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sábado, 14 de novembro de 2015

Enxame galáctico gigantesco avistado com ajunda de telescópios da NASA




O aspecto do enxame galáctico MOO J1142+1527, quando a sua luz o deixou há 8,5 mil milhões de anos atrás. As galáxias avermelhadas no centro da imagem constituem o coração do enxame.  Crédito: NASA/JPL-Caltech/Gemini/CARMA


Astrónomos descobriram um aglomerado gigante de galáxias numa parte muito remota do Universo, graças ao Telescópio Espacial Spitzer e ao WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer). O enxame galáctico, localizado a 8,5 mil milhões de anos-luz, é a estrutura mais massiva já encontrada a estas grandes distâncias. Os enxames galácticos são grupos, gravitacionalmente ligados, de milhares de galáxias, que por sua vez contêm biliões de estrelas. Os enxames ficam maiores ao longo do tempo pois adquirem novos membros. Como é que estes enxames evoluíram com o passar do tempo? Qual teria sido o seu aspeto há milhares de milhões de anos atrás?

Para responder a estas questões, os astrónomos olharam para trás no tempo, para o nosso jovem Universo. Dado que a luz leva tempo até chegar até nós, podemos ver como objetos muito distantes eram no passado. Por exemplo, estamos a ver o recém-descoberto enxame de galáxias - chamado MOO (Massive Overdense Object) J1142+1527 - tal como era há 8,5 mil milhões de anos atrás, muito antes da formação da Terra. À medida que a luz dessas galáxias remotas se desloca até nós, é esticada, devido à expansão do espaço, para comprimentos de onda infravermelhos. É aqui que o WISE e o Spitzer ajudam.

Para os telescópios espaciais infravermelhos, avistar galáxias distantes é como apanhar cerejas maduras de uma cerejeira. Nas imagens infravermelhas produzidas pelo Spitzer, estas galáxias distantes destacam-se como pontos vermelhos, enquanto as galáxias mais próximas têm tons esbranquiçados. Os astrónomos vasculharam primeiro o catálogo WISE em busca de candidatos para aglomerados distantes de galáxias. O WISE catalogou centenas de milhões de objetos em imagens de todo o céu obtidas em 2010 e 2011. Seguidamente, usaram o Spitzer para observar 200 dos objetos mais interessantes, num projeto chamado MaDCoWS (Massive and Distant Clusters of WISE Survey). O Spitzer não observa todo o céu como o WISE, mas pode ver mais detalhes.

"É a combinação entre o Spitzer e o WISE que nos permite ir de 250 milhões de objetos até aos enxames galácticos mais massivos no céu," afirma Anthony Gonzalez da Universidade da Flórida, em Gainesville, EUA, autor principal de um novo estudo publicado na edição de 20 outubro da revista Astrophysical Journal Letters. A partir destas observações, MOO J1142+1527 sobressaiu como uma das mais extremas. Foram usados os observatórios W.M. Keck e Gemini em Mauna Kea, no Hawaii, para medir a distância ao enxame. Usando dados dos telescópios CARMA (Combined Array for Research in Millimeter-wave Astronomy) perto de Owens Valley no estado americano da Califórnia, os cientistas foram capazes de determinar que a massa do enxame é mil biliões de vezes a do nosso Sol - o que o torna no enxame mais massivo, conhecido, a esta distância.

De acordo com as estimativas dos cientistas, MOO J1142+1527 pode ser um de apenas um punhado de enxames deste tamanho do Universo jovem. Com base na nossa compreensão de como os enxames galácticos crescem desde o início do nosso Universo, este enxame poderá ser um dos cinco mais massivos em existência naquela altura," afirma o coautor Peter Eisenhardt, cientista de projeto para o WISE no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia. No próximo ano, a equipa planeia vasculhar mais de 1700 candidatos adicionais a enxame galáctico com o Spitzer, procurando os maiores do grupo. Assim que encontrarmos os enxames mais massivos, podemos começar a investigar como as galáxias evoluíram nestes ambientes extremos," conclui Gonzalez.

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