Ainda não foram encontradas provas definitivas de que exista vida para lá da da Terra, i.e., vida extra-terrestre (cujo nome não é alienígena).
Mas a ausência da prova não é a prova da ausência.
Na nossa Terra a vida surgiu com surpreendente facilidade. Agora sabemos que ainda antes do fim do Último Grande Bombardeamento (por asteroides e cometas ainda na formação do Sistema Solar) já existia vida unicelular anaeróbica no nosso Planeta.
Épocas do Planeta Terra — as Cruzes são as Grandes Extinções em Massa
Há pois fortes razões para crer que a vida, dadas condições mínimas, possa surgir por esse Cosmos afora com frequência e abandono.
Então, em resposta à pergunta, é quase certo que exista vida extra-terrestre — espalhada por todo o Universo — e não somente em ambientes semelhantes ao da Terra.
A vida pode até ter surgido poucos milhões da anos logo após o Big Bang…
A Vida na Terra e a sua Evolução ao longo dos tempos
As primeiras estrelas (população III) eram gigantescas e constituídas apenas por Hidrogénio e Hélio; tiveram vidas muito curtas e ao morrerem (como SuperNovas) ejectaram no meio interestelar os elementos que tinham sintetizado (até ao Ferro). Estes eram maioritariamente Carbono, Nitrogénio e Oxigénio, que quando arrefecidos formaram, com o já abundante Hidrogénio, moléculas de Metano, Amónia e Água respetivamente.
Isto quando no meio interplanetário ainda só haviam poeiras (de Carbono, Silício, Sódio, Fósforo, Cálcio, Alumínio, Enchofre, Potássio, Ferro, etc.) para em torno das quais estes compostos se condensassem.
Temperaturas entre as quais vários Fluidos ficam Líquidos
Isto numa época em que a temperatura média de todo o Cosmos estava (gradualmente baixando) entre +100ºC e -180ºC. Hoje é de menos de -270ºC.
Porém existem indícios (ainda não provas definitivas) de que matrizes moleculares orgânico-minerais possam ter surgido junto com a formação de cometas, asteroides, planetoides e planetas. Estas poderão ter servido de modelos e moldes para as primeiras moléculas da vida. (mais nos links abaixo, vale bem a pena ler)
O Universo parece tão velho porque as nossas vidas são tão breves. Na realidade o Universo é ainda bem novinho.
Vejamos … o Universo começou há 13,77 bilhões de anos.
Evolução do Universo
A nossa Galáxia tem 10 bilhões de anos, formou-se relativamente cedo e durante os seus primeiros bilhões de anos foi um ambiente de alta radiação onde seria difícil [mas não impossível] a vida (mesmo simples) evoluir.
A Terra existe há cerca de 1/3 da idade do Cosmos: 4,5 bilhões de anos.
Estima-se que aproximadamente num trilhão de anos (cerca de 100 vezes a atual idade do Universo) nasçam as últimas estrelas.
As estrela mais comuns (70%) são as Anãs Vermelhas que vão continuar a brilhar e a consumir o seu Hidrogénio por 10 trilhões de anos.
O Universo ainda só percorreu 1/1000 da sua vida, com estrelas ativas.
É na realidade ainda muito jovem. Um bebê no seu primeiro mês de vida.
Então o que existem também são indícios de que o Universo é ainda jovem demais para que surjam muitas espécies analíticas e tecnológicas como a nossa.
Em quase 4,5 bilhões de anos de existência da Terra, durante quanto tempo existiu uma civilização analítica, científica e tecnológica? Sejamos generosos — comecemos a contagem na Renascença — apenas há uns 500 anos. Ou seja há 1/9.000.000 da idade da Terra. Um período brevíssimo, para um planeta adolescente, num Sistema Solar jovem, numa Galáxia quasi-prematura.
Podemos ser a primeiríssima civilização tecnológica numa vasta região do espaço.
Para quem esteja realmente interessado e tenha paciência para ler e refletir sugiro os links abaixo. Os assuntos correspondem a pesquisas bem recentes e, para os curiosos, a leitura é arrebatadora.
Daí, possivelmente, O GRANDE SILÊNCIO CÓSMICO com que nos deparamos.
Aqui acima tem um bom link para quem esteja interessado em SETI - Search for ExtraTerrestrial Intelligence ou Busca por Inteligência Extraterrestre.
ADENDA:
O asteroide 101955 Bennu, descoberto a 11 de Setembro de 1999 e abordado em 20 de outubro de 2020 pela sonda OSIRIS-REx teve uma amostra coletada de 121,6 gramas que retornou à Terra em Setembro de 2024. Este asteroide é rico em Carbono, Nitrogénio e Silício. Também contém fosfato de magnésio-sódio, um componente solúvel essencial à nossa bioquímica. A amostra ainda incluia imensas substâncias percursoras da vida [tal como a conhecemos] como vários aminoácidos (14 dos 20 componentes das nossas proteínas) e as seis "letras" componentes do DNA e do RNA.
O asteroide 162173 Ryugu, também descoberto em 1999 (a 10 de maio) e abordado pela sonda Hayabusa2 a 11 de julho de 2019 que também coletou uma amostra (5,4 gramas) que retornou à Terra a 5 de Dezembro de 2020. Esta amostra também incluia moléculas percursoras da vida tais como aminoácidos, nucleobases do RNA e vitamina B3.
Cada vez mais se acumulam provas de abundantes percursores de vida e até de água (e de amónia e de metano líquidos) em antigos planetesimais (com dimensões de até milhares de quilómetros) donde originaram estes asteroides na formação do nosso Sistema Solar.
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