Praticamente 96% do Universo é constituído por dois elementos, dos quais sabemos que existem, mas não sabemos do que são formados: matéria escura e energia escura.
Os 4% restantes é o que denominamos de matéria bariônica - ou seja, a matéria constituída por átomos, aquela que existe em nós, a que forma estrelas, planetas, galáxias, eticétera. Repito novamente… SOMENTE 4%! Ou seja, ninguém sabe do que 95–96% do universo é feito!
"Mas sabemos que o universo é formado por 96% de algo que nem sabemos do que é constituído?". Para isso, devemos retornar às teorias gravíticas… Sabemos que a massa é um fator fundamental quando determinamos a atração gravitacional entre corpos: na Teoria da Gravitação Universal, a massa é proporcional à aceleração gravitacional - ou seja, quanto mais massa, haverá mais atração; na Teoria da Relatividade Geral, a massa é o fator que contribuí para a deformação do espaço-tempo - quando mais massa, há mais deformação!
Entretanto, observações gravitacionais realizadas em alguns aglomerados galácticos apontaram que a quantidade de massa total da matéria bariônica - o único tipo de matéria até então conhecido - não condizia com a atração que eles exerciam entre si. Entretanto, esta matéria complementar era indetectável por todos os nossos meios, o que permitiu a especulação de um tipo de matéria invisível e detectável somente através de interações gravitacionais: a matéria escura. Portanto, o termo escura referia-se à invisibilidade da matéria diante de nós… até hoje, não sabemos sequer do que ela feita!
A matéria escura ocupa um considerável espaço no Universo, sendo, em quantidade, quase sete vezes maior que a matéria bariônica. Além da matéria escura, há um outro componente, bem mais abrangente no universo, e que teoricamente seria o motivo fundamental para a expansão acelerada do universo: a energia escura.
A história resumida é que, quando formulava as equações de campo da Relatividade, Albert Einstein imaginava um universo estacionário e gravitacionalmente equilibrado - conceito atualmente desconsiderado pela comunidade científica - , e para que as equações adequassem suas ideias, Einstein implementou uma constante, denominada como constante cosmológica - indicado por um lambda maiúsculo (Λ).
A constante cosmológica é representada por um lambda maiúsculo no final da primeira igualdade!
Entretanto, com as observações científicas que indicavam que o universo era extremamente dinâmica - como as observações da expansão do Universo por Edwin Hubble - , Einstein abandonou a ideia da constante Λ, pelo qual lhe é atribuído como "o pior erro de sua vida"… bem, talvez não seja o pior erro da vida do Einstein.
Apesar disso, a constante cosmológica voltou a ser motivo de discussão quando lhe foi atribuída como uma espécie exótica de energia, e que seria o fator chave para que o universo expandisse de forma acelerada - uma descoberta recente! Logo, Λ seria diferente de zero, e deveria ser considerado nas equações de campo. Entretanto, ainda não há informações necessárias para determinar como a energia escura funciona, do que ela é constituída… ainda é um grande mistério a ser resolvido!
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