Enquanto você deita sua cabeça no travesseiro e embarca em um sono tranquilo achando que o universo todo está prestes a se desligar por algumas horas, as coisas podem acabar ficando bem agitadas lá fora. E quando digo lá fora, é lá fora mesmo. Fora do nosso planeta, e até da nossa querida galáxia Via Láctea. Prova disso é a explosão gigantesca que os astrofísicos da NASA detectaram há alguns dias, através da sonda espacial Swift, na nossa vizinha galáxia M31 – também conhecida como galáxia de Andrômeda. Para você ter uma ideia de como esse evento foi realmente significativo, os astrônomos chegaram a suspeitar que poderia ter sido um dos eventos mais violentos do universo: uma explosão de raios gama que, em apenas alguns segundos, poderia ter lançado a mesma (ou mais) energia que o nosso sol lançou durante toda sua existência. Se essa hipótese fosse confirmada, esta seria a explosão de raios gama mais próxima da Terra já detectada. E, claro, também iria ajudar os cientistas a entenderem melhor o que são, como e porque acontecem esses misteriosos pulsos de energia.
A hipótese das explosões de raios gama
A notícia de que essa explosão teria acontecido relativamente perto da Terra, em uma galáxia vizinha, e ainda havia sido captada por equipamentos da NASA, foi recebida com bastante entusiasmo por parte de toda a comunidade científica. Tudo isso porque as explosões de raios gama são tão poderosas que, se acontecessem aqui dentro da nossa galáxia, poderiam desencadear um processo de destruição em massa e extinção da vida na Terra, como explica o Dr. Alan Duffy em tom apocalíptico e verdadeiro. Mas, felizmente, para nossa alegria, essa (suposta) explosão aconteceu a uma distância suficiente para não causar nenhum tipo de danos ao nossa querido planeta.
Na verdade, olha só que loucura: o evento real teria acontecido há algo em torno de dois MILHÕES E MEIO de anos, e sua energia estava apenas voando perto da Terra só alguns dias atrás. A energia demorou esse tantão de tempo para chegar até nós porque o caminho era realmente muito longo – dado que a grandiosa galáxia de Andrômeda fica a aproximadamente 2,5 milhões de anos-luz da Terra. Sorte nossa. E em vários sentidos. Primeiro que, obviamente, a distância dessa explosão não nos representa nenhum risco. Segundo, se essa energia tivesse chegado antes às proximidades no nosso planeta, talvez não teríamos tecnologia o suficiente para detectá-la, muito menos material para coletar essas informações e poder estudar mais a fundo esse fenômeno tão intrigante do universo.
O que nos faz pensar: quantas outras informações já perdemos por não ter tecnologia desenvolvida o suficiente para captá-las? Ou ainda quantas informações perdemos todos os dias, por conta desse mesmo “problema”? Enfim. Divagações. O que sabemos agora é que o mundo inteiro ficou na expectativa para ver quais seriam os próximos capítulos dessa história. De acordo com o mesmo Dr. Duffy, os telescópios da NASA espalhados ao redor de todo o nosso planeta estavam voltados para Andrômeda e à procura de outras evidências da suposta explosão de raios gama em todos os comprimentos de onda de luz. O objetivo era, obviamente, tentar coletar mais material para saber mais sobre esse evento único – que provavelmente não se repetirá tão cedo. Mas antes de descobrir o que os cientistas já confirmaram, vamos aprender um pouco mais com esse fato.
Você sabe por que as explosões de raios gama acontecem?
Os astrônomos acreditam que a maioria das explosões de raios gama acontecem quando estrelas gigantescas entram em colapso. Mas essa explosão de que falamos foi extremamente curta e pode ter sido causada por um evento ainda mais raro: a colisão de duas estrelas de nêutrons – que são os restos mortais de supernovas.
O que foi confirmado?
Depois de uma onda de expectativa por estar provavelmente registrando um momento único e histórico, principalmente no que diz respeito aos estudos sobre o universo, a NASA confirmou no final da semana passada que a explosão trata-se de um “alarme falso”. A equipe de astrônomos envolvida no estudo confirmou que o sinal inusitado captado era de apenas uma estrela de nêutrons em órbita de uma estrela normal, que acabou brilhando mais do que o normal devido a uma análise errada dos dados coletados. Ou seja: ao invés das estrelas terem entrado em colapso, como os cientistas imaginaram em um primeiro momento, elas só estavam orbitando, normalmente. Um balde de água fria para os entusiastas. Mas, cá entre nós, podemos dormir em paz novamente, como se nada tivesse acontecido. Afinal, nada realmente aconteceu.
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