Reologia é um ramo da ciência que estuda a maneira como os materiais se deformam quando sofrem ação de uma tensão. Ela possui um lema: “Tudo flui”.
Agora, cientistas desse ramo inventaram um número adimensional, chamado de número de Deborah, para quantificar esse lema.
Segundo a reologia, campo criado em 1928 com a colaboração de um engenheiro, um químico e um professor de línguas clássicas, tudo no mundo tem propriedades líquidas, inclusive montanhas.
Ela estuda, entre outras coisas, o comportamento de fluidos de diferentes viscosidades, bem como os fluidos não newtonianos – como ketchup e veneno de cobra – que fluem livremente apenas quando colocados sob certas tensões mecânicas.
O objetivo maior da reologia, no entanto, é muito mais ambicioso. Para definir o escopo da ciência, seus criadores foram por um caminho que nem sempre leva aos melhores resultados: a Bíblia.
Em “Juízes”, a profetisa Débora (Deborah) diz “As montanhas fluíram diante do Senhor”. Segundo os cientistas, as montanhas podem fluir porque mesmo material sólido, quando colocado sob estresse, muda de forma e de “fluxo”. O problema é que a montanha só fluiu diante do Senhor porque o Senhor tem o tempo em suas mãos.
Com tempo suficiente, sólidos podem fluir como líquidos – assim obtemos o número de Deborah, originalmente proposto por Marcus Reiner, professor do Instituto de Tecnologia de Israel e atualmente professor visitante no Instituto Politécnico do Brooklyn (EUA).
É um número sem dimensão, definido pelo tempo de “relaxamento” da substância dividido pelo tempo de observação. Quanto maior o número de Deborah, mais sólido é o material, e mais tempo leva para vê-lo fluir. Alguns números de Deborah devem ser bastante elevados, mas o que os cientistas sugerem é que tudo no mundo tem um.
De acordo com Reiner, o número de Deborah está destinado a se tornar fundamental na reologia, colocando sólidos e fluidos sobre um conceito comum.
Quem quiser saber mais pode ler uma parte de uma palestra de Reiner (em inglês) sobre o número de Deborah.
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