Um planeta andarilho (ou planeta de livre flutuação) é, geralmente, um corpo do tamanho de Júpiter que habita o espaço entre as estrelas, sem estar ligado pela gravidade a qualquer uma delas (como a Terra está ligada ao sol, por exemplo). Isso significa que é um planeta sem uma estrela-mãe.
Os cientistas creem que estes planetas são formados diretamente a partir do colapso de nuvens de gás interestelares (como estrelas) sem massa para inflamar (como uma anã marrom), ou que são formados em um sistema planetário e de alguma forma “superam” a gravidade de sua estrela e ficam livres dela (na verdade, são expulsos do sistema).
Essa segunda opção ocorre quando um planeta, que normalmente é de grande massa, migra em direção à sua estrela-mãe. No processo, passa através dos materiais que sobraram da formação daquele sistema.
Naturalmente, todos os planetas entre o planeta migrante e a estrela-mãe serão afetados. Alguns mudarão sua órbita (movendo-se para mais perto ou mais longe da sua estrela hospedeira), outros podem entrar em uma rota de colisão com um objeto diferente (uma lua ou outro planeta) e serem destruídos, e ainda outros podem ser ejetados do sistema, e se tornarem “andarilhos”.
Comuns
Vamos dizer que o planeta que se dirige a sua estrela-mãe tem cinco vezes a massa de Júpiter. Ele pode gravitacionalmente ejetar um planeta menor, mesmo que este tenha a massa de Júpiter (o que é muito grande).
Isto implica que pode haver vários planetas andarilhos que foram ejetados de todos os sistemas que tem um “Super Júpiter” (planetas grandes e quentes) orbitando de maneira muito próxima sua estrela-mãe.
Na verdade, esse cenário é bem provável. Pesquisadores descobriram recentemente que estes planetas livres são muito comuns. Pode haver quase o dobro deles em comparação com o número de estrelas.
Só que, infelizmente, eles são muito difíceis de observar, uma vez que a maneira mais simples de encontrar um planeta é estudando o efeito que ele tem em sua estrela-mãe – quando um planeta passa na frente de sua estrela, obscurece sua luz por um momento.
Para acompanhar esses planetas andarilhos, os cientistas monitoram o céu, observando o efeito que eles têm nas estrelas que estão muito, muito mais distantes do que os próprios planetas. Eles entortam essa luz das estrelas de fundo, fazendo com que se amplie e brilhe mais forte.
Porém, essa técnica faz com que seja quase impossível observar planetas andarilhos menores, com a nossa tecnologia atual.
E, mesmo se encontrarmos um, vai ser extremamente difícil de rastreá-lo. O que é um pouco triste, visto que tecnicamente devem ser mais numerosos do que os corpos do tamanho de Júpiter.
Pode haver vida nesses planetas?
Quanto à habitabilidade desses planetas solitários, eles são extremamente frios, mas talvez não tão frios quanto seria de se esperar, visto que frequentem o abismo que é o espaço interestelar.
5 grandes perguntas para as quais a ciência ainda não tem uma resposta
Certos gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno, emitem mais energia do que recebem do sol. Além do calor gerado durante a contração do núcleo do planeta, o decaimento radioativo é uma fonte de calor que captura uma quantidade considerável de calor gerado durante a criação do planeta.
Então, qualquer um destes planetas nômades pode permanecer gasoso, apesar do frio intenso. Também é possível (mas improvável) que alguns desses planetas mantenha a sua lua (ou luas) após a expulsão do sistema. O aquecimento provocado pelas marés do satélite seria uma outra fonte de calor para o planeta.
No entanto, seria mais óbvio dizer que eles são, em geral, frios demais para abrigar a vida como a conhecemos.
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