A descoberta ocorreu na madrugada de 2 de janeiro, enquanto Sárneczky analisava as imagens feitas a partir do Observatório de Piszkéstető na Húngria. Ele notou um ponto nebuloso se movendo rapidamente em frente ao fundo de estrelas na direção da Constelação do Lince.
Objetos que se movem rapidamente no céu, certamente estão próximos à Terra. E no caso de um ponto nebuloso, só poderia significar que se tratava de um cometa. Os dados das suas observações foram enviados para o Minor Planet Center, que é o órgão ligado à União Astronômica Internacional que centraliza as informações dos pequenos corpos descobertos no Sistema Solar. A partir dessa notificação, dezenas de outros pesquisadores ao redor do mundo puderam observar o cometa e confirmar a descoberta.
No momento da descoberta, o brilho do cometa estava perto da 18ª magnitude, o que é muito tênue para ser observado até mesmo pelos telescópios amadores. Depois de 5 noites e 195 observações registradas do Cometa, sua órbita calculada indica um cometa de longo período, que leva mais de 669 anos para completar sua órbita em torno do Sol. Sua máxima aproximação da Terra ocorreu apenas alguns dias após sua descoberta, em 8 de janeiro, quando o Cometa passou a menos de 48 milhões de km do nosso planeta. Parece muito, não é? E é.
A distância, correspondente a mais de 120 distâncias lunares, é grande o suficiente para que o objeto, nem de longe, possa ser considerado um NEO (Objeto Próximo à Terra). Além disso, seu brilho é muito tênue e ele provavelmente é muito pequeno. Não parece ter nada que chame de fato a atenção dos astrônomos, a não ser, pelo seu descobridor.
O primeiro cometa descoberto em 2022 foi também o primeiro cometa descoberto por Krisztián Sárneczky, um dedicado astrônomo da Associação Astronômica Húngara e que, por muitos anos, se dedicou à buscas por objetos próximos à Terra como astrônomo amador. Sárneczky, que já era conhecido pela comunidade internacional por seus asteroides descobertos, há cerca de um ano passou a trabalhar no Observatório de Piszkéstető, onde agora, descobriu seu primeiro cometa.
Dá para imaginar o quão emocionado ficou o astrônomo. Em entrevista recente ele chegou a declarar que estava tão realizado que não precisava descobrir mais nada a partir de agora. Sárneczky falou também da importância daquela descoberta para a Astronomia do seu país. Lembrou que tinha apenas 12 anos de idade em 1986, na última vez que um cometa havia sido descoberto por um húngaro. O cometa em questão é o 184P/Lovas, descoberto por Miklós Lovas a partir do mesmo telescópio do Observatório de Piszkéstető em que Krisztián Sárneczky descobriu o primeiro cometa de 2022.
Fonte: Olhar Digital
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