A sonda Curiosity da NASA vasculha o solo e a atmosfera de Marte a procura de várias coisas, entre elas, metano. O metano é um precursor químico para a vida. Acredita-se que 95% do metano na atmosfera da Terra são de origem orgânica. Logo, metano em Marte seria um indício de vida atual ou antiga no planeta vermelho. Contudo, numa coletiva de imprensa concedida, a NASA anunciou que a sonda ainda não encontrou sinais de metano no local. Os equipamentos do Curiosity são extremamente sensíveis, capazes de detectar o gás em quantidades ínfimas como bilionésimas frações da atmosfera marciana. É possível que haja traços indetectáveis do gás, mas ainda há “incertezas o bastante de que a quantidade possa ser zero”, diz a agência espacial.
O que tudo isso significa, portanto, para a busca por vida (ou potencial para vida) em Marte? A ausência destes átomos de carbono e hidrogênio combinados exclui a possibilidade de haver vida? O planeta é e sempre foi uma vasta terra vazia e estéril? Basicamente, não sabemos. Uma atmosfera que contenha metano não é exatamente uma evidência prioritária na busca por vida ou condições de receber vida em Marte. Mesmo que o Curiosity tenha encontrado traços de metano na atmosfera do planeta, isso não seria necessariamente uma prova de que há vida lá.
Não encontrar o gás traz o mesmo problema. A cientista planetária Sarah Horst resumiu bem a situação em um tweet: “É importante lembrar: ausência de CH4 (metano) não é igual a ausência de vida, assim como se eles vissem metano isso não seria uma evidência definitiva de vida”. Só porque a sonda não encontrou o gás, também não quer dizer que ele não existe no planeta. Ocorreram detecções de emissões sazonais de metano no planeta vermelho no ano de 2009. Por enquanto, é importante lembrar que a missão do Curiosity em Marte está apenas começando. Com ou sem metano, há mais coisas a serem analisadas e descobertas nos próximos meses e anos.
“O metano claramente não é abundante na cratera Gale, se é que ele existe ali. Por enquanto, estamos empolgados apenas por procurá-lo”, disse o cientista do Curiosity, Chris Webster, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em um comunicado. “Enquanto nós determinamos limites superiores em valores baixos, a variabilidade atmosférica na atmosfera marciana pode ainda guardar surpresas para nós.” Essas surpresas podem até incluir sinais de metano – mas é preciso lembrar que este gás não é a evidência definitiva para a existência (ou não) de vida em Marte.
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