De acordo com estudo da Universidade Estadual de Montana (EUA), vida microbiana crescendo em placas de Petri é a confirmação de uma comunidade bacteriana que vive no lago Whillans, enterrado sob o gelo da Antártida.
O lago subglacial permaneceu, por milhões de anos, um pequeno corpo de água líquida escondido cerca de 800 metros abaixo da geleira Ross, selado do mundo exterior e dos cientistas que queriam explorar suas profundezas.
Agora, uma equipe de pesquisadores liderada pelo glaciologista John Priscu, que fez um buraco em Whillans, se tornou a primeira na história a descobrir organismos vivos nesses lagos profundos do mundo.
De acordo com Priscu, a água recuperada a partir do lago Whillans contém cerca de 1.000 bactérias por mililitro (cerca de um quinto de uma colher de chá). Placas de Petri com amostras da água já estão crescendo colônias de micróbios em um bom ritmo.
Análise e confirmação
Depois de perfurar o gelo do lago em 28 de janeiro, os pesquisadores retornaram aos Estados Unidos com 30 litros de água e oito blocos de sedimentos de 60 centímetros do fundo do Whillans.
Estas amostras serão testadas para sinais de vida microbiana, que poderiam lançar luz sobre os tipos de vida extrema capazes de crescer e florescer em tais ambientes supostamente inadequados.
O lago Whillans, como as centenas de outros lagos subglaciais e hidrovias sepultados debaixo do gelo na Antártica, abriga condições aparentemente semelhantes às da lua de Júpiter, Europa, e de Saturno, Encélado.
Centenas de metros abaixo da superfície do continente austral da Terra, as pressões sobem a níveis esmagadores, a disponibilidade de nutrientes é mínima e a luz solar é inexistente.
Repositórios de água líquida da Antártida ficaram isolados do resto do mundo por muito tempo e sob condições tão extremas que a evidência de vida em qualquer um deles pode indicar que temos boas chances de descobrir vida em outros mundos, além de beneficiar a pesquisa biológica na Terra.
“O lago Whillans definitivamente abriga vida”, disse Priscu. “Parece que lá reside um grande ecossistema úmido sob a folha de gelo da Antártica, com uma microbiologia ativa”.
Tanto a água quanto os sedimentos retirados do lago contêm uma variedade de micróbios que não precisa de luz solar para sobreviver. A quantidade é de cerca de um décimo a abundância de micróbios nos oceanos.
A hipótese atual dos cientistas é de que esses organismos são extremófilos até então não descritos, exclusivamente adaptados ao seu ambiente local. Se a teoria for confirmada, pode abrir linhas muito intrigantes de investigação genética.
A notícia parece boa, porém, Priscu e sua equipe ainda terão que confiar em sequenciamento de DNA e outros exames preliminares que demorarão pelo menos um mês para serem concluídos antes de poderem afirmar mais sobre a descoberta.
Além disso, estudos de acompanhamento para confirmação dos achados certamente se estenderão pelos próximos anos.
Além disso, estudos de acompanhamento para confirmação dos achados certamente se estenderão pelos próximos anos.
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