A equipe que coordena a sonda espacial Planck, da Agência Espacial Europeia, divulgou na última quinta-feira (21) o mais detalhado mapa da radiação cósmica de fundo feito até agora – a radiação remanescente de micro-ondas que permeia o universo.
Esse mapa mostra como era o universo “bebê”, 380 mil anos depois do Big Bang, e sugere que nosso universo é 100 milhões de anos mais velho do que se imaginava: segundo a Nasa, ele tem 13,81 bilhões de anos.
O mapa mostra as diferenças sutis de temperatura no universo jovem. As áreas azuis mostram as regiões mais frias e a laranja as mais quentes. Os cientistas acreditam que a variação de temperatura deu origem a vasta teia cósmica de aglomerados de galáxias – que surgiram nas regiões quentes – e a matéria escura.
A sonda Plank foi lançada em 2009, junto com o telescópio espacial Herschel. O primeiro mapa que mostra a radiação de todo o céu feito a partir de dados obtidos pelo Plank foi produzido em 2010. Desde então, cientistas têm aperfeiçoado a imagem para remover as emissões brilhantes da Via Láctea e de outras regiões, deixando apenas a radiação de fundo.
Embora 100 milhões de anos pareça pouco se comparado aos bilhões de anos do universo, os novos dados trazem novos mistérios a serem desvendados pelos pesquisadores. “As variações de lugar para lugar no mapa que o Planck fez nos dizem coisas novas sobre o que aconteceu apenas 10 nano-nano-nano-nano segundos após o Big Bang, quando o universo se expandiu 100 trilhões de trilhões de vezes”, explicou Charles Lawrence, cientista do projeto Planck.
Além de determinar que o universo é mais velho do que pensávamos, os novos dados também apontam que, surpreendentemente, o universo está se expandido um pouco mais lentamente do que foi previsto anteriormente.
Os dados mostram ainda que a matéria comum (que compõe estrelas, galáxias, planetas e astros visíveis) corresponde a apenas 4,9% do universo – ligeiramente menos do que se pensava. Já a matéria escura corresponde a 26,8% do universo, quase um quinto a mais do que estimativas anteriores. O resto do universo (cerca de 69%) corresponde a energia escura, a força misteriosa que causa a aceleração do ritmo de expansão do universo e contraria os efeitos da gravidade
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