De acordo com uma equipe de pesquisa liderada pelo astrofísico Jiwon Jesse Han, do Harvard CfA, o disco galáctico pode se deformar e se alargar de forma coerente com dados existentes. As descobertas, combinadas com dados do halo estelar, mostram que a nossa galáxia está rodeada por um halo de matéria escura desalinhado.
Impressão artística do formato do halo da Via Láctea. (Melissa Weiss/Centro de Astrofísica | Harvard & Smithsonian)
Esta diferença entre o halo escuro e o disco galáctico nos mostra como a Galáxia se formou e nos ajuda a entender como o universo gira. Embora os cientistas já tivessem conhecimento há algum tempo da deformação do disco da Via Láctea, eles ainda não tinham os dados necessários para compreender esse fenômeno.
Isso mudou com a introdução do Gaia, um telescópio espacial que tem mapeado com precisão as posições e velocidades das estrelas na Via Láctea. Nas regiões exteriores da Via Láctea, os astrônomos encontraram evidências convincentes que indicam uma deformação e expansão no disco galáctico.
No entanto, a causa destas características permanece indefinida. A teoria mais popular sugere que uma interação passada ou contínua com outra galáxia pode ser a responsável. Contudo, de acordo com Han e seus colegas de equipe, nenhuma das teorias apresentadas até agora foi capaz de explicar com êxito tanto a deformação quanto a explosão.
No ano passado, uma equipe de cientistas descobriu que as estrelas que rodeiam a nossa galáxia giram também de forma diferente. Dessa forma, chegaram à conclusão de que o halo de matéria escura da Via Láctea, uma massa invisível que envolve a maioria das galáxias e interage gravitacionalmente com a matéria comum, também poderia estar significativamente inclinado.
Para testar esta teoria, os pesquisadores fizeram simulações e exercícios de modelagem para ver se conseguiam reproduzir as características observadas da Via Láctea, incluindo a deformação e o alargamento.
Eles desenvolveram um modelo galáctico onde o halo de matéria escura inclinava 25 graus em relação ao disco da Via Láctea. Então simularam as órbitas de estrelas e gases ao longo de 5 bilhões de anos. As descobertas mostraram que um feixe de matéria escura provoca mudanças nas áreas externas da galáxia, o que se alinha perfeitamente com as observações da Via Láctea feitas por Gaia.
A simulação mostrou que uma colisão com outra galáxia poderia inclinar o halo escuro e que a deformação do disco galáctico ocorreria rapidamente – em uma órbita após a inclinação do halo escuro. Após a colisão, a simulação indicou que a inclinação do halo escuro tende a se alinhar gradualmente em um alinhamento mais tradicional.
Os pesquisadores concluíram: "As nossas descobertas sugerem que o halo escuro da Via Láctea era, provavelmente, mais inclinado no passado e, desde então, se ajustou à sua orientação atual, que é de cerca de 25 graus."
Fonte: tecmundo.com.br
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