Saiu uma imagem de Andrômeda que nunca havia sido vista. Ela foi obtida em comprimentos de onda no ultravioleta, uma faixa espectral que a atmosfera da Terra consegue filtrar quase totalmente. Alguma coisa ainda atinge a superfície (como os casos de câncer de pele podem atestar), mas de modo geral, astronomia no ultravioleta é feita com instrumentos no espaço. Essa imagem, de uma Andrômeda invisível para nossos instrumentos, foi obtida pelo satélite Swift. A missão principal deste satélite é observar eventos de raios gama, os famosos gamma ray bursts. Ele já conseguiu registrar mais de 400 destas explosões, que representam um dos eventos mais energéticos já observados no universo. A galáxia de Andrômeda está a 2,5 milhões de anos luz de distância e é uma espiral muito parecida com o que se pensa que seja a nossa galáxia. Quando alguém pergunta qual a maior distância que um ser humano pode enxergar a olho nu, provavelmente a resposta é 2,5 milhões de anos luz. Andrômeda pode ser vista (especialmente para habitantes do hemisfério norte) como uma mancha na constelação que leva o mesmo nome. Essa nova imagem mostra alguns detalhes até então desconhecidos. Diferente da imagem no vísivel em que o centro apresenta uma mancha pálido-amarelada, a imagem no ultravioleta mostra aglomerados de estrelas salpicados em torno do centro da galáxia. Isso por que no visível o centro é dominado pela luz de estrelas velhas e frias, o ultravioleta revela a população de estrelas jovens e quentes. Outro detalhe notável é um gigantesco anel de pontos azulados, revelando os locais onde estrelas estão se formando. As estrelas se concetram neste “anel de fogo” porque é nesta região que está a matéria para formar novas estrelas. No centro o gás já foi consumido. Uma explicação para este anel de intensa formação de estrelas é a interação com galáxias-satélites orbitando Andrômeda. As forças gravitacionais agem entre as galáxias como forças de maré e desse intenso cabo de guerra cósmico, regiões de formação de estrelas são geradas e, invariavelmente, algumas galáxias são engolidas por Andrômeda, como falei aí no post abaixo.
domingo, 18 de maio de 2014
A Andrômeda invisível
Saiu uma imagem de Andrômeda que nunca havia sido vista. Ela foi obtida em comprimentos de onda no ultravioleta, uma faixa espectral que a atmosfera da Terra consegue filtrar quase totalmente. Alguma coisa ainda atinge a superfície (como os casos de câncer de pele podem atestar), mas de modo geral, astronomia no ultravioleta é feita com instrumentos no espaço. Essa imagem, de uma Andrômeda invisível para nossos instrumentos, foi obtida pelo satélite Swift. A missão principal deste satélite é observar eventos de raios gama, os famosos gamma ray bursts. Ele já conseguiu registrar mais de 400 destas explosões, que representam um dos eventos mais energéticos já observados no universo. A galáxia de Andrômeda está a 2,5 milhões de anos luz de distância e é uma espiral muito parecida com o que se pensa que seja a nossa galáxia. Quando alguém pergunta qual a maior distância que um ser humano pode enxergar a olho nu, provavelmente a resposta é 2,5 milhões de anos luz. Andrômeda pode ser vista (especialmente para habitantes do hemisfério norte) como uma mancha na constelação que leva o mesmo nome. Essa nova imagem mostra alguns detalhes até então desconhecidos. Diferente da imagem no vísivel em que o centro apresenta uma mancha pálido-amarelada, a imagem no ultravioleta mostra aglomerados de estrelas salpicados em torno do centro da galáxia. Isso por que no visível o centro é dominado pela luz de estrelas velhas e frias, o ultravioleta revela a população de estrelas jovens e quentes. Outro detalhe notável é um gigantesco anel de pontos azulados, revelando os locais onde estrelas estão se formando. As estrelas se concetram neste “anel de fogo” porque é nesta região que está a matéria para formar novas estrelas. No centro o gás já foi consumido. Uma explicação para este anel de intensa formação de estrelas é a interação com galáxias-satélites orbitando Andrômeda. As forças gravitacionais agem entre as galáxias como forças de maré e desse intenso cabo de guerra cósmico, regiões de formação de estrelas são geradas e, invariavelmente, algumas galáxias são engolidas por Andrômeda, como falei aí no post abaixo.
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