A lua Europa provavelmente possui um oceano líquido abaixo de sua crosta congelada fazendo dela um dos principais alvos na busca por mundos habitáveis além da Terra. Essa nova descoberta é a primeira evidência observacional de vapor d’água sendo ejetado da superfície da lua. Contudo, não é possível saber ainda se essas plumas estão conectadas com a água líquida da subsuperfície.
A descoberta do Hubble faz Europa ser somente a segunda lua no Sistema Solar que apresenta plumas de vapor d’água. Em 2005, plumas de vapor d’água foram detectadas pela sonda Cassini da NASA sendo expelidas da superfície da lua de Saturno, Encélado.
As plumas de Europa foram descobertas pelas observações do Hubble em Dezembro de 2012. O Space Telescope Imaging Spectrograph (STIS) detectou a luz ultravioleta apagada de uma aurora no polo sul da lua. Essa aurora é dirigida pelo intenso campo magnético de Júpiter, que faz com que as partículas alcancem altas velocidades de modo que elas possam espalhar as moléculas de água na pluma quando elas as atingem, resultando em íons de oxigênio e hidrogênio que deixam suas impressões nas cores da aurora.
Somente o vapor d’água tem sido detectado, diferente das plumas em Encélado, que também contém partículas de gelo e de poeira.
As longas fraturas na superfície de Europa, conhecidas como Linea, podem estar expelindo o vapor d’água para o espaço. Fissuras similares têm sido fotografadas no polo sul de Encélado pela sonda Cassini. É desconhecido em qual profundidade da crosta de Europa a fonte da água está localizada.
Assim como em Encélado, a equipe do Hubble descobriu que a intensidade das plumas variam com a posição orbital de Europa. Gêiseres ativos só foram vistos quando a lua está mais distante de Júpiter. Mas os pesquisadores não puderam detectar qualquer sinal de ejeção de material quando Europa está mais perto de Júpiter.
Uma explicação para isso é que as longas fraturas na crosta congelada experimentam mais tensão à medida que as forças de marés gravitacionais puxam e empurram a lua e as aberturas expandem em distâncias maiores de Júpiter. As aberturas ficam mais estreitas ou fechadas quando ocorre a maior aproximação do gigante gasoso.
Missões espaciais futuras para Europa poderiam confirmar a localização e o tamanho exato das aberturas e determinar se elas se conectam com o líquido nos reservatórios abaixo da superfície. Essa é uma importante notícia para as missões como a JUpiter ICy moons Explorer (JUICE) da ESA, uma missão planejada para ser lançada em 2022, e que tem como objetivo explorar tanto Júpiter como suas três maiores luas: Ganimedes, Calisto e Europa.
As descobertas do Hubble foram publicadas Science Express, e estão sendo reportadas no congresso da American Geophysical Union em San Francisco, na Califórnia.
Fonte: ESA
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