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quinta-feira, 25 de maio de 2017

Viagem no tempo é possível com TARDIS do espaço-tempo



Um matemático e um físico canadenses criaram um modelo matemático para uma máquina do tempo que, ainda que não seja viável no presente, também não se pode dizer que seja impossível de ser construída. David Tsang e Ben Tippett, da Universidade da Colúmbia Britânica, são especialistas na teoria de Einstein e em buracos negros - mas confessam que também gostam de ficção científica nas horas vagas.
"As pessoas pensam que viagens no tempo sejam algo ficcional. E nós tendemos a pensar que não é possível porque não o fazemos de fato. Mas, matematicamente, é possível," garante Tippett.

E, usando matemática e física, eles provaram.
Deduzindo fórmulas e triturando um bocado de números, Tsang e Tippett criaram um modelo matemático de uma TARDIS - o nome foi obviamente dado em homenagem à máquina do tempo do Dr. Who, mas eles conseguiram forjar uma sigla que fizesse sentido em seu trabalho: Traversable Acausal Retrograde Domain in Space-time, algo como domínio retrógrado não-causal no espaço-tempo. 

Máquina do espaço-tempo
Os dois pesquisadores descrevem sua máquina do tempo como uma bolha na geometria espaço-tempo que transporta seu conteúdo para trás e para a frente através do espaço e do tempo enquanto percorre um grande caminho circular. Os cálculos indicam que a bolha, em determinadas condições, se move através do espaço-tempo a velocidades maiores do que a velocidade da luz, permitindo que ela se mova para trás no tempo.
Para explicar isso, a dupla defende que a divisão do espaço em três dimensões, com o tempo em uma dimensão separada, é incorreta. As quatro dimensões devem ser imaginadas simultaneamente, afirmam, onde diferentes direções estão conectadas, como um contínuo espaço-tempo. 

Usando a teoria de Einstein, eles explicam que é a curvatura do espaço-tempo a responsável pelas órbitas curvas dos planetas. Em um espaço-tempo "plano", ou não-curvado, os planetas e estrelas iriam se mover em linhas retas. Contudo, na vizinhança de uma estrela, que tem massa enorme, a geometria do espaço-tempo torna-se curva e as trajetórias retas dos planetas próximos seguirão a curvatura e circularão ao redor da estrela.

"A direção temporal da superfície do espaço-tempo também apresenta uma curvatura. Existem evidências mostrando que, quanto mais perto de um buraco negro estivermos, mais lentamente o tempo se move. [Nosso] modelo de uma máquina do tempo usa o espaço-tempo curvo para dobrar o tempo em um círculo para os passageiros, e não colocá-lo em uma linha reta. Esse círculo nos leva de volta no tempo," explica Tippett.

Matéria exótica

Embora seja possível descrever esse tipo de viagem no tempo usando equações matemáticas, os pesquisadores duvidam que alguém chegue a construir uma máquina para demonstrar esse princípio porque o material para isso não existe - ainda.
"H.G. Wells popularizou o termo 'máquina do tempo' e deixou as pessoas com a ideia de que um explorador precisaria de uma 'máquina ou caixa especial' para realmente realizar viagens no tempo. Embora seja matematicamente viável, ainda não é possível construir uma máquina do espaço-tempo porque precisaríamos de materiais - que chamamos de matéria exótica - para dobrar o espaço-tempo nesses modos impossíveis, mas eles ainda não foram descobertos.
"Estudar o espaço-tempo é tanto fascinante quanto problemático. E também é uma maneira divertida de usar a matemática e a física. Especialistas em meu campo têm explorado a possibilidade de máquinas matemáticas do tempo desde 1949. E [nossa pesquisa] apresenta um novo método para fazer essas viagens," concluiu Tippett.

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