Os novos dados mostram que ainda estamos muito longe de conhecer integralmente o nosso Sistema Solar. [Imagem: Scott Sheppard/Chad Trujillo]
Fronteiras do Sistema Solar
A fronteira do Sistema Solar mudou de novo. Astrônomos acabam de identificar mais um planeta-anão, temporariamente batizado de 2012 VP113. Mas esta não é a parte mais interessante da descoberta. O pequeno 2012 VP113 parece indicar a existência de um nono planeta no Sistema Solar, um gigante com eventualmente 10 vezes a massa da Terra e ainda mais distante. Se é o Planeta X que a NASA anda procurando é algo que terá que esperar até que ele seja observado diretamente. Por enquanto, os astrônomos estão deduzindo sua existência por sua influência sobre a órbita do novo planeta-anão agora observado.
Até onde se conhece
O Sistema Solar conhecido pode ser dividido em três partes: os planetas rochosos como a Terra, que estão perto do Sol, os planetas gigantes gasosos, que estão mais distantes, e objetos congelados do cinturão de Kuiper, que se encontram um pouco além da órbita de Netuno. Além deles, só se conhecia de forma direta até agora um objeto, chamado Sedna. Mas o recém-descoberto 2012 VP113 tem uma órbita além de Sedna, tornando-se o corpo celeste conhecido mais distante no Sistema Solar.Isto mostra que, ao contrário do que se acreditava, Sedna não é único, e os dois planetas-anões podem ser apenas os primeiros identificados de uma nova população de corpos celestes muito afastados do Sol. As teorias indicam que, ainda mais distante, existe uma região que passou a ser conhecida como Nuvem de Oort, que seria repleta de corpos celestes pequenos, de onde se originariam os cometas.
Planeta desconhecido
O 2012 VP113 está tão distante que a parte mais próxima de sua órbita o traz a 80 unidades astronômicas (au) do Sol - uma unidade astronômica equivale à distância da Terra ao Sol. Para comparação, os planetas rochosos ficam entre 0,39 e 4,2 au do Sol, os gigantes gasosos entre 5 e 30 au, e o Cinturão de Kuiper, que inclui Plutão, fica entre 30 e 50 au. Sedna, o corpo celeste mais distante conhecido até agora fica a 75 au. No ponto mais distante de suas órbitas, contudo, tanto Sedna quanto 2012 VP113 distanciam-se a centenas de unidades astronômicas do Sol. O formato de suas órbitas indica que eles devem sofrer a influência de um outro corpo celeste de grande massa, já que eles estão longe demais para sofrerem a influência da gravidade dos planetas conhecidos. Os astrônomos sugerem que pode ser uma "Super Terra", ou mesmo um planeta ainda maior, dependendo de sua distância, ainda por ser descoberto.
Muito a se descobrir
Segundo os descobridores do novo planeta-anão, os dados que levaram à descoberta do 2012 VP113 indicam que pode haver 900 objetos semelhantes com dimensões acima dos 1.000 km de diâmetro, e que a população da Nuvem de Oort "interna" poderia ser maior do que a do Cinturão de Kuiper e do cinturão principal de asteroides, entre Marte e Júpiter. "Alguns desses objetos da Nuvem de Oort interna poderiam rivalizar em tamanho com Marte e mesmo com a Terra. Isto porque muitos deles estão tão distantes que mesmo os maiores têm um brilho muito tênue para serem detectados com a tecnologia atual," disse Scott Sheppard, que descobriu o novo planeta-anão juntamente com seu colega Chadwick Trujillo.
Fonte: Inovação Tecnológica
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