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sábado, 6 de dezembro de 2014

Vesta, esse asteroide gigante

Vesta, esse asteroide gigante e simpático, visto de perto pela sonda americana Dawn. 


Cientistas da Nasa concluem o mais completo mapeamento já feito do asteroide gigante Vesta. Ele é o segundo maior objeto do cinturão existente entre Marte e Júpiter e só perde em tamanho para o planeta anão Ceres.

Vesta, esse asteroide gigante e simpático, visto de perto pela sonda americana Dawn.

Os dados em alta resolução foram produzidos pela sonda Dawn, uma das missões mais interessantes e mais discretas a ser conduzida pela agência espacial americana. Lançada em 2007, ela viajou até o cinturão de asteroides e entrou em órbita de Vesta, onde ficou entre junho de 2011 e setembro de 2012. Após essa parada, ela voltou a acelerar, desta vez rumo a Ceres, onde chegará entre fevereiro e março do ano que vem. Pode não parecer impressionante, mas não é nada trivial ficar trocando de órbita desse jeito, saindo daqui, indo até ali. Tudo é possível graças ao avançado sistema de propulsão iônica que equipa a espaçonave. No ano que vem, teremos coisas muito interessantes a descobrir sobre Ceres, mas por ora o nosso assunto é Vesta — um objeto com forma quase esférica, mas não exatamente, que está na fronteira entre asteroide e planeta anão. Com 578 por 560 por 458 km de diâmetro, ele é cheio de crateras, como se haveria de esperar de um pequeno mundo cuja residência se localiza num cinturão de asteroides.

Graças ao mapeamento produzido pela Dawn, os cientistas foram capazes de reconstruir a história de impactos em Vesta e mostram que as coisas não foram fáceis por lá, com pancadas gigantescas que vêm desde os primórdios do Sistema Solar, 4,6 bilhões de anos atrás, até tempos relativamente recentes, há centenas de milhões de anos.

Um mapa geológico global de Vesta produzido com os dados da Dawn.
Um mapa geológico global de Vesta produzido com os dados da Dawn.

Não é fácil, contudo, estimar essas datas com precisão. As amostras que temos de Vesta, na forma de meteoritos que saíram de lá e acabaram caindo na Terra, não permitem uma datação precisa de sua formação, o que serviria como calibração para estimar as idades das crateras maiores. Por isso, os cientistas conceberam dois modelos diferentes, um baseado na taxa de impactos na Lua, que é bem conhecida, e outra com base na frequência de impactos menores nas regiões com grandes crateras. Como seria de se esperar, as duas estratégias produziram datas bem diferentes.

Para que se tenha uma ideia da margem de erro, o impacto que produziu a bacia de Veneneia teria entre 3,7 bilhões e 2,1 bilhões de anos, dependendo do modelo adotado. A grande pancada mais recente, que formou a cratera Marcia, teria entre 390 milhões e 120 milhões de anos. Uma margem de erro que deixa no chinelo as das pesquisas de intenção de voto, imagine você. Uma bateria de artigos científicos com tudo que você jamais quis saber sobre Vesta, inclusive seus detalhados mapas topográficos e geológicos, sairá na edição de dezembro do periódico “Icarus”.

NA TV: Neste sábado, no Jornal das 10 da GloboNews, o Mensageiro Sideral audaciosamente irá aonde muita gente já esteve, mas de onde ninguém nunca voltou para contar a história. O que acontece quando morremos? Um novo estudo internacional monitorou mais de cem pessoas que passaram por uma parada cardiorrespiratória e foram posteriormente ressuscitadas no hospital. O objetivo: tentar mapear o nível de consciência que temos quando estamos nesse limbo entre a vida e a morte.

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