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sábado, 21 de janeiro de 2012

Exoplanetas circumbinários criam uma nova classe de sistemas estelares ?



Sóis gêmeos fornecem não apenas espetaculares efeitos visuais mas também fariam com que as mudanças climáticas nos mundos circumbinários sejam dramáticas.
Sistemas planetários circumbinários são aqueles onde um exoplaneta orbita o centro de gravidade de duas estrelas próximas entre si

Há alguns meses focamos na descoberta de Kepler-16b, um exoplaneta que orbitava duas estrelas na forma circumbinária, o que difere da clássica situação onde um exoplaneta orbita somente uma das estrelas de um sistema binário.  Kepler-16b foi, na ocasião, considerado interessante, mas altamente incomum, por causa das dificuldades físicas em se estabelecer órbitas estáveis ao redor de um par de estrelas binárias próximas entre si.

Agora, temos a missão Kepler trazendo novas na fronteira das descobertas de exoplanetas: dois novos sistemas com planetas circumbinários – Kepler 34 e Kepler 35 – contestam a tese de que exoplanetas circumbinários são tão raros como se pensava. Os novos exoplanetas são o Kepler 34b e o Kepler 35b [ou melhor, em termos de nomenclatura: Kepler 34(AB)b e Kepler 34(AB)b].

    Acreditava-se que o ambiente em volta de um par de estrelas seria extremamente caótico para a formação de um exoplaneta circumbinário, mas temos a confirmação de 3 destes planetas [nos sistemas Kepler 16, 34 e 35] e agora sabemos que é possível e provável que existam milhões destes sistemas na nossa galáxia.

Kepler 34b é um exoplaneta que orbita um par de estrelas similares ao Sol a cada 289 dias enquanto que as duas estrelas orbitam seu centro de massa em 28 dias.

Kepler 35b orbita o centro de massa do seu sistema a cada 131 dias e as estrelas tem respectivamente 80% e 89% da massa do Sol. As estrelas Kepler 35A e Kepler 35B orbitam seu centro de massa a cada 21 dias.

Ambos os sistemas residem na direção da constelação de Cygnus. Kepler 34 dista 4.900 anos luz e Kepler 35 fica a 5.400 anos luz da Terra.

Os dois exoplanetas recém-descobertos, Kepler 34(AB)b e Kepler 34(AB)b, têm tamanho similar ao de Saturno e passam a fazer parte agora de uma nova classe de exoplanetas, junto com Kepler 16b. Possivelmente, em breve, a missão Kepler irá suprir mais novos exemplos dessa intrigante categoria de sistemas.

Mudanças climáticas dramáticas em frações de tempo

Laurance Doyle (Instituto SETI), coautor do artigo cientifico citou sobre “… o novo campo de planetologia circumbinária comparativa…”, que ele julga ter sido agora criado em função destes três exemplos descobertos pelo Kepler.

Por outro lado, agora há mais fontes de inspiração para os escritores de ficção científica que buscam exemplos de casos únicos de planetas em cujas órbitas receberiam continuas mudanças na luz suprida pelos seus sóis.

Os efeitos no clima local em tais exoplanetas causados pela interferência das suas duas estrelas seriam suficientes para gerar mudanças climáticas contundentes em pequenas janelas de tempo, algo como um ano de mudanças climáticas que presenciamos aqui na Terra se desenvolvendo em apenas alguns dias. Welsh afirmou:

 
Os efeitos destes desvios climáticos influenciariam sobremaneira na dinâmica atmosférica e consequentemente no potencial desenvolvimento da evolução da vida em exoplanetas circumbinários habitáveis. Trata-se de um fascinante tópico que estamos apenas começando a explorar.

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