A Nasa convocou uma coletiva de imprensa para revelar novidades sobre seu projeto de “mundos oceânicos”, que busca por sinais de vida em gigantes congelados do Universo. Além da descoberta de ingredientes para a formação da vida terem sido encontrados em Encélado, outra lua do Sistema Solar também fez parte do anúncio: Europa, a menor lua galileana de Júpiter.
Os cientistas da Nasa registraram, através do telescópio Hubble, uma nova ocorrência do que aparenta ser um gêiser gigante expelindo uma pluma (em hidrodinâmica, pluma é uma coluna de fluido se movendo dentro ou ao redor de outro) de vapor d’água perto do Equador do satélite. O fenômeno tinha sido registrado pela primeira vez em março de 2014 e esta recorrência é importante para reforçar a confiança de que ele é real, e não algum erro do sistema.
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A nova pluma atingiu 100 quilômetros de altura e foi avistada em fevereiro de 2016 no mesmo lugar em que um suposto jato menor tinha sido visto antes. A localização está bem no meio de uma parte incomumente quente da superfície de Europa identificada pela sonda Galileo no final dos anos 90.
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Esses resultados são altamente sugestivos, mas não chegam ao nível de uma confirmação definitiva da pluma, relata o portal Space.com. “Não é completamente inequívoco, mas, para mim, o pêndulo passou da cautela ao otimismo”, declarou o líder do projeto, William Sparks, do Instituto de Astrobiologia da Nasa, durante a coletiva. “Europa é enorme, por isso deve requerer uma enorme quantidade de energia para que possamos observar este possível jato de água”.
A busca pelas plumas
Um enorme oceano de água líquida se esconde sob a concha gelada de Europa, tornando a lua de 3100 quilômetros de largura uma das melhores apostas para hospedar vida alienígena no Sistema Solar – muitos astrobiólogos classificam Europa e Encélado como as duas melhores candidatas.
Um grupo de pesquisa diferente detectou pela primeira vez uma aparente pluma na região polar sul de Europa no final de 2012, também usando o Hubble. Os astrônomos tentaram repetidamente confirmar o fenômeno, mas só no início de 2014, quando Sparks e sua equipe detectaram uma perto do equador da lua, é que houve algum progresso.
A detecção de março de 2014 (que os pesquisadores anunciaram em setembro passado) e a recém-anunciada foram feitas usando a “técnica de trânsito”. Enquanto Europa passava na frente de Júpiter da perspectiva do Hubble, as supostas plumas bloquearam um pouco da luz ultravioleta emitida pelo planeta gigante.
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“O fato de que temos uma repetição diz que, em um sentido estatístico formal, [o fenômeno] não pode acontecer por acaso”, disse Sparks.
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