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sábado, 7 de março de 2015

Teremos elevadores espaciais em breve?



Uma escada para o céu parece um tema antigo, discutido até na Bíblia. Sendo assim, a ideia de um elevador para o céu parece só uma atualização desse sonho antigo, não? Exceto por um detalhe: é um sonho que pode se tornar realidade.
Se parece o enredo de um romance de ficção científica, é porque é. Sir Arthur Clarke escreveu “As Fontes do Paraíso”, em que a construção de um elevador espacial é o tema central. Mas será que existe alguma chance de algum dia usarmos este meio de transporte para sair do planeta?


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História

A ideia de um elevador espacial tem pelo menos 100 anos. Foi imaginada por um dos heróis da Era Espacial, Konstantin Tsiolkovsky, um professor de ensino médio russo que também carrega a fama de ter criado o cálculo usado para projetar foguetes multi-estágios.
Em 1895, ele esboçou o primeiro projeto para um elevador espacial, e seu conceito básico permanece o mesmo até hoje. Nestes 100 anos que se passaram, a ideia foi abraçada e abandonada diversas vezes, mas agora existem pelo menos dois grupos interessados em fazer o elevador espacial de fato acontecer.

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Um dos motivos para a ideia ter permanecido viva durante este tempo é o fato que seus defensores acreditam que esta é uma estrutura vital para expandirmos a humanidade além deste planeta. Lançar uma carga ou tripulação aos céus se tornaria extremamente barato e muto mais seguro se “democratizarmos” o espaço.
Mas há outros motivos também. Um elevador espacial poderia ser a nossa chance de sobreviver a uma catástrofe global, como o impacto de um asteroide, por exemplo. E seria nosso tíquete de saída do planeta para colonizar outros lugares, como Marte ou a lua.

O desafio material

Os planos modernos mais populares falam de um cabo que se estica por 100.000 km além da superfície do planeta, ligado a um contrapeso, em uma estação em órbita do planeta.
Só que não dá para usar qualquer material para o cabo. Por exemplo, se você esticar um cabo de aço, ele terá que ser mais espesso à medida que avançamos em direção ao espaço, já que precisa sustentar o peso do próprio cabo abaixo dele, além da carga, e este peso só aumenta. Para um cabo de aço, o diâmetro a 100.000 km de altura é simplesmente impossível de fazer.
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Além disso, um elevador subindo pelo cabo causaria vibrações ao longo do mesmo. O cabo teria que suportar um regime severo de vibração. Some a isto a possibilidade de impacto com lixo espacial e micrometeoritos, e o cenário criado parece nos dizer que é impossível.
É preciso um material mais forte e mais leve que o aço. Alguns técnicos, como o físico Bradley Edwards, apontam que os nanotubos de carbono tem a força e leveza necessários para fazer um bom cabo. O problema é que o maior cabo construído de nanotubos até hoje tem alguns centímetros, bem menos que os milhares de quilômetros que a NASA julga ser necessário para fabricar um elevador espacial.

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A falta de nanofibras fez, por exemplo, que o laboratório Google X colocasse seus planos de construir um elevador espacial em banho-maria. Uma outra opção seriam os nanofios de diamante. Novamente, o problema é que não há fabricantes produzindo estes fios no comprimento necessário.
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Apesar das dificuldades que um elevador representa, o desejo de construir um não esfria. A NASA promove competições para incentivar soluções para o projeto, palestrantes propagam sua fé nele, uma conferência anual devotada ao tema é feita e, para completar o quadro, recentemente uma equipe de especialistas reunidos pela International Academy of Astronauts concluiu que os elevadores espaciais poderiam, sim, ser construídos.
No lado prático, a megaconstrutora japonesa Obayashi anunciou que irá fazer um elevador espacial até o ano 2050, e a Japanese Space Elevator Association está trabalhando junto com eles para ajudar a tornar esta ideia real.

Um elevador que possa transportar carga e passageiros até 36.000 km de altura, com um ponto de ancoragem flutuando no oceano, vai custar cerca de US$ 8 bilhões (R$ 19,7 bilhões), segundo as estimativas japonesas.

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A empresa americana LiftPort, fundada por um fornecedor da NASA, Michael Laine, também trabalha com o pressuposto de construir um elevador espacial. Diferente dos japoneses, eles não têm um prazo. E, após um fracasso no ano 2000, eles mudaram de abordagem – pretendem colocar um elevador espacial na lua.
Os céticos

Apesar dos esforços dos entusiastas, ainda há gente que não vê com otimismo ou esperança a ideia de um elevador espacial. Alguns acham que não haverá tráfego suficiente para cobrir o investimento inicial ou mesmo os custos da operação.
Como defesa, um dos entusiastas aponta que o desenvolvimento do elevador espacial levaria ao desenvolvimento de novos métodos e tecnologias que encontrariam seu uso em outras finalidades, aqui mesmo na Terra. Afinal de contas, a corrida para chegar à lua nos deu os tênis, entre outras coisas.

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