Nesta terça-feira (23), por volta da meia-noite e meia (pelo horário de Brasília), duas manchas solares separadas por 500 mil km entraram em erupção simultaneamente. O Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA registrou a explosão dupla em ultravioleta.
O Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA captou em ultravioleta as duas manchas solares que explodiram ao mesmo tempo e em igual intensidade na madrugada desta terça-feira (23). Créditos: AIA/SDO/NASA.
Vamos entender:
O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade solar;
Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
A classe M, no caso, denota os clarões de média intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
Um M2 é duas vezes mais intenso que um M1, um M3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente.
Quando ocorrem duas explosões solares de mesma intensidade ao mesmo tempo, isso é chamado de “explosão solar simpática”. Essa simultaneidade não é por acaso, mas por causa de alguma conexão física. Uma análise estatística dessas explosões em 2002 provou que elas são reais e ligadas por laços magnéticos na coroa solar. Um estudo ainda maior de 40 anos de surtos simpáticos descobriu que os pares podem ser separados por mais de 90° de latitude.
De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, o surto desta madrugada causou um apagão de rádio de ondas curtas sobre a Austrália e a Indonésia. Operadores de rádio e marinheiros podem ter notado uma perda de sinal em frequências abaixo de 30 MHz por até 30 minutos após o pico da explosão dupla.
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