Cientistas da Nasa concluem o mais completo mapeamento já feito do asteroide gigante Vesta. Ele é o segundo maior objeto do cinturão existente entre Marte e Júpiter e só perde em tamanho para o planeta anão Ceres.
Os dados em alta resolução foram
produzidos pela sonda Dawn, uma das missões mais interessantes e mais
discretas a ser conduzida pela agência espacial americana. Lançada em
2007, ela viajou até o cinturão de asteroides e entrou em órbita de
Vesta, onde ficou entre junho de 2011 e setembro de 2012. Após essa
parada, ela voltou a acelerar, desta vez rumo a Ceres, onde chegará
entre fevereiro e março do ano que vem. Pode não parecer impressionante,
mas não é nada trivial ficar trocando de órbita desse jeito, saindo
daqui, indo até ali. Tudo é possível graças ao avançado sistema de
propulsão iônica que equipa a espaçonave. No ano que vem, teremos coisas
muito interessantes a descobrir sobre Ceres, mas por ora o nosso
assunto é Vesta — um objeto com forma quase esférica, mas não
exatamente, que está na fronteira entre asteroide e planeta anão. Com
578 por 560 por 458 km de diâmetro, ele é cheio de crateras, como se
haveria de esperar de um pequeno mundo cuja residência se localiza num
cinturão de asteroides.
Graças ao mapeamento produzido pela Dawn,
os cientistas foram capazes de reconstruir a história de impactos em
Vesta e mostram que as coisas não foram fáceis por lá, com pancadas
gigantescas que vêm desde os primórdios do Sistema Solar, 4,6 bilhões de
anos atrás, até tempos relativamente recentes, há centenas de milhões
de anos.
Não é fácil, contudo, estimar essas datas
com precisão. As amostras que temos de Vesta, na forma de meteoritos que
saíram de lá e acabaram caindo na Terra, não permitem uma datação
precisa de sua formação, o que serviria como calibração para estimar as
idades das crateras maiores. Por isso, os cientistas conceberam dois
modelos diferentes, um baseado na taxa de impactos na Lua, que é bem
conhecida, e outra com base na frequência de impactos menores nas
regiões com grandes crateras. Como seria de se esperar, as duas
estratégias produziram datas bem diferentes.
Para que se tenha uma ideia da margem de
erro, o impacto que produziu a bacia de Veneneia teria entre 3,7 bilhões
e 2,1 bilhões de anos, dependendo do modelo adotado. A grande pancada
mais recente, que formou a cratera Marcia, teria entre 390 milhões e 120
milhões de anos. Uma margem de erro que deixa no chinelo as das
pesquisas de intenção de voto, imagine você. Uma bateria de artigos
científicos com tudo que você jamais quis saber sobre Vesta, inclusive
seus detalhados mapas topográficos e geológicos, sairá na edição de
dezembro do periódico “Icarus”.
NA TV: Neste sábado, no
Jornal das 10 da GloboNews, o Mensageiro Sideral audaciosamente irá
aonde muita gente já esteve, mas de onde ninguém nunca voltou para
contar a história. O que acontece quando morremos? Um novo estudo
internacional monitorou mais de cem pessoas que passaram por uma parada
cardiorrespiratória e foram posteriormente ressuscitadas no hospital. O
objetivo: tentar mapear o nível de consciência que temos quando estamos
nesse limbo entre a vida e a morte.
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