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quarta-feira, 10 de julho de 2024

Como seria a vida em um planeta de alta gravidade?



Um planeta rochoso que tenha até duas vezes o diâmetro da Terra, se tivesse a mesma densidade, teria 8 a 10 vezes a nossa massa. É um forte candidato a desenvolver vida, se estiver na zona habitável de sua estrela. As razões que o fazem um forte candidato são as seguintes:

Um planeta desse porte teria mais condições de manter uma atmosfera estável, porque a força da gravidade seria bem alta, cerca de dez vezes maior que a da Terra.

Teria reunido um quantidade gigante de materiais ferrosos, que lhe dariam um magnetismo forte. Esse magnetismo manteria afastados os ventos da sua estrela, carregados de partículas ionizadas. Se não fosse esse magnetismo, o vento varreria para longe do planeta a atmosfera. Tanto o magnetismo como a atmosfera evitam que partículas e radiação altamente energéticas do espaço sideral atinjam a superfície do planeta.

Certamente um planeta desse tamanho reuniria uma quantidade de material radioativo em seu núcleo, que geraria calor para manter seu manto líquido por muitos bilhões de anos. O manto líquido é fundamental para ter movimento relativo das partes ferrosas e gerar o campo magnético. Esse manto líquido teria correntes ascendentes e descendentes de magma quente e frio e isso faria o movimento das placas tectônicas, que devolveria o CO2 para atmosfera e o reciclaria para fazer efeito estufa. Esse movimento também refaria os continentes, para contrabalançar o que fazem as intempéries, como chuva, vento e derretimento de neve, que erodem os continentes e os carregam para dentro do oceano.

Se esse planeta tiver oceano líquido será muito importante para a reciclagem do CO2 (os oceanos dissolvem o CO2 da atmosfera, as placas tectônicas sepultam-no como carbonatos, que se depositaram no fundo dos oceanos e os vulcões os devolvem para a atmosfera). Os corpos de água líquida são importantes para o surgimento da vida e a sua evolução.

Se esse planeta estiver orbitando uma estrela solitária (não é estrela binária, ternária, quinária, etc..), tem mais condições de ter vida.

Se essa estrela estiver longe do centro da galáxia, em uma região com poucas estrelas por perto, terá ainda mais condições de ter vida. Quando não há estrelas por perto caem as chances de haver uma zangada e que venha a explodir como supernova e esterilizar a vida nas estrelas vizinhas.

Apesar de todas essas vantagens, esse planeta não seria para nós humanos. Sua força de gravidade de cerca de 10 vezes a nossa faria com que pesássemos uma tonelada e nem sequer conseguiríamos, com os músculos que temos, ficar em pé. Morreríamos sufocados pelo nosso próprio peso. A pressão atmosférica também poderia ser centenas de vezes maior que a nossa, inviabilizado qualquer possibilidade de lá viver.

Outras formas de vida que nascessem e evoluíssem nesse planeta certamente seriam muito diferentes de nós e estariam adaptadas a esse ambiente.

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