Está tão longe da sua estrela que demora 80.000 anos terrestres a completar uma órbita à volta da sua estrela. Assim, um ano no planeta Gu Psc b, que se encontra na constelação dos Peixes, a 155 anos-luz de distância da Terra, dura 80.000 anos.
Este planeta é um gigante composto por gases, que tem nove a 13 vezes a massa de Júpiter. Junta-se à lista cada vez maior de planetas extra-solares – ou seja, planetas à volta de uma estrela que não o nosso Sol. Detectados pela primeira vez em 1995, os planetas extra-solares conhecidos são aproximadamente mil.
A estrela que o Gu Psc b orbita é pequena: tem três vezes menos massa do que o nosso Sol. A distância da Terra ao Sol já é grande (cerca de 150 milhões de quilómetros). Ora, Gu Psc b está 2000 vezes mais longe da sua estrela do que a Terra do Sol, pelo que se encontra a 300.000 milhões de quilómetros. Em termos de distância à estrela, bate todos os recordes. Já agora, o nosso Plutão, até há poucos anos considerado o último planeta do sistema solar, antes de ser despromovido para planeta-anão, fica a 7350 milhões de quilómetros do Sol quando está mais afastado.
Essa distância toda permitiu à equipa internacional de investigadores, liderada por Marie-Ève Naud, estudante de doutoramento na Universidade de Montreal, no Canadá, obter imagens directas do novo planeta em vários telescópios, utilizando vários comprimentos de onda, como a radiação infravermelha. A descoberta está na revista The Astrophysical Journal.
“Os planetas brilham mais quando são observados em infravermelho, em vez da luz visível, porque a sua temperatura à superfície é mais baixa do que a das estrelas”, refere Marie-Ève Naud em comunicado, acrescentando que as observações da radiação infravermelha emitida pelo planeta permitiram descobri-lo.
“GU Psc b é uma verdadeira dádiva da natureza. A grande distância que o separa da sua estrela permite-nos estudá-lo em pormenor com uma variedade de instrumentos, que irão proporcionar uma melhor compreensão dos exoplanetas gigantes em geral”, sublinha ainda René Doyon, director do Observatório de Mont-Mégantic (Canadá), que faz parte da equipa.
Para os investigadores, esta descoberta permite ter a noção de que as distâncias entre os planetas e as suas estrelas podem ser realmente grandes e abre a porta a procurar estes objectos nessas regiões dos sistemas solares.
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