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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Desde já um Próspero Ano Novo e um Feliz 2015



Passar todos os dias do ano, 365 dias esperando pra renovar sua esperança, 52 semanas de expectativa aguardando o futuro. Me questione, mas é um ano novo, tudo novo. Mas amanhã também não é um dia novo? Outro mês também não é um mês novo? Ou até mesmo a semana que vem não é inédita? Pra que esperar todo esse tempo para ter esperança por algo melhor, para aquecer uma paixão, para tentar um novo amor, para procurar emprego, para parar de fumar. Ano Novo é somente um ano novo, nada de mais, porque não podemos fazer isso em um dia novo, uma semana nova ou até mesmo em uma hora nova?

Se na passagem do ano vários problemas somem, pessoas chegam a chorar, é tudo muito emocionante. Ano Novo, vida nova. Vamos começar de novo, mais um ciclo, mais uma volta em torno do sol. E daí? Tente fazer isso todo dia, renove sua esperança a cada volta da Terra em torno do seu próprio eixo, renove sua vida a cada noite, durma uma pessoa e acorde outra. Nada é tão bom quanto a emoção do novo, tente isso todo dia!



Mais uma etapa concluída, mais um ano que passou, que tenhamos conseguido tudo de bom, que Deus nos ofereceu, oferece e oferecerá a todos nós.
Desejo na paz de Deus que nós possamos sempre encontrar o seu caminho e que este seja trilhado com muita fé e paz, para que cada vez mais nós possamos acreditar nesse sentimento de paz e de fé, capaz de transpor obstáculos e sermos felizes.
Coragem para assumir e enfrentar as dificuldades, perseverança para que jamais desistíssemos ou desanimemos das nossas e esperanças; para que a cada novo dia possamos ver novos horizontes.

Que a mão de Deus guiem nossas vidas; para que essa siga em paz, em harmonia, com saúde e alegria. Tudo que desejo a todos nós e que neste ano seja melhor que o ano que passou e que o vindouro seja com saúde, paz e amor.
A todos nós desde já  um feliz Ano novo e um próspero e abundante 2015 !!!

Feliz Natal



É tempo de amor, fraternidade, esperança e paz.
Que nossos corações irradiem alegria e felicidade, não só neste período, mas por todo o ano que está por iniciar.
Que a graça do natal de Jesus nos faça meditar sobre nossas atitudes, nossos sonhos, nossas realizações e o que ainda podemos realizar, para tornar este mundo melhor e mais feliz. Tentemos cultivar em nossos corações, o amor tão propagado por ele.
Que possamos nos unir, num abraço fraternal  erradicando de nossos corações todo sentimento que causam dores e sofrimentos e que a paz, possa um dia reinar entre as nações; porque ela está em nós e, unidos podemos torná-la realidade se cada um fizer
sua parte praticando o bem, combatendo o mal e exercendo a solidariedade.
Desejo então, neste natal, que o amor exista em todos os corações e que Jesus possa ser lembrado não só nesta data, mas em todos os momentos, com o mesmo amor que nos dedicou. E que nunca percamos a fé nele.
Feliz natal e uma vez mais obrigado a cada um de vocês que estiveram comigo este ano comentando , elogiando e agradecendo as postagens que fiz especialmente a vocês para compartilhar essa magia do Natal .. Muito Obrigado e Feliz Natal a todos  !!!



A incrível história de uma estrela que virou planeta!

A estrela que virou planeta

Os avanços da astronomia criaram um problema inusitado de taxonomia estelar, ou seja, de classificação de objetos. Assim: com a melhoria da capacidade dos instrumentos científicos, mas também dos modelos teóricos de formação de estrelas, os astrônomos continuamente foram empurrando o limite inferior de massa das estrelas. Simplificando, astrônomos foram descobrindo cada vez mais estrelas cada vez menores. Aí surgiu a discussão, qual deveria ser o valor da massa mínima para que um corpo celeste pudesse ser classificado como estrela. Por definição, um corpo celeste é considerado estrela se ele tem massa suficiente para produzir energia através de fusão nuclear, juntando átomos de hidrogênio e formando átomos de hélio, nos casos mais simples. É possível haver fusão de átomos mais pesados se fundindo em outros mais pesados ainda, no interior de estrelas de muita massa. Com esse processo é possível produzir até átomos de ferro. Por conta dos detalhes da física nuclear, produzir átomos mais pesados que o ferro não gera energia, mas sim a consome. Se a estrela chega a esse ponto ela se torna uma supernova, numa explosão tão poderosa que pode criar uma estrela de nêutrons ou mesmo um buraco negro, mas também produz todos os elementos da tabela periódica.

Mas, qual o valor da massa que um corpo celeste deve ter para que as condições necessárias para haver fusão de nuclear ocorra? Modelos teóricos dizem que 75 vezes a massa de Júpiter, mas esse valor pode vaiar, e muito, de acordo com a composição química da estrela. Para piorar, em 1988 foi descoberto um objeto de massa sub estelar que foi classificado como uma Anã Marrom. Essa classe de objetos têm massas variando entre 12 e 80 vezes a massa de Júpiter. Isso é muito pouco para produzir a fusão do hidrogênio comum, mas com 13 massas de Júpiter, um corpo é capaz de fundir o deutério, um isótopo do átomo de hidrogênio. Anãs Marrons com mais de 65 massas de Júpiter conseguem fundir átomos de lítio.

E aí? Como fica agora? Se a definição inicial dizia que uma estrela é o corpo celeste que consegue produzir energia por fusão nuclear, as Anãs Marrons não deveriam ser consideradas estrelas? Ou esses corpos deveriam ser considerados Júpiteres gigantes? Alguns astrônomos acham que não, aqueles que pensam justamente nos processos de fusão nuclear dizem que são estrelas. Já outros, que pensam nos processos de formação de estrelas acham que sim, que não passam de Júpiteres bombados.

Polêmicas à parte, o que ocorre é que não existe uma linha bem definida que separe estrelas de (exo)planetas, mas sim uma extensa faixa cinza. Para se ter uma ideia, a Anã Marrom mais massiva tem 29 vezes a massa de Júpiter, portanto é capaz de produzir energia através da fusão nuclear de deutério, mas é considerado o exoplaneta mais massivo já descoberto. Bom, se já é difícil dizer quem é Júpiter gigante e quem é estrela, o que dizer de um corpo celeste que tenha nascido com cara de estrela, mas hoje poderia ser classificado como planeta?

Esse é o caso do objeto WISE J0304-2705, descoberto por um time internacional de astrônomos liderado por David Pinfeld da Universidade de Hertfordshire, Inglaterra. Classificado inicialmente como uma Anã Marrom da classe mais fria possível, o espectro de J0304 mostrou que ele tinha características de uma estrela muito antiga e que passou por um processo de esfriamento ao longo de bilhões de anos e hoje é quente o suficiente para ferver água, apenas.

De acordo com a linha do tempo traçada por Pinfeld e colaboradores, durante os primeiros 20 milhões de anos de vida dessa (ainda) estrela, sua temperatura era de 2.800 graus Celsius, o mesmo que uma Anã Vermelha. Depois de 100 milhões de anos a temperatura baixou para 1.500 graus e nuvens de silicatos começaram a se condensar em sua atmosfera. Isso mesmo, nuvens de poeira começaram as se formar. Com uma idade de um bilhão de anos a temperatura já era de mil graus, fazendo com que nuvens de metano e vapor d'água trouxessem as características típicas de uma Anã Marrom. Desde então, J0304 esfriou até chegar a uma temperatura entre 100 e 150 graus Celsius.

Esse objeto tem entre 20-30 vezes a massa de Júpiter, o que a faria uma Anã Marrom, mas com uma temperatura baixa assim, lembre-se que Vênus tem por volta de 450 graus, J0304 está mais para um planeta e não pode realizar qualquer fusão nuclear. Situado a uma distância entre 33 e 55 anos luz de distância, esse é o primeiro objeto conhecido a cruzar a linha cinza entre estrelas e planetas e é o primeiro caso de uma estrela que virou planeta.

Sistema planetário definitivo pode ter 60 terras habitáveis

Sistema planetário definitivo pode ter 60 Terras

Órbitas compartilhadas, algo já visto na prática, permitem acomodar até 24 terras na zona habitável.[Imagem: Sean Raymond]

Obra-prima cósmica

Por que se contentar com sistemas planetários com um planeta habitável cada, quando você pode ter 60 terras bem na vizinhança? Um astrofísico francês projetou o que ele chama de "sistema estelar definitivo", um que contenha o máximo de planetas semelhantes à Terra, compondo um sistema único, sem quebrar as leis da física. Sean Raymond, do Observatório de Bordeaux, começou a estruturar sua obra-prima cósmica com um par de regras básicas. Em primeiro lugar, o arranjo dos planetas deveria ser cientificamente plausível.

 Em segundo lugar, eles precisariam ser gravitacionalmente estáveis ao longo de bilhões de anos. Para começar, ele escolheu uma estrela anã vermelha porque estrelas deste tipo têm uma massa menor do que estrelas como o nosso Sol e, assim, vivem mais tempo, gerando uma zona habitável estável - a região em torno de uma estrela em que pode existir água em estado líquido. O primeiro exoplaneta do tamanho da Terra descoberto na zona habitável orbita uma estrela anã vermelha.

Órbitas compartilhadas e exoluas

Cada planeta do tamanho da Terra orbitando uma anã vermelha poderia ter uma lua de mesmo tamanho, com os dois mundos orbitando um ponto central. Além disso, dois pares de planetas podem orbitar uma estrela à mesma distância, desde que eles estejam separados por 60 graus, graças a um par de pontos gravitacionalmente estáveis. Não, isso não é fantasia. Já foram observados dois planetas na mesma órbita, exoplanetas com órbitas inclinadas e até exoplanetas que orbitam na contramão, nas chamadas órbitas retrógradas, algo que Raymond não precisou usar.

Há espaço para seis dessas configurações orbitais na zona habitável de uma anã vermelha, dando um total de 24 planetas habitáveis nesse sistema planetário. Mas há outras ferramentas para construir um sistema planetário mais denso: gigantes gasosos, como Júpiter, não são habitáveis pela vida como a conhecemos, mas eles podem ser orbitados por luas muito similares à Terra, potencialmente habitáveis. Raymond calcula que uma anã vermelha poderia prender gravitacionalmente quatro planetas júpiteres, cada um com cinco luas como a Terra. Usando o mesmo truque do compartilhamento de órbitas, pode haver mais dois planetas como a Terra em ambos os lados da órbita de cada Júpiter, o que somaria 36 mundos habitáveis ao redor da anã vermelha.

60 terras habitáveis

Finalmente, Raymond adotou um sistema binário, com duas anãs vermelhas, uma orbitando a outra a uma distância similar ao raio do nosso Sistema Solar. Não, isso também não é exagero. Na verdade, é até conservador, uma vez que já conhecemos um planeta com quatro sóis e até um sistema de três sóis com três planetas na zona habitável. Mas não basta somar, porque a teoria permite que só uma das estrelas tenha a configuração dos júpiteres e suas luas-terras - a outra estrela pode ter apenas a primeira configuração, só com "terras binárias". Está pronto então o sistema planetário definitivo, com 60 planetas habitáveis à sua escolha.


Será que "alguém" pensou nisso?

"Eu admito que seria extremamente casual que a natureza tenha produzido um sistema que fosse tão espetacular," diz Raymond. "Ainda assim, cada peça do sistema é plausível e até mesmo esperado a partir de simulações de formação planetária."

Ou4 – Uma gigantesca nebulosa em forma de lula


Nebulosa Ou4


Com uma forma misteriosa, parecida com uma lula, essa nebulosa é muito apagada, mas também muito grande, quando observada desde o planeta Terra. No mosaico acima, composto de dados de banda curta, obtidos pelo telescópio de 2.5 metros Isaac Newton, ela se espalha com um tamanho equivalente ao de 2.5 Luas Cheias na direção da constelação de Cepheus. Recentemente descoberta pelo astrônomo francês especializado em imagens, Nicolas Outters, a impressionante emissão bipolar da nebulosa está consistente com o que espera-se de uma nebulosa planetária, o escudo gasoso de uma estrela moribunda parecida com o Sol, mas sua distância real e a sua origem são parâmetros ainda desconhecidos. Uma nova investigação sugere que a Ou4 se localiza realmente dentro da região de emissão SH-129, localizada a cerca de 2300 anos-luz de distância da Terra. Consistente com esse cenário, a lula cósmica representaria um fluxo espetacular de material dirigido por um sistema triplo de estrelas quentes e massivas, catalogado como HR8119, visto perto do centro da nebulosa. Se isso for mesmo confirmado, a verdadeiramente gigante nebulosa em forma de lula teria fisicamente perto de 50 anos-luz de comprimento.

Astrônomos explicam formação de família esquisita de asteroides

Formação da família de asteroides Eufrosina

Formação da família de asteroides Eufrosina


Eufrosina
O caráter atípico da família de asteroides de Eufrosina - uma das várias situadas entre os planetas Marte e Júpiter, que durante anos intrigou os astrônomos - acaba de ser explicado pela equipe liderada por Valério Carruba, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Guaratinguetá.
A descoberta do primeiro asteroide com anéis contou com participação de 11 astrônomos brasileiros.[Imagem: Cortesia sunflowerscosmos.com]
A peculiaridade dessa família, composta por mais de 2,5 mil objetos, vem do fato de que - exceto pelo asteroide principal, Eufrosina, que dá nome ao grupo - ela tem poucos asteroides grandes ou médios, com diâmetros entre 8 e 12 quilômetros. O Eufrosina concentra 99% da massa da família. Os demais objetos são muito pequenos. Alguns asteroides do cinturão principal - entre as órbitas de Marte e Júpiter - são agrupados em famílias, cada uma das quais supostamente originada a partir de um corpo progenitor, fragmentado após colisões com outros corpos. Mas a família Eufrosina parecia muito estranha. "Isso porque, usualmente, as famílias tendem a perder com muito mais facilidade os objetos pequenos, desgarrados do grupo durante sua evolução dinâmica. Então, uma família com tantos objetos pequenos, poucos corpos de tamanho médio, e um único objeto grande constituía, realmente, uma situação bastante original," explicou o pesquisador.

Ressonância

A explicação para a formação pouco usual da família Eufrosina foi encontrada em um fenômeno conhecido como ressonância de movimento médio ν6 - lê-se nu6, onde ν é a minúscula da letra grega equivalente ao N. Foi uma ressonância que recentemente ajudou os astrônomos a levantar a hipótese da existência de mais dois planetas gigantes no Sistema Solar. Uma outra ressonância ajudou a inocentar uma família de asteroides pela extinção dos dinossauros. "Exemplo clássico de ressonância é a que existe nas lacunas de Kirkwood, no cinturão de asteroides. Quando o período de revolução do asteroide [o tempo que leva para dar uma volta completa ao redor do Sol] é igual a duas vezes o período de revolução de Júpiter, as perturbações deste planeta sobre o asteroide se repetem periodicamente, e podem causar aumentos na excentricidade da órbita do asteroide, levando a instabilidades", explicou Carruba. 

O que nos chamou de imediato a atenção foi o fato de Eufrosina ser a única família de asteroides cruzada no meio pela ressonância ν6", acrescentou o pesquisador. Segundo ele, a ν6 é uma das ressonâncias mais poderosas do Sistema Solar: "Muitos objetos que interagem com essa ressonância são rapidamente perdidos, porque ela aumenta a excentricidade de suas órbitas, fazendo com que se choquem com os planetas ou com o Sol."

Formação natural
Como a ressonância ν6 atravessa a família de Eufrosina praticamente no meio, a região central é a que sofre maior influência. E essa região é justamente aquela onde se encontram os objetos maiores. A equipe então realizou uma simulação em computador de um conjunto fictício de asteroides circulando na mesma região durante um bilhão de anos. Bingo: o resultado é exatamente uma família tal como a Eufrosina, sem a necessidade de qualquer impacto tangencial com outros corpos, como se sugeria anteriormente - de resto uma explicação considerada inadequada pela equipe porque impactos tangenciais são extremamente raros. "Ela pode ter-se formado naturalmente, em função da dinâmica local, adquirindo a configuração observada", concluiu Carruba.

8 mistérios galácticos da Via Láctea

8 mistérios galácticos da Via Láctea

O espaço está cheio de mistérios. Desde as perguntas que ainda temos que responder acerca de estrelas até aos planetas e luas no nosso próprio sistema solar, há muito para descobrir. No entanto, alguns mistérios estão numa escala ainda maior, e os seguintes são literalmente galácticos.

8. Local de nascimento do Sol

Estrelas como o Sol nascem em grupos com outras estrelas semelhantes. Estes irmãos estelares formam-se a partir da mesma nuvem de gás, e por isso têm a mesma composição química. No entanto, nós examinamos 100.000 estrelas num raio de 325 anos-luz da Terra e encontrou apenas duas que são semelhantes ao Sol. O nosso sol está sozinho, o que significa que foi expulso ou abandonou o seu conjunto há 4,5 bilhões de anos. O melhor candidato para o seu lugar de nascimento é Messier 67, um aglomerado na constelação de Câncer a cerca de 2.900 anos-luz de distância. As estrelas lá têm uma idade, temperatura e química semelhante ao Sol.

No entanto, os astrofísicos da Universidade Nacional Autônoma do México fizeram simulações em 2012 e descobriram que M67 simplesmente não pode ser o local. O Sol teria precisado de um alinhamento improvável de várias estrelas de grande massa para fugir e a velocidade necessária teria rasgado o disco planetário, evitando que a Terra se formasse. É possível que o agrupamento do Sol simplesmente não exista mais, e todos os seus primos se tenham distancido. Outra hipótese é que ele veio mais perto do centro da galáxia, onde um monte de estrelas semelhantes ao Sol são encontradas.

7. Ondas feitas de estrelas

As descobertas em astronomia são muitas vezes feitas ao olhar através de um telescópio. Às vezes, um observatório produz uma vasta gama de dados a partir de um pedaço do céu e os cientistas levam anos para tirar conclusões da informação. O Sloan Digital Sky Survey é um projeto deste género, usando um telescópio no Novo México, que passou a última década a observar 930.000 galáxias, 120.000 quasares, e cerca de meio milhão de estrelas na Via Láctea.

Usando esses dados, uma equipa de astrónomos notou algo sobre a distribuição vertical de estrelas. Estas muitas vezes se aglutinam, e a equipe percebeu um padrão em 300.000 estrelas que se assemelha a uma onda sonora. A explicação mais provável é que algo colidiu e passou pela nossa galáxia nos últimos 100 milhões de anos. Os pesquisadores não foram capazes de identificar o que pode ter sido, seja uma galáxia anã ou possivelmente uma estrutura de matéria escura.

6. Nuvens de alta velocidade


Nuvens de alta velocidade (HVCs) foram descobertos em 1963. Essas coleções de gás interestelar em movimento em diferentes velocidades e direções são feitas principalmente de hidrogénio e acredita-se serem provenientes do espaço intergaláctico. De onde eles vêm ao certo, no entanto, ainda está por descobrir. Jan Oort, um dos descobridores das nuvens sugeriu que o gás é um remanescente da formação da galáxia. Outra explicação é que o gás ejetado da Via Láctea está a cair novamente como uma fonte galáctica.

5. Nuvens de Magalhães


As Nuvens de Magalhães são galáxias companheiras da Via Láctea, descobertas durante a viagem pioneira de Fernão de Magalhães no século 16. A Grande Nuvem de Magalhães tem 14.000 anos-luz de diâmetro e fica a cerca de 160.000 anos-luz da Terra. A Pequena Nuvem de Magalhães tem a metade do diâmetro mas está 30 mil anos-luz mais longe. Para efeito de comparação, a Via Láctea tem cerca de 140.000 anos-luz de diâmetro. As nuvens estão a 13 mil milhões de anos e acreditava-se que orbitavam a Via Láctea. No entanto, cálculos feitos pelo Hubble sugerem que elas estão se movendo duas vezes mais rápido do que se pensava inicialmente.

 Se for esse o caso, a Via Láctea não deve ser grande o suficiente para mantê-las em órbita. Descobrir se eles estão em órbita tornou-se um novo mistério. Se estiverem, isso significaria que a Via Láctea poderia ser duas vezes mais massiva que se pensava anteriormente. Os cientistas resolveram recentemente mistério com quatro décadas sobre a origem da Corrente de Magalhães. Trata-se de uma fita de gás que se estende do outro lado da Via Láctea. Eles descobriram que a maior parte veio da nuvem menor, embora os níveis de oxigénio e enxofre em regiões mais recentes corresponda à nuvem maior. 

4. Galáxia X


A teoria da conspiração astronómica mais popular é a existência de "Planeta X". Isso sugere que um planeta do tamanho de Júpiter orbita o Sol numa órbita irregular, secretamente rastreado pela NASA. Embora haja uma série de problemas com essa ideia, há uma possibilidade muito real da existência da "Galáxia X". Trata-se de uma galáxia anã no lado oposto da Via Láctea, que não podemos ver, devido ao gás e à forma do pó. Galaxy X seria até 85 por cento composta por matéria escura. O astrónomo teórico da Universidade de Berkeley, Sukanya Chakrabarti, lidera a caçada. Chakrabarti prevê que a Galáxia X terá uma massa de cerca de um centésimo da Via Láctea.

3. Problema do lítio


O problema de lítio é uma das imperfeições de longa data da cosmologia. O lítio é o terceiro elemento mais leve do universo, depois do hidrogénio e hélio, e modelos do Big Bang prevêem que níveis desses elementos devemos esperar encontrar. Esses modelos funcionam para tudo, menos o lítio. Nas estrelas mais antigas da Via Láctea, o isótopo de lítio-7 é encontrado em cerca de um terço dos níveis esperados. O Lítio-6 aparece a uma taxa de cerca de 1.000 vezes acima, embora seja muito mais difícil de contar.

2. Estrelas hipervelozes


A maioria das estrelas orbitam o centro da galáxia mais ou menos à mesma velocidade que o nosso sol, a cerca de 230 quilómetros por segundo. No entanto, algumas estrelas, cerca de uma em cada mil, viajam três vezes mais rápido do que isso. Eles são conhecidos como estrelas hipervelozes. A primeira foi descoberta por astrónomos do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, em 2005, mas atualmente já foram encontradas dezenas. A coisa mais interessante sobre elas é que estão a mover-se tão rápido que podem escapar da órbita da galáxia completamente.

 O mistério é saber a fonte dessa velocidade. Acredita-se que uma das mais rápidas já descobertas, HE 0437-5439, possa ter um passado complicado. A teoria é que um sistema de três estrelas passaram pelo centro da galáxia, quando o buraco negro central engoliu uma estrela. Isso lançou para longe as outras duas. A estrela hiperveloz mais próxima da Terra, LAMOST-HVS1, também pode ter sido expulsada por uma interação com o buraco negro central.

1. Willman 1


Em 2004, uma equipa de astrónomos da Universidade de Nova York, descobriu um objeto incomum quando estava a examinar os dados do Sloan Digital Sky Survey. Eles estavam à procura de galáxias companheiras da Via Láctea, mas o que encontraram não se encaixava nisso. Na verdade, o grupo de estrelas não se encaixa em qualquer lugar e foi chamada de SDSSJ1049 5103, ou Willman 1. Willman 1 orbita a aproximadamente 120 mil anos-luz da Via Láctea. Pode ser uma galáxia anã, ou possivelmente um aglomerado globular, mas há problemas com ambas as teorias.

Aglomerados globulares tendem a ter centenas de milhares de estrelas, enquanto Willman 1 tem menos de mil. Pode ser um cluster de uma galáxia menor, a apanhar carona na nossa galáxia, como um minúsculo ácaro numa pulga, que, por sua vez, se agarra a um cão enorme.

Se é uma galáxia em vez de um cluster, uma outra teoria pode explicar. As simulações de computador sobre as origens da Via Láctea indicam que deve haver centenas de galáxias menores nas proximidades, mas somente 20 foram encontradas. Uma explicação para isso é que uma massa de menos de 10 milhões de sóis é muito pouco para produzir muitas estrelas, tornando as galáxias invisíveis. Além disso, observação de Willman 1 sugerem que a sua massa é de apenas cerca de meio milhão de sóis, bem abaixo desse limite.

Planetas “companheiros” podem ser a chave para encontrar vida extraterrestre ou estender nossa existência



 Pesquisadores acreditam que este fenômeno ‘amigável’ entre planetas, pode aumentar, e muito, as chances de encontrar vida alienígena. Esses planetas tendem a ser mais propensos à ‘hospitalidade’ em suas condições.  Planetas, ao envelhecer, esfriam, pois seus núcleos fundidos se solidificam, diminuindo o calor interno. Dessa forma, o mundo vai se tornando menos habitável, pois há uma regulação de dióxido de carbono para evitar um descontrole de aquecimento ou resfriamento.  Porém, astrônomos da Universidade de Washington e da Universidade do Arizona descobriram que, em determinados planetas que possuem tamanhos semelhantes ao da Terra, a atração gravitacional de um planeta ‘companheiro’ pode gerar calor suficiente por meio de um processo chamado aquecimento de maré.

O processo serve para impedir a refrigeração interna, aumentando a possibilidade de ambiente propício à vida. O mesmo efeito acontece nas luas de Júpiter, nominadas Io e Europa.  Os pesquisadores mostraram que esse fenômeno também pode ocorrer em exoplanetas - aqueles que estão fora do sistema solar.  A esses planetas de massa semelhante à Terra, é preciso que estejam situados na zona habitável, que é a faixa de espaço em torno de uma estrela, permitindo que um planeta rochoso em órbita possa ter chance de vida por possuir água.

“Quando o planeta está mais próximo da estrela, o campo gravitacional é forte e o planeta é deformado, assumindo a forma de uma bola de futebol americano. Quando está mais longe da estrela, o campo é mais fraco e o planeta é mais esférico. Esta flexão constante causa um atrito das camadas internas do planeta, produzindo aquecimento por fricção”, explicou o astrônomo Rory Barnes, da Universidade de Washington.  Barnes afirma que o planeta exterior é necessário para manter a órbita não circular do planeta, potencialmente habitável.

Quando a órbita de um planeta é circular, a força gravitacional de sua estrela hospedeira é constante, por isso, a sua forma nunca muda e não há aquecimento de maré.  Por conta disso, pesquisadores acreditam que, ao descobrirem planetas do tamanho da Terra na zona habitável, deve-se procurar qual deles possuem um planeta ‘companheiro’, para que as chances de hospedar vida sejam maiores.  De acordo com Barnes, esses planetas podem ser a solução para uma vida longa no universo. "Talvez, em um futuro distante, após a morte do nosso Sol, nossos descendentes possam viver em mundos como estes", projetou o astrônomo.

Aneis ao redor da nebulosa do anel

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Ela parece familiar para os entusiastas do céu, mesmo com um pequeno telescópio. Contudo, há muito mais a ser visto da Nebulosa do Anel (M57) do que com um pequeno telescópio. O anel central facilmente visível tem cerca de um ano-luz de diâmetro, mas esta exposição incrivelmente profunda – um esforço de colaboração que combina dados de três grandes telescópios diferentes – explora os filamentos curvos de gás brilhante que se estendem muito além da estrela central da nebulosa. Esta composição notável inclui imagens de banda estreita de hidrogênio, a emissão em luz visível e a emissão de luz infravermelha. Claro, neste exemplo bem estudado de uma nebulosa planetária, o material brilhante não vem de planetas. Em vez disso, a mortalha gasosa representa as camadas externas expulsas de uma estrela parecida com o Sol que está morrendo. A Nebulosa do Anel está a cerca de 2.000 anos-luz de distância na direção da constelação de Lira, a harpa (em latim: Lyra)

Atração gravitacional da Terra pode “derreter” um pedacinho da Lua





Depois de dezenas de novas descobertas sobre exoplanetas, buracos negros, estrelas de nêutrons e até mesmo a matéria escura invisível que permeia todas as galáxias, parece que existe um corpo celeste que ainda continua a nos surpreender. Sim, a Lua tem mais novidades para nos mostrar. A superfície lunar continua dando o que falar, sendo fonte de estudos e novas revelações. Em uma mais recente, uma nova pesquisa sugere que a Lua tem uma região de baixa viscosidade anteriormente desconhecida, localizada logo acima do núcleo. De acordo com informações do Ars Technica, a região está parcialmente fundida, o que se encaixa com os modelos anteriores que sugerem que alguns pontos de fusão possam existir na fronteira manto-núcleo.

Relação com as marés

A região, referida no estudo como a "zona de baixa viscosidade," poderia explicar melhor as medidas de dissipação das marés na Lua. Embora os cientistas já tenham calculado os efeitos das forças de maré da Terra sobre a Lua, nenhum desses cálculos foi suficiente para contabilizar certas observações. Especificamente, há uma relação entre o período de maré da Lua e sua capacidade de absorver ondas sísmicas, que são convertidas em calor profundo no interior do satélite natural da Terra. Essa relação era inexplicável até agora.

Entretanto, os autores do estudo foram capazes de corresponder de perto essas observações com sua simulação, quando uma zona de baixa viscosidade foi incluída em seus modelos. As marés na Terra formam o efeito mais evidente da influência gravitacional da Lua, mas, surpreendentemente, a Terra tem uma influência recíproca nas marés lunares. À medida que essas forças de maré da Terra exercem pressão sobre a Lua, ela cria ondas sísmicas. Essas ondas então se dissipam e são convertidas em calor nas profundezas da Lua em um processo chamado aquecimento de maré. Com isso, a zona de baixa viscosidade desempenha um papel no processo, ajudando as ondas a se dissiparem.

Cálculos

Pode parecer um tanto complicado, mas, usando essas medições, os pesquisadores foram capazes de calcular algumas características específicas da zona de baixa viscosidade. O valor resultante de viscosidade é extremamente baixo quando comparado com estimativas prévias das condições na parte inferior do manto lunar. A zona começa a cerca de 500 metros acima do centro lunar, agindo como um cobertor para abrandar o arrefecimento do núcleo e influenciando a evolução térmica da Lua. Contudo, os autores do estudo afirmam que o modelo não é perfeito e reconhecem que ele não corresponde exatamente a todas as observações.

"A viscosidade astenosférica e a espessura da litosfera são, provavelmente, muito suaves e muito finas, respectivamente, em nosso modelo de referência", escrevem eles. De qualquer forma, isto não significa que os resultados não sejam informativos, mas sim que um modelo mais preciso ainda possa ser necessário a fim de compreender a estrutura interna da Lua em mais detalhes e com muito mais clareza. Os pesquisadores dizem que compreender a relação entre a dissipação e os ciclos de maré em corpos planetários é importante para vários aspectos da ciência espacial.

Entre outras coisas, essa relação pode dar pistas sobre a evolução do corpo em questão, tanto de suas propriedades térmicas quanto de sua história orbital. E isso ainda pode nos ajudar a compreender as luas de outros planetas, tais como aqueles nas órbitas de Júpiter e Saturno. A história da Lua é de particular interesse, pois é entrelaçada com nosso próprio passado e vai continuar a ser objeto de estudo por muito tempo. Quem sabe a grande e brilhante Lua ainda tenha mais algumas surpresas na manga, esperando para serem descobertas?

O bombardeio cósmico

cassio barbosa

Os modelos de formação do Sistema Solar dizem que, assim que a nuvem protoestelar que formou o Sol se colapsou, também começou a formar os planetas. Com o Sol "aceso", ou seja, emitindo radiação, as regiões mais interiores dessa nuvem foram mais aquecidas que suas partes externas. Assim, o material volátil – como gelos de água, metano e gás carbônico, por exemplo –, foram evaporados. Essa parte da nebulosa se tornou seca e deu origem a planetas pequenos e rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Nas partes externas, mais frias, esse gelo todo sobreviveu, o que facilitou o crescimento de corpos celestes que hoje são os planetas gigantes gasosos, como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. No início havia muitos corpos diminutos, os planetesimais que, se chocando uns com os outros, foram crescendo e aumentando de massa, tornando-se finalmente planetas. Nem todos os planetesimais foram "usados" na formação de planetas e acabaram se juntando para formar asteroides e cometas, por exemplo, que estão ainda vagando pelo nosso Sistema Solar. Esses corpos eram muito mais numerosos no passado e os planetas sofreram intensos bombardeios durante um período relativamente longo de tempo, há 4,5 bilhões de anos. Os planetas gigantes tiveram um papel importante em limpar o Sistema Solar desses corpos, a maioria deve ter caído no Sol, mas muitos acertaram a Terra.

A história de formação de nosso planeta pode ser resumida assim, a fase inicial de formação com a acreção dos planetesimais, durante dezenas de milhões de anos. Depois um impacto gigantesco com um protoplaneta que teria formado a Lua e depois um período de bombardeio de asteroides gigantes, com tamanho entre dezenas e centenas de quilômetros durante bilhões de anos. Apesar do tamanho dos objetos e do longo período de bombardeio, estimativas recentes dão conta de que esses impactos somaram menos de 1% da massa atual da Terra. Podemos dizer que o último desses asteroides gigantes a atingir a Terra foi o que acabou com os dinossauros, há 65 milhões de anos atrás. E provavelmente era o menor deles...

Apesar de contribuir pouco com a massa final da Terra, esse período de intenso bombardeio teve um efeito profundo na evolução geológica do planeta recém-formado. Entre 4,5 e 4 bilhões de anos atrás, a superfície da Terra foi remoldada constantemente. Isso porque os impactos eram muito intensos, com objetos muito grandes, de modo que a cada evento boa parte da superfície terrestre derretia com o calor gerado. Com a repetição periódica dos choques, o desenvolvimento da vida fatalmente foi atrasado. Mesmo depois desse período, quando o bombardeio se tornou menos intenso, um impacto de um asteroide com mais de mil quilômetros de comprimento seria capaz de esterilizar todo o planeta. Um impacto mais modesto, com um objeto com a metade desse tamanho, seria suficiente para ferver todo o oceano da Terra. Apesar disso, os indícios de que já havia água em estado líquido há 4,3 bilhões de anos atrás são praticamente irrefutáveis.

Esse período geológico é chamado de período Hadeano e, apesar da violência e grande frequência de impactos, um novo estudo da NASA em colaboração com diversos outros institutos mostra que entre um evento e outro, havia tempo para que alguma forma de vida se desenvolvesse em pequenos nichos. Locais como o fundo dos oceanos, ou em regiões da Terra menos sujeita ao bombardeio, poderiam dar condições não só para a vida surgir, mas também de se sustentar por alguns milhares de anos. Até que um impacto devastador em escala global esterilizasse tudo de novo. Com a diminuição da frequência e da intensidade dos impactos, a vida se desenvolveu de maneira mais tranquila e se espalhou por toda a Terra.

Esse estudo sobre o bombardeio de asteroides, liderado por Simone Marchi, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, EUA, foi publicado na revista Nature e produziu um mapa muito interessante. Nessa versão animada é possível ver o tamanho do impacto e, através de sua cor, o momento em que ele ocorreu durante o período Hadeano. Os dados para esse estudo vieram da análise de rochas terrestres e lunares. Aliás, basta olhar para a Lua cheia para ver os efeitos dessa época de impactos: as crateras produzidas durante esse tempo todo estão lá, as maiores, as mais antigas. Dá para notar esse mesmo comportamento nesse mapa animado do artigo, com os maiores impactos ocorrendo há mais tempo, codificado na cor vermelha, chegando aos mais recentes e menores, codificados em azul.

Os resultados desse trabalho, que na verdade é um novo modelo para entender esse período de formação da Terra, devem dar mais subsídio para entender como a vida surgiu e se manteve num ambiente tão inóspito. Para que ela pudesse sobreviver e se espalhar, certamente as formas primitivas precisaram ser mais resistentes ao calor do que se imaginava até agora.

Cientistas começam a identificar poeira exótica de estrelas




As amostras foram obtidas pela espaçonave Starust Foto: BBC

Cientistas podem ter identificado as primeiras partículas conhecidas de poeira de fora do Sistema Solar. As amostras foram obtidas pela espaçonave Starust e trazidas à Terra por uma missão espacial da Nasa em 2006. Uma equipe de pesquisadores identificou nesse material sete grãos exóticos, com a ajuda de 30 mil pessoas ao redor do mundo. O material foi obtido em uma região conhecida como espaço interestelar - que fica entre estrelas - e é repleta de partículas microscópicas. Essa poeira interestelar é um produto do nascimento de estrelas, sua evolução e morte. As moléculas que a formam foram originadas no interior de estrelas formadas antes do Sol e expelidas no espaço na forma de pedras muito pequenas à medida que estas estrelas esfriavam. Agora, os cientistas podem analisar essas partículas de forma inédita. A composição e estrutura das amostras coletadas podem ajudar a explicar a origem e evolução da poeira espacial.

Análise preliminar

 Andrew Westphal, do Laboratório de Ciências Espaciais da Universidade da Califórnia, em Berkeley, diz à BBC que "os resultados (desta análise) estão permitindo entender a complexidade e a diversidade das partículas da poeira interestelar". Uma análise preliminar realizada por Westphal e outros cientistas, publicada na revista Science, mostrou que estas particulas variam mais em tamanho, estrutura e composição química do que se pensava anteriormente com base em teorias e observações astronômicas. "Essa análise poderia facilmente ter mostrado que as partículas de poeira interestelar são similares, mas não encontramos nada disso. Elas são todas diferentes entre si." Em comparação, a poeira de cometas é mais recente. O material que forma o nosso Sistema Solar foi aquecido, misturado e transformado conforme o Sol e os planetas assumiram suas formas.


Duas missões

 A Stardust era formada por duas missões diferentes. Apesar de ser mais conhecida por seu contato com o Cometa Wild 2, a espaçonave também capturou amostras de poeira que circulavam na corrente do espaço interestelar. Essa corrente carrega partículas muito antigas e anteriores à formação do nosso Sol, de diferentes partes da nossa galáxia. A Stardust estava equipada com um aparelho conhecido como Coletor de Poeira Interestelar, um mosaico formado por 132 partes do tamanho de uma raquete de tênis e feito de um material conhecido como aerogel, o mais leve sólido produzido pelo homem. Esse material feito a partir de silício é composto 99% de espaços vazios. As partículas de poeira podem viajar a uma hipervelocidade de mais de 5km/s. Como uma rede, o aerogel captura as partículas sem vaporizá-las ao reduzir sua velocidade gradualmente. Mais de 30 mil voluntários se inscreveram no projeto Stardust@home para examinar as imagens de aerogel na busca por rastros deixados pelas partículas, que têm um diâmetro de cerca de dois milionésimos de metro.

Origem

Mas nem todas as partículas encontradas no aerogel têm origem interestelar. Os pesquisadores determinaram que quase todos os rastros haviam sido deixados por minúsculos pedaços da espaçonave, com exceção de três. Quatro outras possíveis partículas interestelares, com um tamanho de 0,4 milionésimos de metro, foram encontradas em buracos do alumínio que reveste as peças do mosaico de aerogel. As sete partículas são compostas de diferentes materiais, o que significa que cada uma delas tem sua própria história.

Telescópio capta nuvem de cores na explosão de supernova




Imagem feita a partir de uma supernova captada pela Nasa e pela Agência Espacial Europeia mostra nuvem de poeira colorida. Informação em infravermelho do fotômetro de imagem do telescópio Spitzer, da Nasa, em ondas de 24 e 70 microns surgem em vermelho e verde e raios X do XMM-Newton em um alcance de 0.3 a 8 kiloelectron volts em azul.  Os resultados destrutivos da explosão de uma poderosa supernova aparecem revelados nesta mistura delicada de raios infravermelhos e raios X.

A imagem divulgada pela Nasa (Agência especial americana) nesta quinta-feira (21) foi feita pelo telescópio espacial Spitzer em conjunto com o Observatório de Raios X Chandra e pelo Centro de Operações XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia.  Em sua descrição, a Nasa referiu-se à nuvem como "uma onda de choque irregular, gerada por uma supernova que teria ocorrido há 3.700 anos na Terra. O material restante, chamado Puppis A, está a aproximadamente 7.000 anos-luz daqui e a onda de choque a dez anos-luz.  As partículas de poeira são responsáveis pela maior parte das ondas de raio infra-vermelho, que aparece em verde e vermelho na imagem.  Os materiais aquecidos pela onda de choque da supernova emitem raios X, que são vistos na cor azul. 

As regiões onde as emissões de raios infravermelhos e raios X se misturam surgem em tons pasteis mais claros.  Segundo os pesquisadores da Nasa, pelo brilho infravermelho, os astrônomos encontraram uma quantidade de poeira na região equivalente a um quarto da massa do nosso sol. Pelos dados coletados pelo espectrômetro do Spitzer, é possível ver como a onda de choque quebra os grãos de poeira que preenchem o espaço ao redor.  As explosões de supernovas oferecem muitos elementos para que as gerações futuras de estrelas e planetas que vão se formar. Ao estudar como o material resultante da supernova se expande em uma galáxia e interage com outros materiais também oferece pistas sobre a origem do nosso universo.

Astrônomos descobrem evidências de estrelas mais antigas do Universo, que podem ter sido centenas de vezes maiores que o Sol




Astrônomos descobriram a primeira evidência de grandes estrelas, que podem ter sido uma das mais antigas do Universo.  Com massa centenas de vezes maiores que a do Sol, elas existiram por pouco tempo e nenhuma deles existe mais. No entanto, já foi encontrado vestígios de uma delas, e a descoberta potencialmente inovadora poderia render informações fascinantes sobre o início de tudo, do próprio Universo.  A descoberta foi feita usando uma técnica chamada arqueologia estelar, pelo Dr. Wako Aoki e seus colegas do Observatório Astronômico Nacional do Japão, em Tóquio. Eles utilizaram o Telescópio Subaru, em Mauna Kea, no Havaí, de acordo com um relatório divulgado na revista Nature.

Esta técnica envolveu a análise da composição química de uma estrela de segunda geração para encontrar provas de uma primeira geração de estrelas que levaram à sua formação. Ao analisar os resultados, Dr. Aoki diz ter descoberto que o grupo de estrelas provavelmente foi formado a partir dos restos de uma geração passada.  Pensa-se que estrelas de primeira geração foram as primeiras a fundir hidrogênio e hélio em elementos mais pesados, que viriam a se tornar outros objetos, como planetas e outras estrelas. Elas são tão antigas que teriam precedido a maioria das galáxias do Universo, mas, devido à sua massa enorme, possuíam vida curta, com apenas alguns milhões de anos.

Os cientistas acreditam que o Universo começou no Big Bang, 13,8 bilhões de anos atrás, mas 800 milhões de anos mais tarde, quase todas as estrelas da primeira geração já tinha explodido, transformando-se em supernovas. Essas supernovas teriam originado planetas e galáxias, dando origem aos primeiros elementos pesados.  Agora, com a assinatura química de uma delas, será possível descobrir mais a respeito.  A evidência para esta estrela foi encontrada nos restos de uma estrela de segunda geração, chamada SDSS J0018-0939. Observações de sua composição química sugerem que foram formadas a partir de uma nuvem de gás, semeada com material da explosão de uma estrela massiva única, ou seja, uma estrela de primeira geração.

Naoki Yoshida, um astrofísico da Universidade de Tóquio que não estava envolvido no estudo, disse: "Esta é uma descoberta muito aguardada. Parece que Aoki finalmente encontrou uma relíquia que mostra a evidência de que realmente houve uma estrela tão monstruosa em um passado distante. Estrelas de segunda geração são pequenas estrelas de baixa massa que possuem, aproximadamente, cerca de 13 bilhões de anos. Seus minúsculos níveis de elementos mais pesados sugerem que elas se uniram a partir de restos de estrelas muito maiores, de primeira geração.

No entanto, a sua existência foi inferida através do surgimento de elementos pesados após o Big Bang. Alguns elementos só poderiam se originar nos núcleos de estrelas, através da fusão de hélio e hidrogênio. Daí foi feita a associação com as de primeira geração. Mas, até agora, os estudos não conseguiram revelar a existência dessas grandes estrelas. Mais estudos serão necessários para confirmar se os resultados estão corretos, mas o Dr. Aoki e sua equipe estão esperançosos de que este poderia ser um precursor para descobertas semelhantes, talvez com a ajuda do telescópio espacial James Webb, da Nasa, depois que ele for lançado, em 2018.

Sais de Marte tocam o gelo e produzem água líquida

Sais de Marte tocam o gelo e produzem água líquida


Não importa a temperatura congelante de Marte: pequenas quantidades de água líquida podem se formar no planeta vermelho. É o que comprova uma pesquisa coordenada pelo brasileiro Nilton Rennó, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, depois de simulações em câmaras que imitam as condições de Marte.

As intrigantes gotas nas pernas da sonda marciana Phoenix, em 2008.[Imagem: NASA]

A água líquida é um ingrediente essencial para a vida como a conhecemos e Marte é um dos poucos lugares no sistema solar onde os cientistas viram sinais promissores da sua existência. As experiências são as primeiras a testar teorias sobre a formação de água em um clima tão frio como o de Marte - até agora, ninguém detectou diretamente água líquida em nenhum lugar além da Terra.

Sais de Marte

Os pesquisadores descobriram que um tipo de sal presente no solo marciano pode, em questão de minutos, derreter o gelo com o qual entra em contato - exatamente o mesmo efeito dos sais usados para descongelar estradas e ruas durante o inverno em locais frios. Alguns cientistas sugerem que este sal marciano forme água líquida sugando o vapor do ar, através de um processo chamado deliquescência. Em 2008, Nilton Rennó foi o primeiro a notar estranhos glóbulos nas fotos enviadas pela Phoenix. Por várias semanas, os glóbulos pareciam crescer e se aglutinar.

Enquanto ele acreditava que eram gotículas de água e sugeria que sais na superfície de planetas poderiam formá-la, muitos de seus colegas discordaram. Afinal, sais ainda não haviam sido encontrados em Marte. Entre os sais que a Phoenix detectou estava o perclorato de cálcio, uma mistura de cálcio, cloro e oxigênio, que se encontra em lugares áridos como o Deserto do Atacama, no Chile. Anos mais tarde, o robô Curiosity encontrou o mesmo material em outro lugar de Marte, em uma região tropical. Agora os cientistas acreditam que este e outros sais estão espalhados em toda a superfície do planeta.

Produzindo água líquida em Marte

O que a equipe de Rennó fez agora foi recriar em laboratório as condições locais de aterragem da Phoenix, utilizando cilindros metálicos, com 60 centímetros de altura e 1,5 metro de comprimento. As temperaturas nas câmaras variam de -120 a -20º C, como no fim da primavera e início do verão em Marte. A umidade relativa do ar variou, mas durante a maioria dos experimentos, foi ajustada em 100%. Foram testados dois cenários: perclorato isoladamente e perclorato sobre água congelada. Nos experimentos somente com perclorato, foram colocadas camadas com uma espessura de um milímetro de sal, em um prato com a temperatura equivalente à do solo de Marte.

Mesmo depois de três horas, não se formou água líquida, mostrando que a deliquescência não estava ocorrendo e é provável que não seja um processo significativo em Marte. Contudo, quando os pesquisadores colocaram perclorato de cálcio ou solo salgado diretamente na camada de gelo, de 3 milímetros de espessura, as gotas de água líquida formaram-se em poucos minutos, assim que as câmaras alcançaram -73º C. Esta simulação representou bem as condições observadas no local de aterragem da Phoenix.

"O que é mais emocionante para mim é saber que agora posso compreender como as gotas de água se formaram na perna da espaçonave," disse Nilton Rennó, referindo-se a gotículas flagradas nas pernas da sonda Phoenix, da NASA. Ele acredita que o impacto do pouso da sonda no solo marciano expôs o gelo, derreteu-o e formou aquela salmoura que espirrou na perna da nave, que aterrissou na região polar norte. Os sais permitiram que as gotas permanecessem líquidas. Rennó diz que sua existência e estabilidade mostraram aos cientistas um ciclo, que não necessariamente precisa da ajuda de uma espaçonave terrestre, podendo ocorrer por outros processos.

Ciclo marciano da água

Os resultados sugerem que pequenas quantidades de água líquida podem existir em uma grande área da superfície de Marte e em uma subsuperfície rasa, das regiões polares até regiões com latitudes médias, durante várias horas do dia na primavera e no início do verão. Tal ciclo poderia formar correntes de água, diz Rennó, que fluem, congelam, descongelam e fluem de novo - a água pode se formar somente abaixo da superfície. Rennó afirma que a água não precisa necessariamente ficar líquida indefinidamente para que possa suportar a vida microbiana no presente ou no passado. "Marte é o planeta do nosso sistema solar mais semelhante à Terra. Estudos sugerem que Marte era ainda mais parecido com a Terra no passado, com água fluindo em sua superfície. Ao estudar a formação de água líquida em Marte, podemos saber mais sobre as possibilidades de vida fora da Terra e procurar recursos para missões futuras," acrescentou Erik Fischer, principal autor do trabalho.

Por que tudo gira no universo ?

tudo gira no universo

Do micro ao macro, tudo gira no universo: os elétrons em torno de núcleos, luas em torno de planetas, planetas em torno de estrelas, estrelas em torno de galáxias…

Por quê?

Essa é uma questão que não pode ser respondida sem que voltemos ao início de tudo. Antes do nosso universo ser preenchido com matéria, antimatéria e radiação, estava em um estado de rápida expansão, onde a única energia encontrada no espaço-tempo era a energia intrínseca ao próprio espaço. Este foi o período de inflação cósmica que deu origem ao Big Bang que identificamos com o nascimento do que chamamos de nosso universo. Durante este tempo, tanto quanto podemos dizer, flutuações quânticas foram produzidas, mas não podiam interagir umas com as outras, já que a expansão do espaço era demasiado rápida. Ela também era a mesma em todos os lugares e em todas as direções, sem eixo preferencial de qualquer tipo. Quando a inflação acabou, a energia intrínseca do espaço foi convertida em matéria, antimatéria e radiação, e essas flutuações quânticas deram origem a regiões superdensas ou pouco densas no universo em rápida expansão. Isto é o que nós chamamos de Big Bang.

Desde o início, todas as partículas fundamentais nascem com um momento angular intrínseco: uma propriedade conhecida como spin (em português, algo como “giro” ou “rotação”) que não pode ser separada da própria partícula (somente o bóson de Higgs, de todas as partículas fundamentais, tem um spin que é intrinsecamente zero). Quando estas partículas são criadas, não fazem isso orbitando qualquer outra, porque não tiveram a oportunidade de interagir com outras ainda. Mas elas já nascem com energias cinéticas intrínsecas e em locais com densidades variáveis. No começo do universo, conforme as partículas que nasciam colidiam e interagiam gravitacionalmente, as regiões mais densas atraíam mais e mais matéria e energia, enquanto as menos densas ficavam ainda mais escassas. Com isso, as diferenças gravitacionais entre elas foram aumentando cada vez mais.

A menos que duas dessas fontes gravitacionais sejam ambas perfeitamente esféricas e se movam em uma velocidade ao longo da linha imaginária que as liga (o que é extremamente improvável), elas vão exercer um certo tipo de força sobre a outra: a força de maré. Cada porção de matéria e energia que se move relativamente não alinhada com qualquer outra porção de matéria e energia provoca uma interação gravitacional que cria um “torque” – um momento angular, uma grandeza vetorial da física que afeta cada pedaço de matéria que conhecemos. Conforme o tempo passa e o colapso gravitacional acontece, estas pequenas quantidades de momento angular – 50% das quais devem ser no sentido horário e 50% no anti-horário – são suficientes para causar aglomerados imensos de matéria a rodar muito lentamente.

E eles continuam rodando, por causa do que chamamos de quantidades conservadas. Você provavelmente está familiarizado com a conservação de energia: a afirmação de que a energia não pode ser criada ou destruída. O momento angular também é uma dessas quantidades (que você pode observar na prática olhando uma patinadora puxando seus braços e pernas para perto de seu corpo). Ao mudar o que é conhecido como o momento de inércia (trazendo sua distribuição de massa mais perto de seu eixo de rotação), a conservação do momento angular determina que sua velocidade angular (ou velocidade de rotação) deve aumentar para compensar:

Estrelas, planetas, luas e mesmo galáxias – todo sistema conhecido no universo – têm experimentado essas forças de maré, e tem uma quantidade diferente de zero do momento angular em relação a outros objetos no universo. Em resumo, gravitação, torques e a conservação do momento angular são os motivos pelos quais tudo gira no universo.

Duas regiões de formação de estrelas na Via Láctea

Duas regiões de formação de estrelas na Via Láctea



Duas regiões de formação estelar na Via Láctea austral.[Imagem: ESO/G. Beccari]

Formação de estrelas

Esta imagem, obtida no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, mostra duas regiões de formação estelar na Via Láctea austral. A primeira destas regiões, à esquerda, é dominada pelo enxame estelar NGC 3603 e situa-se a 20.000 anos-luz de distância, no braço em espiral Carina-Sagitário da nossa Via Láctea. A segunda, à direita, é uma coleção de nuvens de gás brilhantes conhecidas pelo nome de NGC 3576, situando-se a apenas metade da distância da primeira região.

Enxame estelar

O NGC 3603 é um enxame estelar muito brilhante, famoso por ter a mais alta concentração de estrelas massivas descobertas na nossa Galáxia até agora. No seu centro situa-se um sistema estelar múltiplo Wolf-Rayet, conhecido por HD 97950. As estrelas Wolf-Rayet encontram-se num estado avançado de evolução e apresentam massas a partir de 20 vezes a massa solar. No entanto, apesar da sua elevada massa, estas estrelas liberam uma quantidade considerável de matéria, devido a intensos ventos estelares, que enviam o material da superfície estelar para o espaço a velocidades de vários milhões de quilômetros por hora, no que pode ser considerado uma dieta drástica de proporções cósmicas.

O NGC 3603 situa-se numa região de formação estelar muito ativa. As estrelas nascem em regiões do espaço escuras e poeirentas, escondidas da vista. À medida que as estrelas muito jovens começam a brilhar e limpam os casulos de material que as rodeiam, tornam-se visíveis e dão origem a brilhantes nuvens de material circundante, conhecidas por regiões HII. As regiões HII brilham devido à interação entre a radiação ultravioleta emitida pelas estrelas jovens quentes brilhantes e as nuvens de gás de hidrogênio. As regiões HII podem ter um diâmetro de várias centenas de anos-luz e a região HII que rodeia a NGC 3603 tem a particularidade de ser a mais massiva da nossa Galáxia.

Nebulosa

A nebulosa NGC 3576, situada no lado direito da imagem, encontra-se igualmente no braço em espiral de Carina-Sagitário da Via Láctea, no entanto está apenas a 9.000 anos-luz de distância da Terra - muito mais perto que o NGC 3603, mas aparece próximo deste no céu. A NGC 3576 apresenta dois enormes objetos curvos que parecem os chifres de um bode. Estes estranhos filamentos são o resultado de ventos estelares emitidos por estrelas quentes e jovens que se situam nas regiões centrais da nebulosa e que lançam gás e poeira para o exterior a centenas de anos-luz de distância. Duas regiões escuras, conhecidas por glóbulos de Bok, são também visíveis neste vasto complexo de nebulosas. As nuvens pretas próximo do topo da nebulosa são igualmente potenciais locais de futura formação estelar.