Astrônomos descobriram recentemente a solução para um antigo problema fundamental da astrofísica: o que produz supernovas tipo Ia – explosões enormes em que a luz é muitas vezes mais brilhante do que uma galáxia inteira. O professor Bradley Schaefer e o estudante universitário Ashley Pagnotta provaram que essas supernovas são causadas pela aproximação e colisão de um par de estrelas anãs brancas.
“Supernovas tipo Ia são causadas por estrelas anãs brancas que atingem a massa máxima, quando seu carbono e oxigênio causam uma explosão descontrolada semelhante a uma bomba de hidrogênio”, disse Schaefer. “Determinar a origem dessas supernovas tem sido um problema no campo da astronomia.”
A solução da questão se deu depois de mais de 40 anos de estudo sobre o assunto, pois não se chegava a um acordo sobre a origem das supernovas. Os possíveis tipo de sistemas precursores (chamados de progenitores), seriam ou um par de anãs brancas em uma órbita em espiral que se atrairiam devido à atração gravitacional (o que foi considerado verdadeiro, no estudo) ou outro tipo de binário, em que a estrela companheira de uma anã branca atribuiria mais massa para a estrela, até que ela atingisse a massa crítica e explodisse. Por décadas, o debate tem sido travado sem provas decisivas, e, até pouco tempo, havia uma opinião dividida entre os astrônomos.
“Muitas explicações possíveis já foram sugeridas, mas uma delas requer uma estrela companheira perto da anã branca para a explosão”, disse Schaefer. O pesquisador explica que a maneira de distinguir os modelos progenitores da supernova usada foi olhar profundamente no centro de uma remanescente antiga de supernova para encontrar (ou não) a antiga estrela companheira da anã branca.
O problema sem solução do progenitor da supernova tem aumentado consideravelmente de importância na última década, tendo sido colocado entre as nove maiores perguntas enfrentadas atualmente na astronomia.
Schaefer e Pagnotta usaram imagens do Telescópio Espacial Hubble de uma supernova chamada SNR 0.509-67.5 para ilustrar a possibilidade ou não de qualquer estrela companheira sobreviver a uma explosão de anã branca.
Qualquer resultado como esse naturalmente requer um processamento extenso de análise de informações, bem como cálculos detalhados das teorias antes que possa ser considerado finalizado.
Os pesquisadores analisaram a região central de SNR 0.509-67.5, que tem um limite muito profundo (magnitude visual de 26,9). A menor possível ex-estrela companheira para todos os modelos é 50 vezes mais brilhante do que o limite observado, o que rejeita todas essas explicações que exigem uma estrela companheira. Mas a teoria do par de estrelas anãs brancas ainda estava de pé.
O modelo progenitor que indica que as supernovas tipo Ia necessitam de uma estrela companheira para a explosão se mostrou impossível. Assim, os pesquisadores chegaram a conclusão de que a única forma de formação de supernovas possível é a de uma dupla de anãs brancas que se colidem.
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