cidade mundialmente famosa por seu tráfego e dirigi pelas nuvens para ver um telescópio aposentado.

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