A aparente infinidade de espaço nunca deixa de surpreender a nós, leigos e meros mortais, com suas belas luzes e padrões hipnotizantes. No entanto, até mesmo os cientistas e astrônomos muitas vezes são pegos de surpresa com algumas das descobertas espaciais mais extremas. Veja:
10. O imenso anel de detritos
Uma estrela recém-descoberta, carinhosamente apelidada de IRAS 13481-6124, já está ajudando os astrônomos a descobrir como as estrelas gigantes nascem. Há diferentes classificações de estrelas, ainda que basicamente se resumam a “pequena” e “grande”. E o nosso sol está na sessão das coisas pequenas – fica em um dos menores subconjuntos de estrelas e não é nem mesmo grande o suficiente para morrer em uma explosão gloriosa, como todas as estrelas mais legais do universo. Ao invés disso, se entrega, indo embora com uma tosse fraca, em vez de um estrondo.
Algumas teorias sugerem que as estrelas maiores poderiam nascer da união das menores. Porém, a formação de IRAS aparenta ter sido muito semelhante com a de suas irmãs menores, tirando o crédito da ideia de fusões estelares.
Mesmo que IRAS ainda seja uma recém-nascida, já é um bebê gordo e saudável. Ela está localizada a 10 mil anos-luz de distância, na constelação de Centaurus, e está rodeada por um disco de detritos estelares – o estágio de nascimento de um possível sistema solar. É a primeira vez que os astrônomos foram capazes de observar um evento como esse, e uma estrela pesada (20 vezes a massa do nosso sol) e rica em metal como IRAS contém os elementos necessários para a formação de planetas, possivelmente até mesmo a vida.
9. O Grande Vazio
Espiar o espaço é como olhar para um caleidoscópio – nebulosas policromáticas e galáxias vibrantes espetacularmente únicas. Contudo, o universo constantemente coloca coisas inesperadas em nosso caminho, como o Vazio de Boötes, que é apenas um enorme pedaço de nada.
Batizado por sua proximidade com a constelação de Boötes, ele também é conhecido como o Grande Vazio e foi descoberto em 1981 por Robert Kirshner e seus colegas, que ficaram chocados ao encontrar um esferóide aparentemente vazio do espaço. Depois de muita análise, Kirshner e sua equipe só foram capazes de detectar reles 60 galáxias em uma área que abrange colossais 250 a 330 milhões de anos-luz.
Para uma área de tamanhas dimensões, o número esperado seria algo em torno de 10 mil galáxias. Em comparação, a própria Via Láctea tem pelo menos 24 vizinhos dentro de apenas 3 milhões de anos-luz.
Astronautas da Estação Espacial encontram vida no vácuo do espaço
Tecnicamente, esse vazio não deveria existir, já que teorias atuais só são preparadas para lidar com áreas “vazias” muito menores. A própria escala deste monstro de vácuo exige novas teorias, incluindo a ideia mais interessante e absurda: intervenção alienígena.
8. Uma colisão antiga de matéria escura
Há um problema com a nossa galáxia: ela está “tocando” como um sino e os astrônomos não têm certeza do porquê. Mas uma nova teoria sugere que esta anomalia é o resultado de uma perturbação maciça ocorrida há 100 milhões de anos. Esta perturbação veio na forma de uma colisão, ou com outra galáxia, muito menor, ou com uma bola da matéria escura.
Se esta teoria se sustentar, ela resolve um mistério galáctico: os hemisférios norte e sul da nossa galáxia não correspondem, com sua estrutura mudando claramente à medida que passa além do ponto médio da Via Láctea. Este desequilíbrio foi supostamente causado por ondas verticais, as quais eram o resultado de “satélites invisíveis de matéria escura” (como se fossem galáxias invisíveis) se deslocando pelo plano galáctico. Simulações de computador sugerem que essa dissonância vai sossegar relativamente em breve – faltam apenas mais 100 milhões de anos.
7. As menores e mais antigas galáxias
A história do nosso universo está escondida de nós, não só por vãos inimagináveis de tempo e distância, mas também por uma quantidade aparentemente interminável de matéria. O gás e a poeira subvertem os feixes de luz que servem como nossos únicos vislumbres do universo formativo. Mas, às vezes, a imensidão joga a nosso favor e os astrônomos podem ver efetivamente regiões do espaço que estão muito atrás de objetos maciços porque os fótons que passam por ali são deformados e ampliados. Isso é chamado de lente gravitacional, e está permitindo que a NASA veja mais galáxias pequenas, escuras e antigas do que nunca.
Utilizando o aglomerado de galáxias Abell 2744 como uma lente, os astrônomos recentemente fotografaram milhares de galáxias fetais que, aos 12 bilhões de anos, são quase tão antigas quanto o próprio universo. Apesar de Abell 2744 estar a apenas 3,5 bilhões de anos-luz de distância, o efeito de aumento é tão grande que nos forneceu a imagem mais profunda do universo já encontrada: o Primeiro Campo de Fronteira. Como a lente aumenta o tamanho aparente de objetos distantes em até 20 vezes, somos capazes de ver objetos realmente pequenos e apagados, situados quase no final do próprio espaço.
6. Filamento gigantesco de hidrogênio
Uma linha gigantesca de hidrogênio puro avistada no grupo de galáxias NGC 7448 tem intrigado cientistas. Localizada a 500 milhões de anos-luz de distância, a ponte de hidrogênio se estende em um comprimento de 2,6 milhões de anos-luz (bem mais de 20 vezes o tamanho da nossa Via Láctea) e conecta várias galáxias com seus apêndices verdes.
Os astrônomos não esperavam encontrar tal gigante gasoso e sua surpresa foi dupla: primeiro, essas grandes quantias de hidrogênio nunca são encontradas fora das galáxias, uma vez que existem dentro delas para oferecer material para o nascimento de estrelas. Em segundo lugar, o tamanho da coisa é perturbador, já que ela contém mais hidrogênio do que a Via Láctea e a Andrômeda combinadas – e Andrômeda é maior e mais generosamente povoada por estrelas do que a nossa casa galáctica.
Há várias explicações possíveis e a mais glamourosa sugere que estamos vendo o remanescente de uma colisão galáctica.
5. O planeta que não deveria existir
Kepler 78b é uma anomalia: ele não deveria existir. Como a lua de Júpiter, Io, Kepler 78b é um planeta infernal ornamentado com lava e fogo. No entanto, a sua dimensão ímpar, combinada com a sua órbita muito justa ao redor de sua estrela, tem causado um ligeiro tumulto na comunidade científica.
Veja a Terra do espaço em tempo real com as câmeras HD instaladas na ISS
Os astrônomos não sabem como um planeta desse porte acabou tão perto de sua estrela-mãe, uma vez que não há teorias de formação planetária consistentes com essa realidade. E quando dizemos perto, queremos dizer ao alcance de um abraço, já que Kepler 78b está a apenas 1,6 milhões de quilômetros de distância de seu sol, fazendo com que um ano inteiro no planeta tenha menos de nove horas de duração.
Ele é apenas 1,2 vezes maior que a Terra e não é nem mesmo duas vezes mais massivo, tornando-o um dos planetas mais semelhantes ao nosso já encontrado. A sua localização assegura que está muito bem passado, com temperaturas na superfície podendo atingir 2.400 graus Celsius. Os dados também sugerem que sua estrela-mãe era muito maior em sua juventude, o que coloca a órbita atual de Kepler 78b confortavelmente dentro de seu ex-raio estelar. Por isso, o planeta, obviamente, não poderia ter se formado onde está agora, o que mostra a necessidade de novas teorias para tentar explicar a situação. Tudo o que se sabe com certeza é que o 78b em breve será devorado por sua estrela.
4. O aglomerado de estrelas maciço da Via Láctea
A apenas 25 mil anos-luz de distância, o Aglomerado dos Quíntuplos é uma das vistas mais espetaculares da Via Láctea. O aglomerado é semelhante a um jardim de infância cósmico cheio de estrelas de jovens e cintilantes. Esta área é muito densa, com estrelas muito próximas umas das outras.
E com essas distâncias curtas entre elas, foi criado um coquetel incendiário gasoso, que atinge temperaturas de 50 milhões de graus Celsius. O aglomerado também está localizado precariamente perto do centro da galáxia, onde o buraco negro supergigante Sagittarius A engole matéria com uma voracidade alarmante.
Ainda que este seja o aglomerado mais massivo, denso e luminoso em nossa galáxia, ele fica praticamente invisível pela enorme quantidade de detritos no seu caminho. O centro da Via Láctea é obscurecido por manchas de gás incandescente e poeira. Assim, o Aglomerado dos Quíntuplos permaneceu escondido até 1990, quando os astrônomos puderam observar através desta “cobertura” usando imagens infravermelhas.
Entretanto, este objeto impressionate tem um tempo de vida determinado, já que está a uma curta distância do centro da galáxia e em breve será destruído pela fúria gravitacional. Então, pegue seu telescópio infravermelho mais potente e aprecie a vista enquanto ela dura (pelo próximo milhão de anos).
3. Um gigantesco sistema exosolar
Conforme a nossa enciclopédia estelar cresce, estamos descobrindo que muitas estrelas hospedam sistemas multiplanetários. Há 466 desses espécimes, embora quase a metade deles contenham apenas dois planetas. Sistemas mais novos são muito mais fáceis de identificar porque ainda retêm o calor residual da sua formação e um exemplo é a HR 8799. Esta grande estrela jovem abriga quatro gigantes gasosos que fazem Júpiter parecer insignificante. Por sorte, a distância dos planetas em relação à estrela garante que a sua assinatura de luz (visível no infravermelho) seja facilmente perceptível e não dominada pela luz de sua mãe.
Ouro é visto no espaço após colisão de estrelas de nêutrons
E enquanto o menor membro deste sistema solar alienígena faz Júpiter parecer uma criança, o maior chega a ser até 35 vezes mais massivo do que o maior planeta do nosso sistema solar. Seu tamanho, idade e o fato de que o sistema está a apenas 130 anos-luz da Terra tornou HR 8799 relativamente fácil de detectar. Ver esses planetas gasosos gigantes a tal distância do centro solar abre novas teorias sobre como os planetas se formam, devido às diferenças observadas entre eles e os nossos planetas.
2. O cobertor da Via Láctea
A nossa Via Láctea está envolvida em um mistério cósmico enorme: certas partículas subatômicas, chamadas bárions, parecem estar faltando. Basicamente, devia haver muito mais coisas em nossa galáxia do que os cientistas já conseguiram detectar (e não estamos sequer falando de matéria escura).
Mas uma descoberta recente pode colocar um fim ao dilema, pois parece que a nossa galáxia está envolta por uma imensa nuvem de gás superquente. Ela forma um tipo de halo ao redor da Via Láctea, queimando a uma temperatura de 1 a 2,5 milhões Kelvin. O Observatório Chandra, em colaboração com o satélite europeu XMM-Newton e os Suzaku japoneses, foi capaz de observar alguns acontecimentos esquisitos em torno de nossa vizinhança solar. Coletivamente, eles deduziram que a galáxia está coroada por uma grande e inesperada quantia de gás fervente.
O halo de gás é de tamanho indeterminado, embora as diferentes agências espaciais concordem que ele é muito grande. As expetativas são de que este “cobertor” teria pelo menos várias vezes o tamanho da própria galáxia, potencialmente se estendendo muito além.
1. A maior radiogaláxia já descoberta
Radiogaláxias são incrivelmente agradáveis à vista. Elas receberam este nome por emitirem grandes quantidades de energia em comprimentos de onda de rádio e parecerem festas raves cósmicas gigantescas. Os jatos que explodem dos centros das galáxias são acelerados por buracos negros e esta atividade os torna alvos principais para os nossos radiotelescópios.
A maior das radiogaláxias é chamada J1420-0545 e estende-se através de embasbacantes 15 milhões de anos-luz do espaço. Isso equivale a 4,5 mega-parsecs de diâmetro. Porém, as galáxias de rádio vivem rápido e morrem jovens, com seus jatos ardentes e icônicos se decompondo mais ou menos após 10 mil anos – um período de tempo muito mais curto do que mesmo 1% do tempo de vida da galáxia.
Como estas galáxias emitem quantidades insanas de matéria e radiação, elas se esgotam muito rapidamente. Em pouco tempo (em escalas cosmológicas), elas simplesmente desaparecem e se tornam relíquias imperceptíveis. Embora muitas vezes este seja este o caso, isso não necessariamente significa a morte da galáxia, já que seu buraco negro central pode voltar à ativa, incendiando-a toda mais uma vez.
10. O imenso anel de detritos
Uma estrela recém-descoberta, carinhosamente apelidada de IRAS 13481-6124, já está ajudando os astrônomos a descobrir como as estrelas gigantes nascem. Há diferentes classificações de estrelas, ainda que basicamente se resumam a “pequena” e “grande”. E o nosso sol está na sessão das coisas pequenas – fica em um dos menores subconjuntos de estrelas e não é nem mesmo grande o suficiente para morrer em uma explosão gloriosa, como todas as estrelas mais legais do universo. Ao invés disso, se entrega, indo embora com uma tosse fraca, em vez de um estrondo.
Algumas teorias sugerem que as estrelas maiores poderiam nascer da união das menores. Porém, a formação de IRAS aparenta ter sido muito semelhante com a de suas irmãs menores, tirando o crédito da ideia de fusões estelares.
Mesmo que IRAS ainda seja uma recém-nascida, já é um bebê gordo e saudável. Ela está localizada a 10 mil anos-luz de distância, na constelação de Centaurus, e está rodeada por um disco de detritos estelares – o estágio de nascimento de um possível sistema solar. É a primeira vez que os astrônomos foram capazes de observar um evento como esse, e uma estrela pesada (20 vezes a massa do nosso sol) e rica em metal como IRAS contém os elementos necessários para a formação de planetas, possivelmente até mesmo a vida.
9. O Grande Vazio
Espiar o espaço é como olhar para um caleidoscópio – nebulosas policromáticas e galáxias vibrantes espetacularmente únicas. Contudo, o universo constantemente coloca coisas inesperadas em nosso caminho, como o Vazio de Boötes, que é apenas um enorme pedaço de nada.
Batizado por sua proximidade com a constelação de Boötes, ele também é conhecido como o Grande Vazio e foi descoberto em 1981 por Robert Kirshner e seus colegas, que ficaram chocados ao encontrar um esferóide aparentemente vazio do espaço. Depois de muita análise, Kirshner e sua equipe só foram capazes de detectar reles 60 galáxias em uma área que abrange colossais 250 a 330 milhões de anos-luz.
Para uma área de tamanhas dimensões, o número esperado seria algo em torno de 10 mil galáxias. Em comparação, a própria Via Láctea tem pelo menos 24 vizinhos dentro de apenas 3 milhões de anos-luz.
Astronautas da Estação Espacial encontram vida no vácuo do espaço
Tecnicamente, esse vazio não deveria existir, já que teorias atuais só são preparadas para lidar com áreas “vazias” muito menores. A própria escala deste monstro de vácuo exige novas teorias, incluindo a ideia mais interessante e absurda: intervenção alienígena.
8. Uma colisão antiga de matéria escura
Há um problema com a nossa galáxia: ela está “tocando” como um sino e os astrônomos não têm certeza do porquê. Mas uma nova teoria sugere que esta anomalia é o resultado de uma perturbação maciça ocorrida há 100 milhões de anos. Esta perturbação veio na forma de uma colisão, ou com outra galáxia, muito menor, ou com uma bola da matéria escura.
Se esta teoria se sustentar, ela resolve um mistério galáctico: os hemisférios norte e sul da nossa galáxia não correspondem, com sua estrutura mudando claramente à medida que passa além do ponto médio da Via Láctea. Este desequilíbrio foi supostamente causado por ondas verticais, as quais eram o resultado de “satélites invisíveis de matéria escura” (como se fossem galáxias invisíveis) se deslocando pelo plano galáctico. Simulações de computador sugerem que essa dissonância vai sossegar relativamente em breve – faltam apenas mais 100 milhões de anos.
7. As menores e mais antigas galáxias
A história do nosso universo está escondida de nós, não só por vãos inimagináveis de tempo e distância, mas também por uma quantidade aparentemente interminável de matéria. O gás e a poeira subvertem os feixes de luz que servem como nossos únicos vislumbres do universo formativo. Mas, às vezes, a imensidão joga a nosso favor e os astrônomos podem ver efetivamente regiões do espaço que estão muito atrás de objetos maciços porque os fótons que passam por ali são deformados e ampliados. Isso é chamado de lente gravitacional, e está permitindo que a NASA veja mais galáxias pequenas, escuras e antigas do que nunca.
Utilizando o aglomerado de galáxias Abell 2744 como uma lente, os astrônomos recentemente fotografaram milhares de galáxias fetais que, aos 12 bilhões de anos, são quase tão antigas quanto o próprio universo. Apesar de Abell 2744 estar a apenas 3,5 bilhões de anos-luz de distância, o efeito de aumento é tão grande que nos forneceu a imagem mais profunda do universo já encontrada: o Primeiro Campo de Fronteira. Como a lente aumenta o tamanho aparente de objetos distantes em até 20 vezes, somos capazes de ver objetos realmente pequenos e apagados, situados quase no final do próprio espaço.
6. Filamento gigantesco de hidrogênio
Uma linha gigantesca de hidrogênio puro avistada no grupo de galáxias NGC 7448 tem intrigado cientistas. Localizada a 500 milhões de anos-luz de distância, a ponte de hidrogênio se estende em um comprimento de 2,6 milhões de anos-luz (bem mais de 20 vezes o tamanho da nossa Via Láctea) e conecta várias galáxias com seus apêndices verdes.
Os astrônomos não esperavam encontrar tal gigante gasoso e sua surpresa foi dupla: primeiro, essas grandes quantias de hidrogênio nunca são encontradas fora das galáxias, uma vez que existem dentro delas para oferecer material para o nascimento de estrelas. Em segundo lugar, o tamanho da coisa é perturbador, já que ela contém mais hidrogênio do que a Via Láctea e a Andrômeda combinadas – e Andrômeda é maior e mais generosamente povoada por estrelas do que a nossa casa galáctica.
Há várias explicações possíveis e a mais glamourosa sugere que estamos vendo o remanescente de uma colisão galáctica.
5. O planeta que não deveria existir
Kepler 78b é uma anomalia: ele não deveria existir. Como a lua de Júpiter, Io, Kepler 78b é um planeta infernal ornamentado com lava e fogo. No entanto, a sua dimensão ímpar, combinada com a sua órbita muito justa ao redor de sua estrela, tem causado um ligeiro tumulto na comunidade científica.
Veja a Terra do espaço em tempo real com as câmeras HD instaladas na ISS
Os astrônomos não sabem como um planeta desse porte acabou tão perto de sua estrela-mãe, uma vez que não há teorias de formação planetária consistentes com essa realidade. E quando dizemos perto, queremos dizer ao alcance de um abraço, já que Kepler 78b está a apenas 1,6 milhões de quilômetros de distância de seu sol, fazendo com que um ano inteiro no planeta tenha menos de nove horas de duração.
Ele é apenas 1,2 vezes maior que a Terra e não é nem mesmo duas vezes mais massivo, tornando-o um dos planetas mais semelhantes ao nosso já encontrado. A sua localização assegura que está muito bem passado, com temperaturas na superfície podendo atingir 2.400 graus Celsius. Os dados também sugerem que sua estrela-mãe era muito maior em sua juventude, o que coloca a órbita atual de Kepler 78b confortavelmente dentro de seu ex-raio estelar. Por isso, o planeta, obviamente, não poderia ter se formado onde está agora, o que mostra a necessidade de novas teorias para tentar explicar a situação. Tudo o que se sabe com certeza é que o 78b em breve será devorado por sua estrela.
4. O aglomerado de estrelas maciço da Via Láctea
A apenas 25 mil anos-luz de distância, o Aglomerado dos Quíntuplos é uma das vistas mais espetaculares da Via Láctea. O aglomerado é semelhante a um jardim de infância cósmico cheio de estrelas de jovens e cintilantes. Esta área é muito densa, com estrelas muito próximas umas das outras.
E com essas distâncias curtas entre elas, foi criado um coquetel incendiário gasoso, que atinge temperaturas de 50 milhões de graus Celsius. O aglomerado também está localizado precariamente perto do centro da galáxia, onde o buraco negro supergigante Sagittarius A engole matéria com uma voracidade alarmante.
Ainda que este seja o aglomerado mais massivo, denso e luminoso em nossa galáxia, ele fica praticamente invisível pela enorme quantidade de detritos no seu caminho. O centro da Via Láctea é obscurecido por manchas de gás incandescente e poeira. Assim, o Aglomerado dos Quíntuplos permaneceu escondido até 1990, quando os astrônomos puderam observar através desta “cobertura” usando imagens infravermelhas.
Entretanto, este objeto impressionate tem um tempo de vida determinado, já que está a uma curta distância do centro da galáxia e em breve será destruído pela fúria gravitacional. Então, pegue seu telescópio infravermelho mais potente e aprecie a vista enquanto ela dura (pelo próximo milhão de anos).
3. Um gigantesco sistema exosolar
Conforme a nossa enciclopédia estelar cresce, estamos descobrindo que muitas estrelas hospedam sistemas multiplanetários. Há 466 desses espécimes, embora quase a metade deles contenham apenas dois planetas. Sistemas mais novos são muito mais fáceis de identificar porque ainda retêm o calor residual da sua formação e um exemplo é a HR 8799. Esta grande estrela jovem abriga quatro gigantes gasosos que fazem Júpiter parecer insignificante. Por sorte, a distância dos planetas em relação à estrela garante que a sua assinatura de luz (visível no infravermelho) seja facilmente perceptível e não dominada pela luz de sua mãe.
Ouro é visto no espaço após colisão de estrelas de nêutrons
E enquanto o menor membro deste sistema solar alienígena faz Júpiter parecer uma criança, o maior chega a ser até 35 vezes mais massivo do que o maior planeta do nosso sistema solar. Seu tamanho, idade e o fato de que o sistema está a apenas 130 anos-luz da Terra tornou HR 8799 relativamente fácil de detectar. Ver esses planetas gasosos gigantes a tal distância do centro solar abre novas teorias sobre como os planetas se formam, devido às diferenças observadas entre eles e os nossos planetas.
2. O cobertor da Via Láctea
A nossa Via Láctea está envolvida em um mistério cósmico enorme: certas partículas subatômicas, chamadas bárions, parecem estar faltando. Basicamente, devia haver muito mais coisas em nossa galáxia do que os cientistas já conseguiram detectar (e não estamos sequer falando de matéria escura).
Mas uma descoberta recente pode colocar um fim ao dilema, pois parece que a nossa galáxia está envolta por uma imensa nuvem de gás superquente. Ela forma um tipo de halo ao redor da Via Láctea, queimando a uma temperatura de 1 a 2,5 milhões Kelvin. O Observatório Chandra, em colaboração com o satélite europeu XMM-Newton e os Suzaku japoneses, foi capaz de observar alguns acontecimentos esquisitos em torno de nossa vizinhança solar. Coletivamente, eles deduziram que a galáxia está coroada por uma grande e inesperada quantia de gás fervente.
O halo de gás é de tamanho indeterminado, embora as diferentes agências espaciais concordem que ele é muito grande. As expetativas são de que este “cobertor” teria pelo menos várias vezes o tamanho da própria galáxia, potencialmente se estendendo muito além.
1. A maior radiogaláxia já descoberta
Radiogaláxias são incrivelmente agradáveis à vista. Elas receberam este nome por emitirem grandes quantidades de energia em comprimentos de onda de rádio e parecerem festas raves cósmicas gigantescas. Os jatos que explodem dos centros das galáxias são acelerados por buracos negros e esta atividade os torna alvos principais para os nossos radiotelescópios.
A maior das radiogaláxias é chamada J1420-0545 e estende-se através de embasbacantes 15 milhões de anos-luz do espaço. Isso equivale a 4,5 mega-parsecs de diâmetro. Porém, as galáxias de rádio vivem rápido e morrem jovens, com seus jatos ardentes e icônicos se decompondo mais ou menos após 10 mil anos – um período de tempo muito mais curto do que mesmo 1% do tempo de vida da galáxia.
Como estas galáxias emitem quantidades insanas de matéria e radiação, elas se esgotam muito rapidamente. Em pouco tempo (em escalas cosmológicas), elas simplesmente desaparecem e se tornam relíquias imperceptíveis. Embora muitas vezes este seja este o caso, isso não necessariamente significa a morte da galáxia, já que seu buraco negro central pode voltar à ativa, incendiando-a toda mais uma vez.
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