A conclusão da campanha Mars Sample Return, iniciativa conjunta entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) para trazer amostras de Marte, deverá ser a maior prioridade das iniciativas de exploração robótica da agência espacial norte-americana na próxima década. É o que descreve o Origins, Worlds, and Life, A Decadal Strategy for Planetary Science and Astrobiology 2023 - 2032, um relatório que identifica as perguntas mais importantes da ciência planetária e as missões necessárias para respondê-las.
Produzido pela National Academy of Sciences (Academia Nacional de Ciências), o relatório é um documento de 780 páginas que aborda assuntos que vão desde novas missões a Marte e missões tripuladas à Lua, até melhorias na diversidade da força de trabalho e inclusão da infraestrutura necessária, para apoiar a exploração e descoberta científicas. Além de destacar a campanha para o retorno das amostras de Marte à Terra, o relatório recomenda o lançamento de uma missão com orbitador e sonda a Urano.
Caso haja recursos financeiros suficientes para isso, a missão a Urano seria seguida de outra, que levaria um orbitador e lander (módulo de pouso) com destino à lua Encélado, de Saturno. O relatório destaca também a importância de a NASA manter um ritmo regular de naves de pequeno e médio porte, lançadas a diferente destinos pelo Sistema Solar, e ressalta a importância da finalização do telescópio espacial NEO Surveyor.
De forma geral, as recomendações destacadas no relatório abordam tópicos científicos de alta prioridade em três áreas principais. Uma delas é a formação do nosso sistema solar, e principalmente da Terra, enquanto a outra explora a evolução dos corpos planetários para os objetos diversos observados hoje. Por fim, o último tema é relacionado à vida, abordando as questões relacionadas às condições que levaram a ambientes habitáveis e ao surgimento da vida em nosso mundo.
O relatório descreve um programa “recomendado”, com maiores custos, e um de “base”, que considera uma taxa de crescimento anual de 2% sobre o orçamento atual da NASA. Apesar de consistir apenas de recomendações, o relatório é um documento que tem peso importante para o Congresso dos Estados Unidos, a Casa Branca e a própria NASA, e as maiores recomendações de edições anteriores ajudaram a originar grandes missões, como os rovers Curiosity e Perseverance.
Esta nova versão é bastante consistente com o levantamento da última década de ciência planetária, que cobriu os anos de 2013 a 2022. Por outro lado, há uma grande diferença em relação ao outro documento: o novo relatório tem maior foco na defesa planetária, o papel da exploração humana com o programa Artemis e maior ênfase na astrobiologia, somada à busca pela vida.
Fonte: Planetary Society
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