Registro feito pelo telescópio Hubble da galáxia M91, localizada na constelação Cabeleira de Berenice. Essa galáxia espiral contém um buraco negro cuja massa pode chegar a 38 milhões de vezes mais do que a do Sol. Imagem: ESA/Hubble & NASA, J. Lee and the PHANGS-HST Team
Imagens do Telescópio Espacial Hubble, feitas pelo instrumento Wild Field Camera 3, sempre trazem impressionantes registros do universo. Uma delas, revelada nesta segunda-feira (18), mostra a M91, uma galáxia espiral que fica a 55 milhões de anos-luz da Via Láctea.
De acordo com a equipe responsável pelo observatório que fotografa o cosmos há mais de 30 anos, em uma parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA), a galáxia M91 está localizada na constelação Coma Berenices, também chamada de Cabeleira de Berenice.
Segundo o site Astronomia para Amadores, essa é uma constelação difícil de se identificar, devido a ser constituída por estrelas de fraco brilho. Ela fica entre as constelações de Boötes e Leão (antes de ser considerada uma constelação independente, a Cabeleira de Berenice fazia parte da figura do Leão, representando a ponta da cauda do animal).
Seu nome está relacionado à rainha do Egito Berenice II, casada com o rei Ptolomeu III. Ela teria cortado os próprios cabelos e ofertado aos deuses em agradecimento pelo retorno do marido em segurança de uma guerra.
E M91, uma galáxia espiral barrada (um redemoinho de estrelas que ficam em volta de um ponto central), esconde um grande monstro astronômico. Assim como nossa própria galáxia, ela contém um buraco negro supermassivo em seu centro. E ele pesa algo entre 9,6 e 38 milhões de vezes mais do que o Sol.
Essa imagem é parte de um esforço para construir um “tesouro de dados astronômicos”, explorando as conexões entre estrelas jovens e as nuvens de gás frio em que se formam. Para isso, os astrônomos usaram o Hubble para obter observações ultravioletas e visíveis de galáxias já vistas em comprimentos de onda de rádio pelo Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA).
Para obter e analisar dados do Hubble, os astrônomos primeiro têm que escrever uma proposta detalhando o que querem observar e destacando a importância científica de suas observações.
Essas propostas são então anonimizadas e julgadas por seu mérito científico por uma variedade de especialistas. O processo é incrivelmente competitivo: para se ter uma ideia, após o último edital, apenas cerca de 13% das propostas foram selecionadas para ter acesso a imagens e dados captados pelo lendário observatório espacial.
Fonte: Olhar Digital
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