As fotos de Marte, capturadas pelos sensíveis instrumentos da MRO
conseguem resolução tão poderosa que são capazes de mostrar
características do solo marciano em detalhes menores que 1 metro e que
permitirão aos cientistas encontrar os lugares mais seguros para futuras
missões. Essas imagens ajudam também a entender como se comporta o
clima marciano, no presente e no passado e também contribui para
compreendermos melhor o clima terrestre.
Existe atualmente um coleção de cerca de
10.000 fotos coloridas capturadas pelo projeto HiRISE. Essas imagens
hoje já cobrem aproximadamente 0,55% da superfície marciana. Cada foto
contem uma área com 5 a 6 quilômetros de largura, como uma resolução de
25 cm a 60 cm por pixel. Tal resolução permite vermos Marte em um
nível de detalhes inédito, pois as imagens anteriores tinham uma
resolução máxima de 10 metros por pixel.
- A câmera da MRO é 5 vezes mais leve que as câmeras similares, tais quais as usadas em satélites terrestres como os que alimentam o Google Earth.
- A câmera se move a uma velocidade de 3 km/s, assim a capacidade computacional e eletrônica usada para processar as imagens capturadas e enviá-las para a Terra tem que ser muito velozes.
Uma das mais notáveis descobertas sugere
que a água foi bem mais comum no passado marciano que se pensava. Marte
agora é um deserto gelado e seco, mas as imagens das camadas
sedimentares na base de crateras de grande porte nos mostram evidencias
que Marte foi antigamente coberto por lagos. Há imagens nos mostram
lava expelida por um vulcão antigo e outras que exibem o comportamento
do gelo seco nos pólos marcianos, indicando que o planeta vermelho tem
estações climáticas.
Conhecer como a superfície marciana se
apresenta e onde água pode ser encontrada poderá ser extremamente
valioso para as futuras visitas humanas. “Nós poderemos escoltar áreas
de pouso seguras”, disse McEwen. “Os recurso espacial mais valioso é a
água congelada – uma vez que sabemos que a água está lá, nós podemos
obtê-la. Marte tornar-se-ia habitável”.
Jon Clarker, geólogo do Centro de Astrobiologia Australiano da Universidade de New South Wales em
Sydney mostrou-se impressionado pela coleção de imagens. “É como voar
sobre Marte e olhar para baixo a partir de um avião”, ele disse. “Você
consegue ver cenas diretamente relacionadas a superfície, como o vento
soprando sobre a mesma”.
McEwen e Clarke esperam que as imagens
de Marte também sejam úteis para os geólogos que estudam a Terra. Por
exemplo: muitas rochas marcianas são muito mais velhas que as da Terra,
as quais aqui têm sido modificadas ou destruídas pela erosão e pelos
terremotos.
As imagens dessas rochas antigas de
Marte fornecem uma visão de um período de tempo que falta em nosso
registro geológico terrestre e pode dar aos cientistas uma idéia de como
o clima planetário pode um dia ter sido, “O entendimento dos climas
alienígenas ajuda a entender como o clima de nosso planeta se comporta”,
disse Clarke
A espaçonave MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) é uma sonda espacial
orbital multifuncional que foi lançada na Terra em agosto de 2005 e
atingiu a órbita marciana em março de 2006.
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