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sábado, 27 de abril de 2013

"Me Mostre o Coelho "





O filósofo Karl Popper considerou que qualquer proposição científica deve ser falseável, em outras palavras, para qualquer proposição científica deve-se pelo menos ser possível imaginar um experimento cujo resultado seria refutar a hipótese . Inicialmente ele chegou a pensar que a Teoria da Seleção Natural de Charles Darwin (o real significado para Darwinismo citado na frase abaixo) não seria testável nesse sentido, sendo portante uma programa de pesquisa metafisico “quase tautológico”, conforme o texto abaixo :

“I have come to the conclusion that Darwinism is not a testable scientific theory, but a metaphysical research programme—a possible framework for testable scientific theories.” 

“Tenho chegado à conclusão de que o darwinismo não é uma teoria científica testável, mas um programa de pesquisa metafísica, um enquadramento possível para teorias científicas testáveis.”

Popper mais tarde mudou seu ponto de vista, concluindo que a Teoria da Seleção Natural seria falseável e que o próprio exemplo de Darwin para a cauda do pavão tinha refutado uma variação extrema do mesmo, de que toda evolução é impulsionada pela seleção natural [3]. Esse detalhe sobre o caráter científico da Evolução Biológica já havia sido discutido no texto Karl Popper e a investigação metafisica evolutiva apresentado nesse site.

Apesar de em 1978, Karl Popper escrever que sua objeção antes tinha sido especificamente à Teoria da Seleção Natural, ele continuou a expressar o descontentamento com as declarações contemporâneas da Teoria da Evolução, que incidiu sobre a Genética Populacional, o estudo das frequências relativas de alelos. Infelizmente, alguns dos ajustes que ele propôs pareciam muito mais Lamarckismo ou Saltacionismo, e os biólogos evolucionistas portanto desconsideraram as suas críticas . Já em 1981, Popper se queixou de que havia sido mal interpretado quando disse que “ciências históricas”, como a paleontologia ou a história da Evolução da Vida na Terra não eram ciências genuínas, quando na verdade ele acreditava que elas poderiam fazer previsões falseáveis.

Mais confusões surgiram no período de 1980-1981, quando ocorreu um longo debate nas páginas da revista Nature sobre o status científico da Teoria da Evolução. Nenhum dos participantes de tal debate tinham dúvidas de que a Teoria Evolutiva era ao mesmo tempo científica e, de acordo com o conhecimento científico atual, verdadeira. A controvérsia se estabeleceu no fato de que alguns participantes se opuseram às declarações de que a Teoria da Evolução fosse um dogma absoluto na área das Ciências Biológicas, em vez de uma hipótese que até agora se apresentou muito bem, sendo que ambos os lados do debate citaram Popper para apoiar suas posições. Essa foi uma das oportunidades esperadas pelos criacionistas que aproveitaram para declarar que a Teoria da Evolução não era científica .

Durante muito tempo as críticas de Karl Popper ao caráter científico da Teoria Evolutiva foram apresentadas para tentar descaracterizar pesquisas e retirar a mesma do meio científico. Essa atitude não se restringiu a criacionistas, sendo que mesmo após a retratação de Karl Popper vemos filósofos utilizando suas citações para isso.

Dentre diversas história relacionadas a área de Ciências podemos encontrar uma que vai de encontro a esse debate. Segundo contam, J.B.S Haldane, um grande biólogo, uma vez foi perguntado sobre o que o faria desistir das ideias relacionadas a Teoria Evolutiva. Para responder a esse questionamento o biológo disse: “Um fóssil de coelho no Pré-Cambriano”.

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