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domingo, 1 de dezembro de 2013

Qual a sensação de viver no espaço ?



Viver no espaço é ao mesmo tempo maravilhoso e um tremendo pé no saco. Durante a minha primeira missão a bordo do Ônibus Espacial Columbia, eu fiquei maravilhado com a sensação de liberdade que veio logo após o MECO (corte do motor principal). Eu via pranchetas gentilmente flutuarem pra lá e pra cá e rapidamente me acostumei com soltar a lente da câmera em pleno ar enquanto removia a antiga para que fosse substituída.

Também havia uma certa tontura, já que o sistema de equilíbrio interno do ouvido não estava funcionando tão bem assim. Tinha a sensação de a minha cabeça estar meio cheia, como se eu estivesse deitado inclinado pra trás, já que não havia mais a gravidade para puxar os fluidos para baixo até as minhas extremidades. De fato, o corpo humano fica com aproximadamente dois litros a menos de água no espaço do que na Terra.

Mas foi incrível como tudo rapidamente se tornou normal, como voar pra baixo com a cabeça à frente por uma escotilha ou girar sobre o meu próprio eixo me empurrando com apenas dois dedos. Com um pouco de prática, a maior parte dos astronautas fica bastante graciosa no vôo pela espaçonave. Só não pode é tentar isso em casa com a gravidade de volta!

Grandes massas são facilmente deslocadas lentamente e passa a ser uma segunda natureza orientar-se usando apenas a sua visão.

Tá, mas e todo o resto?

Imagine como é fácil perder algo! Pra onde foi aquela caneta? Onde está o meu pendrive? Onde está aquela foto da minha família? O primeiro lugar a se procurar é nos filtros de ar. Mas há diversas zonas mortas de ar dentro da nave e as coisas podem ser perdidas por alguns minutos, horas, dias, semanas, meses ou para sempre. Se for muito importante, é melhor você guardar dentro de uma maleta laçada, mantida em segurança dentro de um segundo compartimento ainda maior que esteja acorrentado a um corrimão.

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