Vamos falar sobre uma curiosa combinação de movimentos que causa um interessante resultado, facilmente notado por todos que gostam de observar a Lua. Mesmo sem qualquer equipamento. Um objeto celeste possui rotação síncrona se seu período de rotação é igual ao seu período orbital ao redor de outro corpo. A Lua e outros grandes satélites planetários do Sistema Solar possuem rotação síncrona. Muitos dos leitores já ouviram falar na Face Oculta da Lua. Nosso satélite natural completa uma volta ao redor do próprio eixo (movimento de rotação) no mesmo tempo que leva para completar uma volta ao redor da Terra, 27,3 dias. Uma conseqüência perceptível dessa rotação síncrona é que a Lua nos mostra sempre uma mesma face, e a chamada face oculta é uma região lunar que nunca é vista da Terra. Em muitos livros aparece a informação incorreta de que a Lua não possui rotação. Esse engano vem da idéia de que se não vemos a metade de um objeto, então ele não gira. Isso pode ser válido para objetos que não se deslocam em relação a um observador, o que não é o caso da Lua em relação à Terra. Note que se a Lua não tivesse rotação, aí sim é que nós veríamos a região conhecida como face oculta! A face oculta só é oculta, de fato, porque à medida que a Lua gira em torno da Terra ela também gira em torno de si mesma, completando ambos os movimentos no mesmo tempo. Desse modo, nosso satélite mantém sempre uma mesma face voltada para nós. A face oculta da Lua é algumas vezes erroneamente chamada de lado escuro da Lua. Nos países de língua inglesa, essa nomenclatura falha é largamente utilizada, e aparece, inclusive, no título de um dos trabalhos mais importantes do Rock progressivo, o álbum The Dark Side of the Moon, da banda Pink Floyd. A face oculta é iluminada pelo Sol da mesma forma que a face que podemos visualizar, de modo que chamá-la de lado escuro é um grande erro. Depois da Lua cheia, quando a parte visível de nosso satélite começa a ser progressivamente menos iluminada pelo Sol, a face oculta está sendo progressivamente mais iluminada. Na Lua nova, a face voltada para nós está escura, enquanto a face oculta está iluminada. Procure reparar nas próximas noites de lua os padrões de manchas na superfície lunar e note como ele não muda de maneira perceptível com o passar dos dias. Muitos conseguem enxergar uma imagem de São Jorge e seu cavalo na Lua. Como a Lua tem uma forma aproximadamente esférica, a vemos como um disco no céu. Desse modo, em cada instante ela está sempre com metade de sua superfície total voltada para nós. Mas, apesar da rotação síncrona, podemos ver da Terra mais que apenas a metade da superfície lunar. A Lua executa um movimento oscilatório que faz com que, ao longo dos dias, uma pequena região, antes oculta, apareça e outra que aparecia se oculte de nossa visão, veja a figura acima. Esse curioso movimento é conhecido como libração. Assim, ao longo de seu movimento
sexta-feira, 19 de maio de 2017
Rotação Síncrona e Libração da Lua
Vamos falar sobre uma curiosa combinação de movimentos que causa um interessante resultado, facilmente notado por todos que gostam de observar a Lua. Mesmo sem qualquer equipamento. Um objeto celeste possui rotação síncrona se seu período de rotação é igual ao seu período orbital ao redor de outro corpo. A Lua e outros grandes satélites planetários do Sistema Solar possuem rotação síncrona. Muitos dos leitores já ouviram falar na Face Oculta da Lua. Nosso satélite natural completa uma volta ao redor do próprio eixo (movimento de rotação) no mesmo tempo que leva para completar uma volta ao redor da Terra, 27,3 dias. Uma conseqüência perceptível dessa rotação síncrona é que a Lua nos mostra sempre uma mesma face, e a chamada face oculta é uma região lunar que nunca é vista da Terra. Em muitos livros aparece a informação incorreta de que a Lua não possui rotação. Esse engano vem da idéia de que se não vemos a metade de um objeto, então ele não gira. Isso pode ser válido para objetos que não se deslocam em relação a um observador, o que não é o caso da Lua em relação à Terra. Note que se a Lua não tivesse rotação, aí sim é que nós veríamos a região conhecida como face oculta! A face oculta só é oculta, de fato, porque à medida que a Lua gira em torno da Terra ela também gira em torno de si mesma, completando ambos os movimentos no mesmo tempo. Desse modo, nosso satélite mantém sempre uma mesma face voltada para nós. A face oculta da Lua é algumas vezes erroneamente chamada de lado escuro da Lua. Nos países de língua inglesa, essa nomenclatura falha é largamente utilizada, e aparece, inclusive, no título de um dos trabalhos mais importantes do Rock progressivo, o álbum The Dark Side of the Moon, da banda Pink Floyd. A face oculta é iluminada pelo Sol da mesma forma que a face que podemos visualizar, de modo que chamá-la de lado escuro é um grande erro. Depois da Lua cheia, quando a parte visível de nosso satélite começa a ser progressivamente menos iluminada pelo Sol, a face oculta está sendo progressivamente mais iluminada. Na Lua nova, a face voltada para nós está escura, enquanto a face oculta está iluminada. Procure reparar nas próximas noites de lua os padrões de manchas na superfície lunar e note como ele não muda de maneira perceptível com o passar dos dias. Muitos conseguem enxergar uma imagem de São Jorge e seu cavalo na Lua. Como a Lua tem uma forma aproximadamente esférica, a vemos como um disco no céu. Desse modo, em cada instante ela está sempre com metade de sua superfície total voltada para nós. Mas, apesar da rotação síncrona, podemos ver da Terra mais que apenas a metade da superfície lunar. A Lua executa um movimento oscilatório que faz com que, ao longo dos dias, uma pequena região, antes oculta, apareça e outra que aparecia se oculte de nossa visão, veja a figura acima. Esse curioso movimento é conhecido como libração. Assim, ao longo de seu movimento
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