A agência espacial europeia deve começar nesta quinta-feira as primeiras tentativas de contato com a sonda robótica Philae, perdida na superfície de um cometa desde novembro. Não será uma tarefa fácil, mas as condições orbitais são bastante favoráveis. Philae está hibernando desde 15 de novembro de 2014, menos de 72 horas após ter pousado dramaticamente na superfície gelada do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Naquela ocasião, o pequeno robô de 100 quilos sofreu um forte impacto no momento da aterrissagem e quicou duas vezes pela superfície irregular do cometa, indo parar a cerca de 1 km do local programado.
Após o pouso, a sonda transmitiu dados e imagens a partir da superfície de 67/P, mas os dados de telemetria mostraram que a nave estava ligeiramente inclinada e escorada entre duas rochas, sendo que uma delas bloqueou os raios de Sol necessários para alimentar os painéis solares. Como resultado, as baterias da Philae se esgotaram três dias após o pouso, interrompendo as comunicações com a Terra e finalizando prematuramente uma série de experimentos que deveriam ser realizados na superfície do cometa. Sem energia, Philae entrou em hibernação.
Agora, quatro meses após o evento, os cientistas da Agência Espacial Europeia, ESA, deverão retomar as tentativas de contato, já que a sonda Philae está agora sendo iluminada pelo Sol (é dia na região do pouso) e ao menos em teoria os painéis solares poderão recarregar as baterias. Além disso, a nave-mãe Rosetta, que está orbitando 67/P e que fará os contatos, se encontra em posição favorável, com suas as antenas de alto ganho apontadas diretamente para a superfície.
Os pesquisadores acreditam que Philae está recebendo cerca de 80 minutos de Sol todos os dias e se as baterias estiverem se carregando como planejado, diversas operações poderão ser feitas mesmo durante a noite. As tentativas de contatar Philae começarão na madrugada desta quinta-feira no Brasil e deverão durar até o dia 20 de março.
Para que o contato seja possível, os engenheiros esperam que duas condições técnicas sejam satisfeitas: que a temperatura de bordo seja superior a 40 graus negativos e que a potência gerada pelos painéis solares atinja pelo menos 5.5 watts por hora. Se essas condições não forem atendidas a sonda não sairá do estado de hibernação e novas tentativas deverão ser programadas.
Dedos cruzados!
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