Hoje, não há simplesmente nenhuma maneira de viajarmos facilmente para o espaço sem o uso de grandes quantidades de combustível de foguete, o que é caro e ambientalmente insustentável.
Então, como é que vamos colonizar o espaço? Precisamos de uma ideia melhor, e essa ideia pode ser um elevador espacial.
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Este enorme projeto de engenharia nos permitiria transportar materiais e, eventualmente, pessoas, em alta órbita sem o uso de foguetes.
E o que precisamos para fazer esse elevador? Ainda muitas coisas.
Teremos elevadores espaciais em breve?
O cientista da NASA Bradley Edwards escreveu um estudo de viabilidade de elevadores espaciais na década de 1990 chamado “The Space Elevator”. Seu projeto prevê três componentes básicos: um elevador robótico ou de automóveis (a estrutura em si que carregaria pessoas e materiais); uma fonte de energia de laser baseada em terra; e um cabo de elevador feito de nanotubos de carbono ultraleves e ultrafortes.
Essa é a parte mais fácil da equação. Nós já temos elevadores robóticos que podem escalar cabos e levantar objetos incrivelmente pesados. Claro que precisaremos de um esforço maior para criar elevadores grandes o suficiente para transportar componentes através de milhares de quilômetros na atmosfera. Mas isto está dentro das capacidades da nossa tecnologia atual.
Energia de feixes de laser
Um dos muitos argumentos a favor de um elevador espacial é que ele vai ser ecologicamente sustentável. Sem uso de foguetes, a ideia é usar feixes de laser para gerar energia. Esta tecnologia também está ao nosso alcance.
Em 2009, a NASA deu US$ 900.000 (mais de R$ 2,4 bi) a empresa LaserMotive por sua demonstração bem-sucedida da chamada “transmissão de energia sem fio” para elevadores espaciais. Em 2012, a NASA irá oferecer um prêmio semelhante para um rover lunar.
O maior problema dessa energia atualmente é que, enquanto o elevador subir ao espaço, o feixe vai se espalhar e ser bloqueado por nuvens. Estima-se que apenas 30% dele seria aproveitado. Cientistas já estão trabalhando para solucionar essa questão.
Cabo de nanotubos de carbono
Este é de longe o aspecto mais difícil do elevador espacial. O nanotubo de carbono é um material tão leve e forte que o cabo seria mais fino do que uma folha de papel. Ele seria literalmente uma fita. No entanto, ainda estamos longe de criar essa fita.
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Embora os tubos microscópicos sejam o material mais resistente que já descobrimos, é preciso torná-lo em um “macromaterial”, algo grande o suficiente para realmente construirmos um elevador. E fazer essa transição pode ser difícil. Precisamos inventar um material inteiramente novo e, em seguida, descobrir como amarrá-lo entre a Terra e o espaço sem quebrá-lo. Ele poderia ser destruído de várias formas: tempestades na Terra, um raio atingindo o material incrivelmente condutor, detritos espaciais, micrometeoritos ou mesmo apenas radiação.
Alguns cientistas até pensam que nanotubos de carbono não são o material ideal para construímos esse cabo, porque eles quebram em vários aspectos previsíveis, especialmente quando estão sob tensão constante e bombardeados com raios cósmicos do sol. Um material alternativo poderia ser nanotubos de nitreto de boro, mas estes são ainda mais experimentais do que os nanotubos de carbono neste momento.
Questões políticas
Resolvidas as questões tecnológicas, ainda restariam muitos problemas.
Aonde o elevador ficaria?
A proposta atual é ligar a estrutura à terra na linha do equador, provavelmente em uma plataforma flutuante ao largo da costa do Equador, em águas internacionais. Ela se estenderia 100.000 quilômetros no espaço, e seria mantido por um contrapeso que poderia ser qualquer coisa de um asteroide a uma estação espacial.
Ao longo do elevador, haveria estações onde as pessoas pudessem descer e transferir para estações espaciais em órbita ou naves espaciais que os levariam até a lua e além.
No entanto, existem alguns obstáculos políticos no caminho da construção desse elevador, por exemplo, o estatuto jurídico de tal estrutura.
A quem pertenceria? Seria uma espécie de Canal do Panamá, onde todo mundo paga um pedágio para o país que o construir primeiro? Ou seria supervisionado pelas comissões espaciais da ONU?
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Embora pesquisadores argumentem que o elevador espacial pode sair do papel em 5 a 10 anos, algo me diz que vai demorar mais do que isso.
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