A galáxia, não satélite, mais próxima da nossa está a 2.5 milhões de anos luz de nós.
Agora, vamos imaginar que vamos filmar a galáxia durante uma hora. Qualquer objecto nessa galáxia, neste tempo de filmagem, iria percorrer uma distância na galáxia inferior a 1 hora-luz.
Ou seja, para os 2.5 milhões de anos-luz de distância, com cerca de 8766 horas-luz por cada ano-luz, podes utilizar as relações trigonométricas para achar que, no máximo, um objecto nessa galáxia iria mover-se 0.0000094” (segundos de arco — cada 1° tem 3600 segundos de arco). Isto é uma resolução impossível para qualquer telescópio, e estamos a considerar o limite de velocidade, não as velocidades concretas da generalidade dos objectos em torno da galáxia, que seriam várias ordens de magnitude mais lentos.
Até poderias estender a filmagem ao longo de uma noite, e até mesmo ao longo de uma noite de 6 meses num dos pólos da Terra: o resultado seria sempre uma imagem estática.
Portanto, não faz qualquer sentido filmar uma galáxia, porque não vais ver qualquer alteração no tempo em que a filmas.
A única coisa que se faz são fotos, como esta, tirada com um RASA 8”:
Filmar este objecto, para além de não possibilitar a acumulação de exposição suficiente para o tornar tão brilhante como nesta foto, não iria sequer apresentar qualquer tipo de rotação visível.
Mesmo com um século de diferença, o valor para o limite de velocidade seria de 8 segundos de arco. Considerando velocidades na ordem dos 300 km/s, que seriam mais aceitáveis, mas, mesmo assim, elevadas para as estrelas na orla da galáxia, seriam 0.008”, o que seria mais aceitável para grandes observatórios recentes, permitindo duas frames comparativas. Mas sendo esta capacidade recente, significa que não temos uma imagem com 1 século para comparar, para além de que um pixel de resolução nem sequer seria aceitável para se considerar algum movimento visível.
Portanto, no fundo é isto: seria perfeitamente inútil filmar uma galáxia.
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