Uma equipe de físicos relatou a mais clara evidência já encontrada de que o nosso universo é um holograma. Mas calma, não vá imaginar algo próximo a Matrix. A ideia destes pesquisadores japoneses se refere à teoria de que as três dimensões que percebemos são na verdade apenas “pintadas” sobre o horizonte cosmológico – a fronteira do universo conhecido. Se isso soa paradoxal, tente imaginar uma imagem holográfica que muda conforme você a movimenta (lembra dos tazos? Então). Embora a imagem seja bidimensional, observá-la de diferentes pontos cria a ilusão de que ela é 3D. A nova pesquisa pode ajudar a reconciliar um dos problemas mais duradouros da física moderna: a inconsistência aparente entre os diferentes modelos de universo, como explicado pela física quântica e pela teoria da gravidade de Einstein.
Os dois trabalhos científicos são o resultado de anos de trabalho liderado por Yoshifumi Hyakutake, da Universidade de Ibaraki, no Japão, e lidam com cálculos hipotéticos das energias de buracos negros em diferentes universos. Este modelo do universo ajuda a explicar algumas inconsistências entre a relatividade geral (a teoria de Einstein) e a física quântica. Embora o trabalho de Einstein sustente grande parte da física moderna, em certos extremos (como no centro de um buraco negro) os princípios que ele esboçou desmoronam e as leis da física quântica assumem. O método tradicional de conciliar esses dois modelos veio do trabalho do físico teórico Juan Maldacena, de 1997, cujas ideias baseavam-se na teoria das cordas.
Esta é uma das “Teorias de Tudo” mais respeitadas (inclusive, Stephen Hawking é um fã) e postula que os objetos unidimensionais de vibração, conhecidos como “cordas”, são as partículas elementares do universo. Maldacena saudou a pesquisa feita por Hyakutake e sua equipe, levando em consideração também os artigos que eles vinham publicando ao longo dos anos de trabalho. Para ele, os resultados são “uma forma interessante de testar muitas ideias na gravidade quântica e na teoria das cordas”. Leonard Susskind, um físico teórico considerado como um dos pais da teoria das cordas, acrescentou que o trabalho da equipe japonesa “confirmou numericamente, talvez pela primeira vez, algo que tinhamos quase certeza de ser verdade, mas ainda era uma conjectura”.
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